Por Alexandre Haubrich, no blog Jornalismo B:
Durante esta terça-feira a cobertura dos acontecimentos políticos na Venezuela na mídia dominante brasileira foi, em grande parte, de omissão. Enquanto os grandes jornais dedicavam páginas inteiras às bombas que explodiram em Boston, nos Estados Unidos, os sete mortos venezuelanos e o desrespeito da direita ao resultado eleitoral estavam nos rodapés. No Jornal Nacional, cobertura especial nos Estados Unidos, e apenas uma nota coberta – lida por um âncora com imagens ao fundo – sobre a Venezuela.
Nos Estados Unidos, foram três mortos e não se sabe quem colocou as bombas que explodiram durante a maratona de Boston. Na Venezuela, os protestos violentos contra a eleição de Nicolás Maduro são um fato consolidado, sua liderança em Henrique Capriles, candidato derrotado, está dada, e já foram sete mortes, além de dezenas de venezuelanos feridos e de diversos locais incendiados e destruídos.
É justamente o fato de haver um culpado claro para as mortes e a destruição na Venezuela – a direita e seu líder local, Capriles, aliados ao governo dos Estados Unidos, que insiste em não reconhecer o resultado da eleição – que fez com que a cobertura minguasse nos jornais e telejornais desta terça. Dar destaque a algo tão negativo e que vem de um aliado desse setor da mídia brasileira não é bom negócio.
Ao mesmo tempo, não vemos esse setor da mídia falar em atentados, em terrorismo ou sequer em baderna. Também não usa os termos assassinato e destruição. Não diz que dirigentes do PSUV estão sendo atacados em suas casas, nem que foram incendiadas sedes do PSUV e de Centros de Saúde Comunitários. Não diz que até mesmo o governo da Espanha já reconheceu a vitória de Maduro, e apenas os Estados Unidos insistem na negativa. Também não relaciona o que está acontecendo ao golpe de 2002, coordenado de forma semelhante pelos mesmos grupos políticos. Nos veículos de comunicação da elite brasileira não há cobertura real do que acontece na Venezuela nesse momento.
É justamente o fato de haver um culpado claro para as mortes e a destruição na Venezuela – a direita e seu líder local, Capriles, aliados ao governo dos Estados Unidos, que insiste em não reconhecer o resultado da eleição – que fez com que a cobertura minguasse nos jornais e telejornais desta terça. Dar destaque a algo tão negativo e que vem de um aliado desse setor da mídia brasileira não é bom negócio.
Ao mesmo tempo, não vemos esse setor da mídia falar em atentados, em terrorismo ou sequer em baderna. Também não usa os termos assassinato e destruição. Não diz que dirigentes do PSUV estão sendo atacados em suas casas, nem que foram incendiadas sedes do PSUV e de Centros de Saúde Comunitários. Não diz que até mesmo o governo da Espanha já reconheceu a vitória de Maduro, e apenas os Estados Unidos insistem na negativa. Também não relaciona o que está acontecendo ao golpe de 2002, coordenado de forma semelhante pelos mesmos grupos políticos. Nos veículos de comunicação da elite brasileira não há cobertura real do que acontece na Venezuela nesse momento.
2 comentários:
Venezuela é complicado mesmo... Todas as emissoras de TV são estatais e os poucos veículos independentes são perseguidos judicialmente. Difícil saber qual a verdade por lá: se é a verdade verdadeira ou a verdade dos "bolivarianos" e dos passarinhos.
Franco precisa se informar bem mais sobre a Venezuela. Dizer que TODAS as emissoras de TV são estatais é não saber nada sobre o país vizinho. É só repetir (e mal) o que a grande mídia nacional dissemina.
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