Por Cadu Amaral, em seu blog:
Todos os debates dos últimos dias giram em torno da reforma política. O tucanato e seus aliados, dentro e fora dos partidos, insistem em defender a tese de que, além de não responder ao “calor das ruas”, o plebiscito para uma reforma política é uma agenda apenas do PT. No Globo isso já havia sido afirmado por um dos filhos do Roberto Marinho, responsáveis pelo periódico carioca. E o Aécio Neves, pré-candidato do PSDB a 2014 repetiu tudo isso em seu último artigo na Folha de S. Paulo.
O que começou como atos contra o aumento de passagens de transporte coletivo em São Paulo se transformaram em uma mistureba de pautas. Das sérias é possível tirar o ponto comum entre elas: a falta de maior participação direta da população nas decisões políticas e o seu modus operandi. Plebiscito para realizar uma reforma política é ir de encontro ao centro das insatisfações. Mais uma vez Aécio fala besteira, talvez fruto dos conselhos de seu novo velho guru: FHC.
FHC que já quis uma constituinte exclusiva e, nenhumas das vozes contrárias agora se manifestaram à época. O bom debate sobre a viabilidade da proposta é sempre bem-vindo, mas daí o senador mineiro-carioca (ou seria carioca-mineiro?) usar a palavra desrespeito para categorizar a ideia de envolver o povo em uma reforma política, não. Desrespeito ele comete sempre que abre a boca ou escreve alguma coisa para tentar se locupletar das situações da conjuntura.
Neves bebe da desinformação corrente no país. Dos virais das redes sociais que, aqui e acolá, surgem denúncias, com prints de páginas, de pessoas ligadas ao PSDB alimentando boataria. Teve gente nos atos em Maceió e possivelmente em outras cidades, que juram que foi a Dilma quem mandou aumentar as tarifas dos transportes. Como também que a PEC 37 era de autoria de um parlamentar do PT. Ou mesmo que os atos eram contra o governo federal, contra a Dilma.
Nesses atos tinham de tudo, inclusive cartazes, e não poucos, contra a rede Globo. Mas uma, sempre recorrente em manifestações de rua, espontâneas ou não, não apareceu em nenhum lugar: quero emprego. Nossa situação de pleno emprego, de distribuição de renda constante, eliminou esse tema da pauta. Esses atos, essas reivindicações, as verdadeiras, quaisquer que sejam elas, são em busca de algo que ainda não foi conquistado, mesmo que de forma difusa, mas não por algo que lhes foi tirado. Como são os da Europa, por exemplo.
Se a pesquisa Datafolha estiver próxima da realidade, onde estão os números de sua avaliação pessoal? Só foram divulgados os de avaliação de governo. Sempre quando se faz esse tipo de pesquisa, as duas avaliações são feitas e divulgadas. Ou agora parou? Está mais claro do que cristal que a “grande imprensa” atua para associar os atos à Dilma. Junte os veículos de comunicação de massa aos virais da internet e temos essa confusão que aí está. Porém, o centro das reclamações é, como afirmado acima, a forma de fazer política no Brasil.
Aécio ainda afirma que o PT não gosta da classe média. Usa o vídeo de Marilena Chauí em um evento de lançamento do livro do sociólogo Emir Sader “os dez anos de governos pós-neoliberais”. Mas qual a classe média que Aécio fala? A paulistana, que odeia tudo que não seja ariano, “limpinho e cheiroso” como a Eliane Cantanhêde disse que era a convenção do PSDB que lançou Serra à presidência em 2010? Essa daí, não dá para gostar não.
Quantos discursos mirabolantes essa turma vai inventar para que não se reforme a política no Brasil? E que se for para fazer que se faça sem povo, é o que está nas entrelinhas de suas falas e escritos.
Todos os debates dos últimos dias giram em torno da reforma política. O tucanato e seus aliados, dentro e fora dos partidos, insistem em defender a tese de que, além de não responder ao “calor das ruas”, o plebiscito para uma reforma política é uma agenda apenas do PT. No Globo isso já havia sido afirmado por um dos filhos do Roberto Marinho, responsáveis pelo periódico carioca. E o Aécio Neves, pré-candidato do PSDB a 2014 repetiu tudo isso em seu último artigo na Folha de S. Paulo.
O que começou como atos contra o aumento de passagens de transporte coletivo em São Paulo se transformaram em uma mistureba de pautas. Das sérias é possível tirar o ponto comum entre elas: a falta de maior participação direta da população nas decisões políticas e o seu modus operandi. Plebiscito para realizar uma reforma política é ir de encontro ao centro das insatisfações. Mais uma vez Aécio fala besteira, talvez fruto dos conselhos de seu novo velho guru: FHC.
FHC que já quis uma constituinte exclusiva e, nenhumas das vozes contrárias agora se manifestaram à época. O bom debate sobre a viabilidade da proposta é sempre bem-vindo, mas daí o senador mineiro-carioca (ou seria carioca-mineiro?) usar a palavra desrespeito para categorizar a ideia de envolver o povo em uma reforma política, não. Desrespeito ele comete sempre que abre a boca ou escreve alguma coisa para tentar se locupletar das situações da conjuntura.
Neves bebe da desinformação corrente no país. Dos virais das redes sociais que, aqui e acolá, surgem denúncias, com prints de páginas, de pessoas ligadas ao PSDB alimentando boataria. Teve gente nos atos em Maceió e possivelmente em outras cidades, que juram que foi a Dilma quem mandou aumentar as tarifas dos transportes. Como também que a PEC 37 era de autoria de um parlamentar do PT. Ou mesmo que os atos eram contra o governo federal, contra a Dilma.
Nesses atos tinham de tudo, inclusive cartazes, e não poucos, contra a rede Globo. Mas uma, sempre recorrente em manifestações de rua, espontâneas ou não, não apareceu em nenhum lugar: quero emprego. Nossa situação de pleno emprego, de distribuição de renda constante, eliminou esse tema da pauta. Esses atos, essas reivindicações, as verdadeiras, quaisquer que sejam elas, são em busca de algo que ainda não foi conquistado, mesmo que de forma difusa, mas não por algo que lhes foi tirado. Como são os da Europa, por exemplo.
Se a pesquisa Datafolha estiver próxima da realidade, onde estão os números de sua avaliação pessoal? Só foram divulgados os de avaliação de governo. Sempre quando se faz esse tipo de pesquisa, as duas avaliações são feitas e divulgadas. Ou agora parou? Está mais claro do que cristal que a “grande imprensa” atua para associar os atos à Dilma. Junte os veículos de comunicação de massa aos virais da internet e temos essa confusão que aí está. Porém, o centro das reclamações é, como afirmado acima, a forma de fazer política no Brasil.
Aécio ainda afirma que o PT não gosta da classe média. Usa o vídeo de Marilena Chauí em um evento de lançamento do livro do sociólogo Emir Sader “os dez anos de governos pós-neoliberais”. Mas qual a classe média que Aécio fala? A paulistana, que odeia tudo que não seja ariano, “limpinho e cheiroso” como a Eliane Cantanhêde disse que era a convenção do PSDB que lançou Serra à presidência em 2010? Essa daí, não dá para gostar não.
Quantos discursos mirabolantes essa turma vai inventar para que não se reforme a política no Brasil? E que se for para fazer que se faça sem povo, é o que está nas entrelinhas de suas falas e escritos.
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