quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O fim do cartola Ricardo Teixeira

Por Altamiro Borges

Os amantes do futebol já preparam as festanças. Há fortes indícios de que Ricardo Teixeira, o cartola que manda e desmanda na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) há mais de duas décadas, deixará o cargo nas próximas horas. A coluna de hoje (16) da jornalista Mônica Bergamo, na Folha, já dá como certa a sua renúncia:
“Ricardo Teixeira teria escolhido a dedo a data para anunciar sua intenção de deixar a CBF: bem pertinho do Carnaval, para que a folia encobrisse o impacto de sua saída da entidade. O desprezo de Dilma Rousseff por Teixeira foi decisivo para esvaziar seu poder, dizem amigos próximos dele. Há alguns dias, em viagem a Brasília, o cartola ‘nem sequer pediu audiência’ a ela, segundo interlocutor. Por um motivo: sabia que bateria com a cara na porta”.

Manobra para escapar da cadeia

Além do seu isolamento político e de ser odiado pelas torcidas, que intensificaram a campanha do “Fora Teixeira” nos estádios, o ex-todo-poderoso chefão da CBF teme ser preso. Nos últimos dias, surgiu uma nova acusação de pagamento de propina ao cartola. A Polícia Civil de Brasília encontrou cheque em seu nome emitido por Vanessa Precht, uma das sócias da empresa suspeita de ter superfaturado um amistoso da seleção brasileira, em 2008.

Este não é o primeiro – nem será o último – escândalo envolvendo Ricardo Teixeira, que ergueu uma fortuna como cartola. Mas ele sempre conseguiu se safar das denúncias, inclusive das apresentadas em duas Comissões Parlamentares de Inquérito - as CPIs do Futebol e da CBF/Nike. Agora, porém, parece que a mansão caiu. A sua renúncia seria uma hábil manobra para evitar que a Justiça da Suíça quebre o seu sigilo bancário, em outro caso de recebimento de propina de dirigentes da FIFA na década de 1990.

4 comentários:

Blog Rogerio Schneider disse...

Altamiro

A única sugestão que faço ao teu texto é:
- O fim do cartola Ricardo Teixeira?
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Incrustado no poder, nas benesses, nas falcatruas lucrativas, é bem provável que mesmo saindo não deixe de influenciar e manipular por detrás dos bastidores.
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Um mafioso como ele já deveria ter sido alijado do poder há muito tempo. Depois de receber milhões e por tantas falcatruas expostas acaba saindo quase espontaneamente.
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Isso demonstra como nossas instituições são fracas. O indivíduo desfruta de amplo poder para transgredir e o coletivo de reduzidos poder para perseguir e punir.

Unknown disse...

Paz e bem!

Só depois que ele sair
é que vou procurar a ceva.

Ele é tão agarrado
à presidência da CBF
que é capaz de precisarem
de seis para tirá-lo de lá.

graciliano disse...

Aplaudo a renúncia do cartola-genro, mas não creio que isso venha a moralizar o Futebol ou os Esportes do Brasil. A safra de corruptos neste setor é capaz de suprir quantas vagas de abrirem, na CBF, em todas as federações e em todos os clubes. Até na "crônica" e nas torcidas organizadas a grana rola solta. Bem feito para o torcedor que ainda paga, compra camisetas e brindes para sustentar as máfias.

Anônimo disse...

Sim, mas isso por acaso vai significar o fim da corrupção e obras superfaturadas em estádios?