Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Os ataques midiáticos ao relatório da CPI do Cachoeira e a soltura deste pela Justiça justamente quando as provas de seus crimes engolfam o governador de Goiás, Marconi Perillo, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e o editor de Veja Policarpo Júnior, desnudam a farsa do julgamento do mensalão e a tese ridícula de que aquele tribunal de exceção teria inaugurado uma nova era em que poderosos também seriam submetidos à lei.
A indignação da mídia tucana e de sua militância com a corrupção – na América Latina, há “partidos” da mídia que têm até militância –, portanto, fica absolutamente caracterizada como produto de um descaramento que esbofeteia o Brasil. É tudo tão escancarado que é impossível que alguém de boa fé não esteja notando como a indignação com a corrupção no PT dá lugar à defesa apaixonada de um grupo político que aprisionou Goiás naquele que, agora sim, é o maior escândalo de corrupção já visto no país, pois atinge a casa dos bilhões de reais.
A cúpula da quadrilha que aprisionou Goiás, segundo o relatório da CPI, era formada, basicamente, por Cachoeira, Demóstenes, Perillo, Gurgel e Policarpo. O que pesa contra esses quatro é estupefaciente e dispensará a Justiça do uso da famigerada teoria do “domínio do fato” devido à vastidão de provas materiais que pesam contra eles.
Sobre Cachoeira e Demóstenes nem é preciso dizer nada, mas sobre Perillo e Gurgel lembremo-nos de que os “atos de ofício” que comprovam atos criminosos são intermináveis. Perillo se envolveu em negócios imobiliários com Cachoeira, nomeou quem ele pediu – há gravações da PF mostrando que o bicheiro determinava os nomes de quem queria pôr no governo e as nomeações aconteciam –, mas as atividades criminosas da quadrilha jamais foram alvo de ações do governo goiano e, por fim, o procurador-geral da República, sabendo de tudo que acontecia, e ao contrário do que fez com o PT e seus aliados, engavetou tudo.
A esta altura, a imprensa deveria estar cobrando a CPI para que fizesse um relatório duro condenando um esquema imenso, muito maior do que o do mensalão (do PT) em todos os sentidos, tanto em número de integrantes da quadrilha como em valores desviados. E tudo com o concurso do chefe do Ministério Público Federal. Entretanto, ao contrário da corrupção que possa haver no PT, a do PSDB, do DEM e do MPF gerou defesa desabrida dos corruptos pelos moralistas de plantão.
Então vamos combinar: se um escândalo dessa magnitude for abafado, se o relatório da CPI aliviar para Perillo, Gurgel e Policarpo ou se o relatório for desfigurado e o Ministério Público e a Justiça não fizerem nada, acabou o Brasil. Estará comprovado que estamos vivendo em um Estado ditatorial que persegue um grupo político enquanto protege outro – e quando se alude a Estado não se está falando do Poder Executivo, mas do Judiciário e do Legislativo.
Como acreditar em um país em que crimes escancarados, atrevidos (para usar termo da moda) e incomensuráveis são praticados à larga e, após serem descobertos, seus autores são poupados devido ao grupo político que integram? Como acreditar em um país em que a Justiça, a imprensa e o próprio Legislativo tratam a corrupção de um lado com rigor irrefreável e a de outro com tolerância total?
Quando se fala em CPI do Cachoeira, fala-se em Goiás. Essa história da empreiteira Delta e dos governadores de Brasília e do Rio de Janeiro é cortina de fumaça para desviar o foco da transformação daquele Estado em parque de diversões de corruptos locais.
A empreiteira Delta provavelmente tem muita sujeira contra si, mas essa investigação precisa de sua própria CPI. E contra Agnelo Queiróz e Sergio Cabral até agora não surgiu uma mísera prova, um mísero indício crível. Nem com todo “domínio do fato” do mundo se torna possível acusá-los.
Contra Agnelo, pesa apenas uma única e isolada menção da quadrilha a um codinome que seria o do governador, menção que não se confirmou se foi a ele mesmo, e nada mais. Contra Cabral, pesa ainda menos porque não há menção alguma da quadrilha a ele. Tudo o que há é uma filmagem de um jantar do governador do Rio com o dono da Delta, Fernando Cavendish, em Paris, apesar de as relações desse personagem envolverem nomes como José Serra, Gilberto Kassab e muitos outros oposicionistas ao governo federal.
Que se faça a CPI da Delta, então. Mas a do Cachoeira é sobre Goiás e as autoridades que acobertaram e até ajudaram a quadrilha do bicheiro a transformar aquele Estado, repito, em parque de diversões de um grupo criminoso que movimentou bilhões de dinheiro público.
A Justiça que está para prender José Dirceu sem que contra ele pese um grama do que pesa contra Perillo pôs em liberdade um mafioso como Cachoeira. Essa é a “nova era” que o julgamento do mensalão (do PT) inaugurou?
Este país só não virou uma piada completa, ainda, porque a Justiça tratar acusados de corrupção de acordo com a filiação partidária de cada um não tem graça nenhuma. Portanto, se essa CPI não fizer a denúncia que tem que fazer contra Perillo, Gurgel e Policarpo – e, claro, por tabela contra os empregadores deste último – terá acabado a ilusão de que vivemos em uma democracia. O último a sair, portanto, que apague a luz.
*****
Fugi do convescote da direita no STF
Após a visita que fiz ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski consegui entrar no plenário do STF, onde ocorreu a posse do novo presidente daquela Corte, o ministro Joaquim Barbosa.
O que vi ali foi a fina flor da fauna demo-tucano midiática. Merval Pereira e um grupo de distintos senhores se exibiam em frente a um exército de cinegrafistas e fotógrafos que se postou diante da bancada dos ministros que ali dariam posse a Joaquim Barbosa.
Pelo auditório, flanavam o indefectível Merval Pereira (Globo), Renata Lo Prete (Folha de SP), Heraldo Pereira (Globo) e outros expoentes da mídia demo-tucano-judiciária. Na verdade, o PIG praticamente ocupava todos os espaços.
Um fato curioso: encontrei o jornalista Kennedy Alencar e decidi cumprimentá-lo, à diferença do que fiz com o resto do PIG ali presente. Surpreendi-me por ele me conhecer…
Após algumas palavras, brinquei com ele: “Cuidado que o Serra está por aí”. Comentário de Kennedy: “Vixe!”.
O engraçado é que, segundo soube, os jornalistas do PIG disputaram a tapa o convite para a posse de Joaquim Barbosa e eu, que tive acesso à cerimônia, vendo que nada tinha a fazer ali, virei as costas e fui-me embora.
Tinha que editar o vídeo da mensagem de Lewandowski à blogosfera e sabia que estava em uma festa de um partido político que reúne mídia, partidos de oposição e a cúpula do Judiciário. Então esnobei o STF e me mandei.
Detalhe: não havia um só jornalista da imprensa alternativa. O PIG dominou a posse de Barbosa. Esse é o poder que resta ao PIG: sua relação promíscua com o Judiciário..
Os ataques midiáticos ao relatório da CPI do Cachoeira e a soltura deste pela Justiça justamente quando as provas de seus crimes engolfam o governador de Goiás, Marconi Perillo, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e o editor de Veja Policarpo Júnior, desnudam a farsa do julgamento do mensalão e a tese ridícula de que aquele tribunal de exceção teria inaugurado uma nova era em que poderosos também seriam submetidos à lei.
A indignação da mídia tucana e de sua militância com a corrupção – na América Latina, há “partidos” da mídia que têm até militância –, portanto, fica absolutamente caracterizada como produto de um descaramento que esbofeteia o Brasil. É tudo tão escancarado que é impossível que alguém de boa fé não esteja notando como a indignação com a corrupção no PT dá lugar à defesa apaixonada de um grupo político que aprisionou Goiás naquele que, agora sim, é o maior escândalo de corrupção já visto no país, pois atinge a casa dos bilhões de reais.
A cúpula da quadrilha que aprisionou Goiás, segundo o relatório da CPI, era formada, basicamente, por Cachoeira, Demóstenes, Perillo, Gurgel e Policarpo. O que pesa contra esses quatro é estupefaciente e dispensará a Justiça do uso da famigerada teoria do “domínio do fato” devido à vastidão de provas materiais que pesam contra eles.
Sobre Cachoeira e Demóstenes nem é preciso dizer nada, mas sobre Perillo e Gurgel lembremo-nos de que os “atos de ofício” que comprovam atos criminosos são intermináveis. Perillo se envolveu em negócios imobiliários com Cachoeira, nomeou quem ele pediu – há gravações da PF mostrando que o bicheiro determinava os nomes de quem queria pôr no governo e as nomeações aconteciam –, mas as atividades criminosas da quadrilha jamais foram alvo de ações do governo goiano e, por fim, o procurador-geral da República, sabendo de tudo que acontecia, e ao contrário do que fez com o PT e seus aliados, engavetou tudo.
A esta altura, a imprensa deveria estar cobrando a CPI para que fizesse um relatório duro condenando um esquema imenso, muito maior do que o do mensalão (do PT) em todos os sentidos, tanto em número de integrantes da quadrilha como em valores desviados. E tudo com o concurso do chefe do Ministério Público Federal. Entretanto, ao contrário da corrupção que possa haver no PT, a do PSDB, do DEM e do MPF gerou defesa desabrida dos corruptos pelos moralistas de plantão.
Então vamos combinar: se um escândalo dessa magnitude for abafado, se o relatório da CPI aliviar para Perillo, Gurgel e Policarpo ou se o relatório for desfigurado e o Ministério Público e a Justiça não fizerem nada, acabou o Brasil. Estará comprovado que estamos vivendo em um Estado ditatorial que persegue um grupo político enquanto protege outro – e quando se alude a Estado não se está falando do Poder Executivo, mas do Judiciário e do Legislativo.
Como acreditar em um país em que crimes escancarados, atrevidos (para usar termo da moda) e incomensuráveis são praticados à larga e, após serem descobertos, seus autores são poupados devido ao grupo político que integram? Como acreditar em um país em que a Justiça, a imprensa e o próprio Legislativo tratam a corrupção de um lado com rigor irrefreável e a de outro com tolerância total?
Quando se fala em CPI do Cachoeira, fala-se em Goiás. Essa história da empreiteira Delta e dos governadores de Brasília e do Rio de Janeiro é cortina de fumaça para desviar o foco da transformação daquele Estado em parque de diversões de corruptos locais.
A empreiteira Delta provavelmente tem muita sujeira contra si, mas essa investigação precisa de sua própria CPI. E contra Agnelo Queiróz e Sergio Cabral até agora não surgiu uma mísera prova, um mísero indício crível. Nem com todo “domínio do fato” do mundo se torna possível acusá-los.
Contra Agnelo, pesa apenas uma única e isolada menção da quadrilha a um codinome que seria o do governador, menção que não se confirmou se foi a ele mesmo, e nada mais. Contra Cabral, pesa ainda menos porque não há menção alguma da quadrilha a ele. Tudo o que há é uma filmagem de um jantar do governador do Rio com o dono da Delta, Fernando Cavendish, em Paris, apesar de as relações desse personagem envolverem nomes como José Serra, Gilberto Kassab e muitos outros oposicionistas ao governo federal.
Que se faça a CPI da Delta, então. Mas a do Cachoeira é sobre Goiás e as autoridades que acobertaram e até ajudaram a quadrilha do bicheiro a transformar aquele Estado, repito, em parque de diversões de um grupo criminoso que movimentou bilhões de dinheiro público.
A Justiça que está para prender José Dirceu sem que contra ele pese um grama do que pesa contra Perillo pôs em liberdade um mafioso como Cachoeira. Essa é a “nova era” que o julgamento do mensalão (do PT) inaugurou?
Este país só não virou uma piada completa, ainda, porque a Justiça tratar acusados de corrupção de acordo com a filiação partidária de cada um não tem graça nenhuma. Portanto, se essa CPI não fizer a denúncia que tem que fazer contra Perillo, Gurgel e Policarpo – e, claro, por tabela contra os empregadores deste último – terá acabado a ilusão de que vivemos em uma democracia. O último a sair, portanto, que apague a luz.
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Fugi do convescote da direita no STF
Após a visita que fiz ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski consegui entrar no plenário do STF, onde ocorreu a posse do novo presidente daquela Corte, o ministro Joaquim Barbosa.
O que vi ali foi a fina flor da fauna demo-tucano midiática. Merval Pereira e um grupo de distintos senhores se exibiam em frente a um exército de cinegrafistas e fotógrafos que se postou diante da bancada dos ministros que ali dariam posse a Joaquim Barbosa.
Pelo auditório, flanavam o indefectível Merval Pereira (Globo), Renata Lo Prete (Folha de SP), Heraldo Pereira (Globo) e outros expoentes da mídia demo-tucano-judiciária. Na verdade, o PIG praticamente ocupava todos os espaços.
Um fato curioso: encontrei o jornalista Kennedy Alencar e decidi cumprimentá-lo, à diferença do que fiz com o resto do PIG ali presente. Surpreendi-me por ele me conhecer…
Após algumas palavras, brinquei com ele: “Cuidado que o Serra está por aí”. Comentário de Kennedy: “Vixe!”.
O engraçado é que, segundo soube, os jornalistas do PIG disputaram a tapa o convite para a posse de Joaquim Barbosa e eu, que tive acesso à cerimônia, vendo que nada tinha a fazer ali, virei as costas e fui-me embora.
Tinha que editar o vídeo da mensagem de Lewandowski à blogosfera e sabia que estava em uma festa de um partido político que reúne mídia, partidos de oposição e a cúpula do Judiciário. Então esnobei o STF e me mandei.
Detalhe: não havia um só jornalista da imprensa alternativa. O PIG dominou a posse de Barbosa. Esse é o poder que resta ao PIG: sua relação promíscua com o Judiciário..
4 comentários:
O DESPREZO [PELA VERDADE DOS ‘DOMÍNIOS DOS FATOS’ (SIC)] DE UM JORNALISMO DESPREZÍVEL! JORNALISMO CARA PÁLIDA E/OU CARA AMARELA! ENTENDA
... Os representantes do PIGolpista/terrorista - ‘os(as) jornalistas amigos(as) dos patrões barões da “grande” mídia nativa’ - tentam desqualificar integralmente o relatório final da CPMI do Cachoeira – relatório de mais de *4.000 páginas. O PIG tenta reduzir todo o trabalho empreendido, todos os esforços envidados, todas as provas coletadas... Num simples instrumento de revanchismo do **PT em função dos desdobramentos do julgamento do mensalão! Nada deverá ser, portanto, aproveitado! Apregoam, até, que a CPMI do Cachoeira não terá, pasme, nem mesmo um relatório final! Pretendem, tudo jogado no ralo que desemboca no esgoto do lixo parlamentar!... Um dos argumentos utilizados com o desiderato de desmoralizar o relatório pode ser traduzido da seguinte forma: neste país [de ‘Nois’ Bananas!], são seres inimputáveis: jornalistas [do PIG!]; procurador-geral da República [ainda que prevaricador!]; governadores e outros cargos ocupados por tucanos; “supremos do supremoTF” – apesar daquela declaração histórica da egrégia, competente e impávida magistrada Eliana Calmon, baiana ‘arretada’!]; empresários de alta plumagem e demais que ao PIG interessar possa!...
*349 páginas do relatório dedicadas ao envolvimento de profissionais de mídia com a organização do contraventor Carlos Cachoeira.
FONTE: http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2012/11/22/interna_politica,331453/relatorio-da-cpi-do-cachoeira-dedica-349-paginas-a-jornalistas.shtml
** “Investigamos, sim, as incursões da organização criminosa no Distrito Federal e não restaram provadas, em nenhum momento, vinculações do governador Agnelo Queiroz com o empresário Carlos Cachoeira.” Deputado federal Odair Cunha (PT/MG), relator da CPMI do Cachoeira.
Sobre o pedido de investigação do governador de Goiás, Marconi Perillo, Cunha destacou que ele [Marconi Perillo] precisa esclarecer sua ligação com o grupo de Cachoeira. “Por que ele se envolveu tão intimamente com a organização criminosa, deixou que ela tomasse conta de parte importante do seu governo? Não temos culpa de ele ter se relacionado com essa organização.”
FONTE: http://www.cartacapital.com.br/politica/independentes-criticam-relatorio-da-cpmi-do-cachoeira-e-apresentam-documento-paralelo/
Matéria originalmente publicada na Agência Brasil
EM TEMPO: em um destes programas de “debates” do PIG, ‘um convidado escolhido a dedo’ pontuou: “Logo após o encerramento do julgamento do mensalão [o mensalão do PT, revisor!], uma Associação de juízes [de juízes - (a)de(n)do sujo nosso!] ingressará com uma ação no STF [no próprio (inclemente e onisciente!) STF – de novo, (a)de(n)do sujo nosso!] requerendo a nulidade do julgamento da Ação Penal 470! A motivação: a Reforma da Previdência teria sido votada e aprovada a partir da compra de parlamentares! Ainda que a nulidade seja parcial porquanto a ação a ser ‘ajuizada pela associação de juízes’ (sic) contestará, apenas, os prejuízos causados pela Reforma aos... Juízes(!)”
[‘No domínio deste fato’, nada de privilégios e corporativismo indecorosos!]
RESCALDO: “Seu menino”, “sua menina”, quando nos estertores “das discussões em uníssono”(!?) ‘esse convidado escolhido a dedo’ acabou de fazer a explanação, ‘a convidada escolhida a dedo’ [Eliane Cantanhêde] e a âncora [Cristiana Lobo], literalmente, rostos enrubescidos, para em seguida, amarelados de uma lividez sepulcral! Coitados(as) dos(as) assinantes!...
Que jornalismo é este, sô?...
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
Tudo ao contrário
Por Mino Carta
Editorial
23.11.2012 09:10
Em http://www.cartacapital.com.br/sociedade/tudo-ao-contrario/#todos-comentarios
(...)
Há provas irrefutáveis de que Cachoeira executou grampos a pedido de Policarpo Jr. e organizou a operação para monitorar os movimentos de José Dirceu, cujos resultados geraram uma capa da semanal da Abril. Provado está também que o ex-senador Demóstenes Torres ganhou as célebres páginas amarelas de Veja, prontas a apresentá-lo como um varão de Plutarco, em atenção a uma solicitação de Cachoeira. Investigações da Polícia Federal revelaram que, durante a feliz parceria, o profissional e o contraventor mantiveram mais de 200 conversações pelo telefone.
Situações similares em outros países provocaram a expulsão de jornalistas não somente de suas redações, mas também, e sobretudo, das próprias entidades da categoria. Por ter formulado acusações falsas, um diretor de redação italiano pagou recentemente pela culpa do seu jornal e foi condenado a alguns anos de reclusão. No Reino Unido, Rupert Murdoch teve de sair do país por ter praticado façanhas muito parecidas com aquelas cometidas pela Veja de Policarpo Jr.
(...)
Donde já me apresso a preparar meu coração e meus ouvidos para a tradicional ladainha, a denunciar o assalto à liberdade de imprensa. Como é do conhecimento até do mundo mineral esta, nas nossas latitudes, corresponde à liberdade dos barões midiáticos e dos seus sabujos de agirem como bem entendem. Manipulam, omitem, mentem.
Quando a verdade factual dos comportamentos de Policarpo Jr., e portanto da Veja e da Abril, veio à tona faz meses, até um Marinho se moveu do Rio no rumo de Brasília para um encontro com o vice-presidente da República, Michel Temer, a fim de alertá-lo sobre os riscos que a mídia da casa-grande sofreria caso o parceiro de Cachoeira fosse chamado a depor na CPI. Logo, uma figura graúda da Abril seguiu-lhe os passos para reproduzir o alerta. Se havia um plano de convocar Policarpo Jr., este abortou. Temer sabe mexer seus pauzinhos.
(...)
Observem: houvesse eleições presidenciais hoje, Dilma Rousseff esmagaria qualquer competidor da oposição. E Lula ganhou anteontem a parada paulistana ao levar Haddad à prefeitura contra o cada vez mais preparado José Serra. Não consigo escapar ao costumeiro diálogo com os meus botões. Será que, neste singular, insólito, quem sabe único país chamado Brasil, os vencedores atuam como perdedores e vice-versa?
##########################
Que país é este, sô?!...
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
Fofuras da “Veja”
POR MARCELO COELHO
25/11/12 - 03:08
Faz muito tempo que não leio a “Veja”, tendo apenas comprado o número da semana passada para ver a matéria sobre a Osesp e o amigo Arthur Nestrovski.
Eis que, como ex-assinante, recebo pelo correio um convite promocional.
É uma obra-prima de imaginação mercadológica mal dirigida.
Na cobertura do envelope, uma intrigante mensagem.
Marcelo,
Perguntei por que faltava o seu nome e ninguém soube explicar. Veja como, logo depois, tudo ficou resolvido.
Hum. Vamos ver? Abro o envelope.
MARCELO,
(é sempre bom ver o nome da gente assim em letras grandes)
a reunião de ontem foi muito importante para mim e você tem tudo a ver com isso.
(ele nem imagina o quanto).
Toda a nossa equipe checava os nomes das pessoas que continuavam assinantes de VEJA.
(precisa ser uma equipe grande para fazer isso, eu acho).
Algumas depois do primeiro ano de assinatura. Outras depois de dez, vinte anos e até mais.
Gostoso foi comprovar que era uma seleção de gente extremamente diferenciada, ativa e participante, que faz a diferença no meio em que vive.
(deve ter sido bem gostoso, mas um bocado trabalhoso também. Quantos assinantes tem a revista, quinhentos mil? Um milhão? Para eles terem “selecionado” esse milhão de pessoas no meio da população brasileira, e depois comprovarem que a seleção foi bem feita, puxa, não invejo. Mas o importante é que EU, MARCELO, tinha tudo a ver com a importância dessa reunião).
Gente como Marcelo Penteado Coelho
(Não disse? Olha eu aí!)
Quando perguntei por que você não estava mais entre os assinantes de VEJA, algumas possibilidades apareceram.
(Vamos ver se ele acerta)
Marcelo perdeu o prazo de renovação, por algum motivo.
(aí não vale: qual o motivo? Ainda está frio…)
Ou viajou na hora de renovar e esqueceu.
(está certo, como sou uma pessoa diferenciada, eu viajo muito. Mas como é que não percebi, na volta de meu “périplo”, que VEJA não estava mais me aguardando, empilhada na bandeja de prata que meu mordomo costuma usar para me trazer, toda manhã, os principais periódicos do Ocidente?)
Ou está dando um tempo…
(é, foi o que fiz com a Ana Paula Arósio e a Maria Fernanda Cândido)
Ou…
Interferi diretamente.
(escute, que mal pergunte, quem é você afinal?)
Tenho uma ideia clara na cabeça.
(ah, deve ser alguém da Veja mesmo).
Se Marcelo ainda não voltou é porque está só esperando uma boa oportunidade e ainda não soubemos criá-la.
(engenhoso, rapaz! Você sabe bem que MARCELO COELHO é astucioso e preza suas oportunidades de investimento. Faz como na Bolsa ou no dólar: espera as cotações baixarem para comprar).
Foi quando todos tomamos a decisão de trazer você de volta.
(nossa, como vocês aguentaram ficar tantos anos com saudade de mim?)
Criamos a oportunidade que você espera.
(nossa, gêintche… num acreditcho…)
Começamos com o maior desconto que podemos dar: 50%
(es poco, corazón. En las calles de Buenos Aires muchas chicas más guapas que vos ya me hicieron ofertas más despudoradas).
Ou seja, você vai assinar VEJA pela metade do preço.
(legal traduzirem 50% por metade do preço. A clientela, por mais diferenciada que seja, às vezes se confunde na matemática)...
... Mais uma página de explicações e, finalmente, fico sabendo quem escreveu a mensagem. É Marcia Donha, gerente de assinaturas da revista Veja. Não colocou a fotografia junto.
Mas como se trata de uma carta pessoal e carinhosa, quem sabe eu respondo.
MARCIA,
Obrigado por dizer que eu faço falta. Pensei que vocês nem ligassem para o fato de eu ter suspendido a assinatura há tanto tempo. Toda a sua equipe, durante esses anos, parece ter se preocupado mais em cultivar um público limitado, preconceituoso, consumista e sem nenhuma sofisticação cultural, disposto apenas a ver numa revista a confirmação de suas ideias simplistas sobre o mundo, incapaz de notar o tom partidário e editorializado de matérias pobres em conteúdo informativo, além de pronto a aplaudir o estilo hidrófobo de seus colaboradores. Fico feliz: estão pensando em me reconquistar. Mas achar que eu estava esperando esse descontinho para voltar… francamente. Só volto quando ganhar as obras completas de Lya Luft encadernadas de brinde. Cobro caro para vocês terem o meu amor de volta. Não sou desses que acodem a qualquer trocadinho, viu, MARCIA?
Um beijo, fofa.
FONTE – acredite se quiser!: http://marcelocoelho.blogfolha.uol.com.br/2012/11/25/fofuras-da-veja/
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TEMPO HISTÓRICO: ‘a veja’ jogada, literalmente, no esgoto da ‘Marginal’!...
SEN-SA-CI-NAL, SENSACIONAL!
Egrégio e impávido Jornalista Marcelo Coelho, o honesto, sapiente e valoroso povo trabalhador brasileiro lhe agradece, penhoradamente! A história, idem!...
Felicidades!
Saudações democráticas, progressistas, nacionalistas, antigolpistas e civilizatórias,
BRASIL (QUASE-)NAÇÃO
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
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