domingo, 26 de fevereiro de 2012

As opções de classe de Boris Casoy





Por Altamiro Borges

Boris Casoy, âncora da TV Bandeirantes, nunca disfarçou o seu elitismo. Ele adora paparicar os ricaços e as “celebridades”. Circula neste meio e é venerado pelos abastados e por setores da classe “mérdia”. Talvez isto explique porque o jornalista até hoje ocupa papel de destaque na mídia elitizada. Num vídeo que vazou no final de 2009, ele deixou explícito seu desprezo pelo povo:



“Que merda. Dois lixeiros desejando felicidades... do alto das suas vassouras... Dois lixeiros. O mais baixo da escala do trabalho”. Na seqüencia, Casoy até pediu desculpas, com cara de sonso, pelo “vazamento”, mas não por suas idéias discriminatórias. Mas a mídia tratou de abafar o caso e ele continuou com as suas sandices elitistas e preconceituosas numa concessão pública de TV.

O DNA do CCC

Boris Casoy também nunca escondeu o seu ranço contra qualquer força de esquerda – no Brasil, na América Latina e no planeta. Ele até hoje nega que tenha pertencido ao Comando de Caça aos Comunistas (CCC), o grupo terrorista que agiu com desenvoltura durante a ditadura militar. Mas o direitismo está no seu DNA. Ele destila veneno diariamente e por qualquer motivo.

Um de seus alvos prediletos é Lula – talvez por causa da sua origem operária, da sua história como líder sindical e grevista e da alta popularidade de seus dois mandatos. “Que merda, um peão!”, deve pensar Boris Casoy. Este ódio foi novamente escarrado nesta sexta-feira (24), num comentário leviano e maldoso em que ele acusa o ex-presidente pela morte da empresária Eliana Tranchesi.

Ódio ao ex-presidente Lula

A reportagem até cita que a famosa dona da butique de luxo Daslu foi condenada a 94 anos de prisão por crimes de formação de quadrilha e fraudes em importações. Também informa que ela foi presa – por um dia! No final, Casoy espirra o seu ataque ao ex-presidente: “Eliana foi exposta à execração pública e humilhada, o que deve ter contribuído e muito para o câncer que a matou”.

Este comentário criminoso, que até poderia ser alvo de investigações se não imperasse no Brasil a libertinagem de imprensa, não causa surpresa. Ele faz parte da campanha doentia do jornalista contra Lula. No auge da crise do chamado “mensalão do PT”, o banqueiro Jorge Bornhausen, presidente do ex-PFL, chegou a propor que Boris Casoy liderasse o pedido de impeachment de Lula.

Líder do processo de impeachment

A coluna “Painel” da Folha de S.Paulo registrou a tramóia em 9 de abril de 2006: “A oposição já busca na sociedade civil um nome para encabeçar o pedido de impeachment de Lula, assim como Barbosa Lima Sobrinho fez com Fernando Collor... Miguel Reale Jr., ex-ministro da Justiça de FHC, e o jornalista Boris Casoy estão cotados para subscrever a peça [do impeachment]”.

Dias antes, em 28 de março, na mesma Folha golpista, Casoy já havia pregado a derrubada de Lula. No artigo “É uma vergonha”, ele rosnou: “Há, desde o tempo do Brasil colônia, um sem número de episódios graves de corrupção e incompetência. Mas o nível alcançado pelo governo Lula é insuperável... Não há como o Congresso postergar o processo de impeachment contra Lula”.

Casoy nunca escondeu seu ódio de classe ao ex-presidente Lula, às greves de trabalhadores, às ocupações de terra do MST. Ele prefere lamentar a “execração pública” da “humilhada” proprietária da Daslu!

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Leia também:

- Daslu, Lula e as sandices de Boris Casoy

- Boris Casoy advoga para a revista Veja

- Boris Casoy é "uma vergonha"

- Boris Casoy despreza garis e Lula

- Chico Pinheiro cutuca Boris Casoy

- Rap para Boris Casoy

- Casoy e Gandra: CCC e Opus Dei unidos

3 comentários:

Milu disse...

Este cara fala dos lixeiros,mas antes ser lixeiro do que lixo, como ele,sucessivamente,vem dando provas de ser...

Lucas Biancatto disse...

O Boris Casoy é a personificação da política elitista no jornalismo brasileiro. É um dos maiores paladinos do neoliberalismo e defensor da sociedade vertical: as ordens vindo de cima, do topo rico, para baixo, rumo às camadas pobres.
Deve ter concordado quando toda a UDN e o Carlos Lacerda bradaram aos quatro ventos, no período anterior à ditadura militar, que promover o aumento do salário mínimo provocaria inflação e prejudicaria a economia.
Mas, como hoje estamos lutando pela regulação dos meios de comunicação, longe de nós exigir que o seu formato jornalístico e ideológico saiam de cena, mas sim, que possamos ter uma mídia mais plural, popular, democrática, isso é saudável pra sociedade e tema enriquecedor de debates.
Mesmo que o Boris só faça jornalismo para a fatia da população brasileira responsável pelos graaaaandes 26% de popularidade do Fernando Henrique Cardoso após sua gestão.

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Anônimo disse...

A história se encarregará de colocar Lula e Bóris nos seus devidos lugares. Lula como um dos maiores presidentes da república. Bóris no máximo como uma nota de rodapé.