sexta-feira, 3 de março de 2017

Skaf, Odebrecht e os patos da Fiesp?

Por Altamiro Borges

O falso empresário Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), andava meio sumido. Ele foi um dos principais líderes do “golpe dos corruptos”, distribuindo “patinhos amarelos” para os otários que foram às ruas exigir o “Fora Dilma”; na sequência, o oportunista passou a frequentar com assiduidade o covil de Michel Temer, pregando a urgência nas regressões trabalhista e previdenciária. De repente, ele desapareceu do noticiário. Alguns acharam que foi em decorrência do agravamento da crise econômica, que tem devastado as indústrias e gerado fraturas no meio empresarial. Pode ser! Mas o depoimento de Marcelo Odebrecht nesta quarta-feira (1º) talvez explique melhor o sumiço do golpista covarde.

O ex-presidente da poderosa construtora relatou aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral que participou de um encontro com o publicitário Duda Mendonça para quitar uma dívida da campanha de Paulo Skaf (PMDB) ao governo paulista em 2014. Derrotado, o ditador da Fiesp contratou os serviços do marqueteiro com a promessa de receber R$ 6 milhões da empreiteira. O montante, segundo o delator, fazia parte dos R$ 10 milhões prometidos à gangue de Michel Temer em acerto direto com Eliseu Padilha, o ministro do usurpador que foi dedado e encontra-se em recuperação de uma cirurgia de próstata. Marcelo Odebrecht disse ainda que manteve um encontro com Paulo Skaf, no qual ele insistiu na ajuda para a sua campanha eleitoral.

“Odebrecht concordou em fazer a doação, desde que o valor fosse descontado do acertado com Eliseu Padilha. Foi então que o empreiteiro marcou um jantar com Michel Temer no Palácio do Jaburu. Logo no início do encontro o empresário anunciou a intenção de apoiar as candidaturas do grupo político. Depois, a conversa enveredou-se por amenidades. Em dado momento, Temer se retirou do local. E os detalhes foram decididos com Padilha. O delator reconheceu, porém, que fez um pagamento muito inferior ao valor acertado com Skaf durante a campanha. Sentiu-se devedor. Foi quando recebeu o marqueteiro Duda Mendonça para acertar o pagamento de dívidas da campanha do peemedebista”, descreve a revista CartaCapital.

Se o juiz Sergio Moro, o chefão da midiática Operação Lava-Jato, fosse menos seletivo nas suas investigações, Paulo Skaf seria imediatamente convocado para depor. Mas o “justiceiro” mantém sua obsessão doentia contra Lula e possivelmente não dará qualquer dor de cabeça ao presidente da Fiesp. Já os otários que foram à Avenida Paulista carregando os “patinhos amarelos” da entidade patronal devem estar com cara de patos – já que serviram de massa de manobra para os golpistas que agora investem contra os seus direitos trabalhistas e previdenciários. A vida é dura e implacável!

Em tempo: No início de fevereiro, Paulo Skaf publicou um artigo na Folha criticando o “ranço ideológico” contra a indústria brasileira. Ele se referia à decisão do covil golpista de “convidar unicamente empresas estrangeiras para participar da licitação de uma obra no Comperj, complexo petroquímico na região metropolitana do Rio”. Em sua aparente rebeldia, ele condenou a iniciativa do governo entreguista de acabar com a política de conteúdo local adotada pelo ex-presidente Lula para estimular a produção nacional. O oportunista só não fez autocrítica do apoio ao “golpe dos corruptos” que alçou Michel Temer ao poder. Na prática, o artigo revelou que as fraturas no meio empresarial estão crescendo e que o ditador da Fiesp está na berlinda!

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