Por Renato Rovai, em seu blog:
Ontem (27) a presidenta Dilma (@dilmabr) anunciou que estava reativando sua conta no Twitter (silenciosa desde que foi eleita), criando uma conta para o Planalto divulgar novidades, além de um instagram e um Facebook. E o fez em grande estilo: conversando com seu perfil fake, o Dilma Bolada (@diimabr). A conversa gerou buzz na imprensa e no próprio Twitter. Mapeei uma parte dela, que consistiu em 2525 nós e mais de 6 mil tweets (muitos retweets). Quando agrupamos o grafo por clusters e observamos como os nós participaram, temos um mapa inesperado. Selecionei algumas observações.
O grupo grande, a esquerda, representa o grupo associado com a conta oficial (@dilmabr). Observe-se que há um grande número de nós que não está conectado aos demais grupos. No meio, em cima, em azul claro, o grupo (menor) da Dilma Bolada (@diimabr). Observe-se que há mais conexões entre aquele grupo e a conta oficial, mas a recíproca não é verdadeira para o grupo azul escuro. Isso porque muita gente que citou a conta oficial citou através de críticas ou perguntas, mas não fazendo referência direta a conversa com a Dilma Bolada. Junto com a conta desta última, vemos outros dois grupos bem conectados, verde e laranja. O laranja tem a conta da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, como centro. O verde, o presidente dos EUA, Barack Obama. Essas duas contas representam não participantes da conversa, mas atores que foram involuntariamente parte do papo. Foram muito citados, mas não “falaram”. Ambos estão mais conectados com o grupo da Dilma Bolada, e representam algumas das piadas feitas pela conta fake. Embaixo, em vermelho, mais distante desses grupos está o grupo dos simpatizantes e políticos do PT e da conta oficial do partido. Este grupo tem uma estrutura mais conectada, porque “falou” mais e citou mais os atores do próprio grupo. No caso, o grupo conecta-se à conta oficial em sua maioria e quase nada à conta fake.
O que podemos observar, portanto?
Apesar de “conversarem” entre si, as duas contas (Dilma Bolada e Dilma) repercutem em grupos diferentes. Além disso, a conta fake tem mais conversação (ou seja, mais conexões entre ela e os demais nós) do que a conta oficial. Assim, enquanto a conta oficial trabalhou com audiência, a conta fake interagiu. Se observarmos também as palavras e tags que mais repercutiram, tem o #perguntaadilma, uma brincadeira feita pela conta fake que gerou uma maior quantidade de interação. Mas de um modo geral, podemos observar que, apesar das interconexões, há distintamente dois grupos, um em torno da conta oficial e da conta do PT, outro em torno da conta fake e das citações dos presidentes. O primeiro, audiência que apenas repercute (exceção ao grupo do PT e por isso, separado); o outro, da conta fake, conversação. Vemos, assim, no mapa, que cada uma das contas “falou” com um grupo diferente, apesar de conversarem entre si. Resta saber se os valores gerados por uma conta vão conseguir ser agregados pela outra ou não. Curiosamente, nenhum nó da imprensa apareceu neste primeiro mapa, que representou algo como os primeiros 20 minutos após a primeira interação da @dilmabr.
A pesquisadora Raquel Recuero, da Universidade Católica de Pelotas, analisou o impacto da conversa entre Dilma Rousseff e Dilma Bolada na última sexta-feira (27), mapeando o próprio Twitter. Segundo ela, cada conta falou com um público diferente. Enquanto o perfil fake interagiu mais, a conta oficial trabalhou com a audiência, com quase 2 milhões de seguidores. Dilma estava fora da rede social desde 2010, e estava mais do que na hora de reativá-la. E foi um golaço voltar interagindo com o seu fake que faz sucesso tanto no Twitter, como no Facebook.
Confira o mapeamento de Raquel publicado em seu site.
Ontem (27) a presidenta Dilma (@dilmabr) anunciou que estava reativando sua conta no Twitter (silenciosa desde que foi eleita), criando uma conta para o Planalto divulgar novidades, além de um instagram e um Facebook. E o fez em grande estilo: conversando com seu perfil fake, o Dilma Bolada (@diimabr). A conversa gerou buzz na imprensa e no próprio Twitter. Mapeei uma parte dela, que consistiu em 2525 nós e mais de 6 mil tweets (muitos retweets). Quando agrupamos o grafo por clusters e observamos como os nós participaram, temos um mapa inesperado. Selecionei algumas observações.
O grupo grande, a esquerda, representa o grupo associado com a conta oficial (@dilmabr). Observe-se que há um grande número de nós que não está conectado aos demais grupos. No meio, em cima, em azul claro, o grupo (menor) da Dilma Bolada (@diimabr). Observe-se que há mais conexões entre aquele grupo e a conta oficial, mas a recíproca não é verdadeira para o grupo azul escuro. Isso porque muita gente que citou a conta oficial citou através de críticas ou perguntas, mas não fazendo referência direta a conversa com a Dilma Bolada. Junto com a conta desta última, vemos outros dois grupos bem conectados, verde e laranja. O laranja tem a conta da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, como centro. O verde, o presidente dos EUA, Barack Obama. Essas duas contas representam não participantes da conversa, mas atores que foram involuntariamente parte do papo. Foram muito citados, mas não “falaram”. Ambos estão mais conectados com o grupo da Dilma Bolada, e representam algumas das piadas feitas pela conta fake. Embaixo, em vermelho, mais distante desses grupos está o grupo dos simpatizantes e políticos do PT e da conta oficial do partido. Este grupo tem uma estrutura mais conectada, porque “falou” mais e citou mais os atores do próprio grupo. No caso, o grupo conecta-se à conta oficial em sua maioria e quase nada à conta fake.
O que podemos observar, portanto?
Apesar de “conversarem” entre si, as duas contas (Dilma Bolada e Dilma) repercutem em grupos diferentes. Além disso, a conta fake tem mais conversação (ou seja, mais conexões entre ela e os demais nós) do que a conta oficial. Assim, enquanto a conta oficial trabalhou com audiência, a conta fake interagiu. Se observarmos também as palavras e tags que mais repercutiram, tem o #perguntaadilma, uma brincadeira feita pela conta fake que gerou uma maior quantidade de interação. Mas de um modo geral, podemos observar que, apesar das interconexões, há distintamente dois grupos, um em torno da conta oficial e da conta do PT, outro em torno da conta fake e das citações dos presidentes. O primeiro, audiência que apenas repercute (exceção ao grupo do PT e por isso, separado); o outro, da conta fake, conversação. Vemos, assim, no mapa, que cada uma das contas “falou” com um grupo diferente, apesar de conversarem entre si. Resta saber se os valores gerados por uma conta vão conseguir ser agregados pela outra ou não. Curiosamente, nenhum nó da imprensa apareceu neste primeiro mapa, que representou algo como os primeiros 20 minutos após a primeira interação da @dilmabr.
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