Editorial do sítio Vermelho:
O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse hoje (15) que seu país está disposto a ajudar a Grécia a pagar suas contas com uma condição: desde que o país não seja um "poço sem fundo".
O ministro alemão põe de fora as garras do grande capital, principalmente de seu país, mas também do grande capital europeu que, desde a criação do euro, há dez anos, encontra-se entrelaçado num único novelo de exploração sobre os trabalhadores e o povo de seus países, acentuando-se a gravidade da opressão exercida no momento sobre os gregos.
A aprovação do mais um pacote de extorsão, na calada da madrugada deste domingo, foi acompanhada por um verdadeiro levante nas ruas de Atenas e outras cidades gregas. Mais de cem mil pessoas saíram às ruas para lutar contra a aprovação de um novo pacote de cortes para diminuir ainda mais os salários (redução de 20% no salário mínimo) e aumentar o desemprego (15 mil funcionários públicos serão demitidos) e satisfazer a ganância dos credores. Medidas que vão destroçar ainda mais a economia grega que, no último trimestre de 2011, teve uma queda de 7% no PIB, agravando o retrocesso que o país vive há cinco anos, com uma taxa de desemprego que passa dos 20%.
A resistência popular contra a extorsão incendiou Atenas; calcula-se que quase duzentos edifícios foram queimados, saqueados ou depredados só em Atenas.
O pretexto do pacote é garantir o pagamento aos credores (uma parcela vence em 20 de março, no valor de 14,5 bilhões de euros) e sobretudo assegurar a estabilidade da moeda europeia. Muitos financistas europeus temem a saída da Grécia da zona do euro, principalmente se ela ocorrer sem o controle das autoridades econômicas europeias. A consequência seria um desastre, alguns dizem.
Os credores já calculam quanto os bancos perderão na Grécia. Há consenso entre eles sobre perdas para os credores privados entre 20% a 70% no valor de face dos títulos atuais. Os bancos alemães são os que estão em situação mais confortável, com perdas menores.
A reestruturação da dívida grega, já negociada, prevê o corte de 100 bilhões de euros, ou metade dos 200 bilhões da dívida pública do país que, no total, incluindo a dívida privada, chega a 350 billhões de euros.
O corte incide sobre títulos em posse de bancos, seguradoras, fundos de investimento e fundos de pensão; uma negociação inicial, em julho de 2011, previu ujma redução de 21% no valor de face destes títulos; em outubro, novo acordo chegou a 50% e, agora, com o agravamento da crise, as autoridades financeiras (desde o governo grego até o FMI e a União Europeia) admitem que poderá chegar a 70%. Com uma particularidade: grandes bancos europeus (entre eles os alemães Deutsche Bank e Commerzbank, o britânico Royal Bank of Scotland – RBS, o holandês ING ou a seguradora alemã Allianz) estarão mais protegidos e serão menos “prejudicados” pelo acordo.
É uma ilusão simplória pensar, contudo, que o alvo destes ajustes seja o bem-estar do povo grego que, ao contrário, entra na conta como aquele que vai arcar com os pagamentos. É de seus rendimentos e empregos que sairão os bilhões de euros exigidos pelos financistas europeus concordarem com estas reduções.
O objetivo dos ajustes é salvar os bancos e o sistema financeiro. É ele que explica o verdadeiro pânico com que alguns financistas encaram qualquer outra saída, que respeite a soberania grega e o bem-estar do povo grego.
Olli Rehn, comissário de assuntos econômicos da União Europeia, vê a saída da Grécia da zona do euro como catastrófica para o sistema financeiro europeu; pensa que a moratória grega poderá ter “consequências devastadoras”. Outro grande financista, John Paulson, alertou, numa carta a investidores, que uma moratória terá efeitos mais graves do que a falência da Lehman Brothers, em 2008, que provocou uma recessão global.
Enquanto isso, a grande burguesia grega, comensal da burguesia europeia, já mandou para fora do país – beneficiando-se das facilidades do mundo do euro – perto de 200 bilhões de euros, depositados em bancos suíços.
A alta burguesia, particularmente seu setor financeiro, quer salvar-se à custa do povo e dos trabalhadores. E cava, assim, o verdadeiro buraco sem fundo que infelicita a Grécia e os gregos: o buraco sem fundo da ganância.
Contra ela, é o povo nas ruas que indica a saída para tirar a Grécia da crise e recolocá-la no caminho do crescimento da produção e do emprego. Ela passa pelas manifestações da classe trabalhadora para mudar o rumo do país, suspender o pagamento da dívida e recuperar a soberania nacional, política e econômica, em particular a soberania monetária (e isso inclui a saída do euro e da UE), como vem sendo proposto pelos manifestantes.
O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse hoje (15) que seu país está disposto a ajudar a Grécia a pagar suas contas com uma condição: desde que o país não seja um "poço sem fundo".
O ministro alemão põe de fora as garras do grande capital, principalmente de seu país, mas também do grande capital europeu que, desde a criação do euro, há dez anos, encontra-se entrelaçado num único novelo de exploração sobre os trabalhadores e o povo de seus países, acentuando-se a gravidade da opressão exercida no momento sobre os gregos.
A aprovação do mais um pacote de extorsão, na calada da madrugada deste domingo, foi acompanhada por um verdadeiro levante nas ruas de Atenas e outras cidades gregas. Mais de cem mil pessoas saíram às ruas para lutar contra a aprovação de um novo pacote de cortes para diminuir ainda mais os salários (redução de 20% no salário mínimo) e aumentar o desemprego (15 mil funcionários públicos serão demitidos) e satisfazer a ganância dos credores. Medidas que vão destroçar ainda mais a economia grega que, no último trimestre de 2011, teve uma queda de 7% no PIB, agravando o retrocesso que o país vive há cinco anos, com uma taxa de desemprego que passa dos 20%.
A resistência popular contra a extorsão incendiou Atenas; calcula-se que quase duzentos edifícios foram queimados, saqueados ou depredados só em Atenas.
O pretexto do pacote é garantir o pagamento aos credores (uma parcela vence em 20 de março, no valor de 14,5 bilhões de euros) e sobretudo assegurar a estabilidade da moeda europeia. Muitos financistas europeus temem a saída da Grécia da zona do euro, principalmente se ela ocorrer sem o controle das autoridades econômicas europeias. A consequência seria um desastre, alguns dizem.
Os credores já calculam quanto os bancos perderão na Grécia. Há consenso entre eles sobre perdas para os credores privados entre 20% a 70% no valor de face dos títulos atuais. Os bancos alemães são os que estão em situação mais confortável, com perdas menores.
A reestruturação da dívida grega, já negociada, prevê o corte de 100 bilhões de euros, ou metade dos 200 bilhões da dívida pública do país que, no total, incluindo a dívida privada, chega a 350 billhões de euros.
O corte incide sobre títulos em posse de bancos, seguradoras, fundos de investimento e fundos de pensão; uma negociação inicial, em julho de 2011, previu ujma redução de 21% no valor de face destes títulos; em outubro, novo acordo chegou a 50% e, agora, com o agravamento da crise, as autoridades financeiras (desde o governo grego até o FMI e a União Europeia) admitem que poderá chegar a 70%. Com uma particularidade: grandes bancos europeus (entre eles os alemães Deutsche Bank e Commerzbank, o britânico Royal Bank of Scotland – RBS, o holandês ING ou a seguradora alemã Allianz) estarão mais protegidos e serão menos “prejudicados” pelo acordo.
É uma ilusão simplória pensar, contudo, que o alvo destes ajustes seja o bem-estar do povo grego que, ao contrário, entra na conta como aquele que vai arcar com os pagamentos. É de seus rendimentos e empregos que sairão os bilhões de euros exigidos pelos financistas europeus concordarem com estas reduções.
O objetivo dos ajustes é salvar os bancos e o sistema financeiro. É ele que explica o verdadeiro pânico com que alguns financistas encaram qualquer outra saída, que respeite a soberania grega e o bem-estar do povo grego.
Olli Rehn, comissário de assuntos econômicos da União Europeia, vê a saída da Grécia da zona do euro como catastrófica para o sistema financeiro europeu; pensa que a moratória grega poderá ter “consequências devastadoras”. Outro grande financista, John Paulson, alertou, numa carta a investidores, que uma moratória terá efeitos mais graves do que a falência da Lehman Brothers, em 2008, que provocou uma recessão global.
Enquanto isso, a grande burguesia grega, comensal da burguesia europeia, já mandou para fora do país – beneficiando-se das facilidades do mundo do euro – perto de 200 bilhões de euros, depositados em bancos suíços.
A alta burguesia, particularmente seu setor financeiro, quer salvar-se à custa do povo e dos trabalhadores. E cava, assim, o verdadeiro buraco sem fundo que infelicita a Grécia e os gregos: o buraco sem fundo da ganância.
Contra ela, é o povo nas ruas que indica a saída para tirar a Grécia da crise e recolocá-la no caminho do crescimento da produção e do emprego. Ela passa pelas manifestações da classe trabalhadora para mudar o rumo do país, suspender o pagamento da dívida e recuperar a soberania nacional, política e econômica, em particular a soberania monetária (e isso inclui a saída do euro e da UE), como vem sendo proposto pelos manifestantes.
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