Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Me enviam um vídeo no Facebook que me faz rever Diogo Mainardi. É um trecho de um Manhattan Connection com uma entrevista com Luiza Trajano, dos magazines Luiza.
E é também uma estupenda aula de antijornalismo. Nas escolas de jornalismo poderiam passar o vídeo e dizer: "Prestem atenção. É assim que não se faz jornalismo."
Apenas uma pessoa se salva: a própria Luiza. Simples, educada, simpática e firme, ela leva luz a um ambiente de ampla ignorância sobre o assunto em debate. Fora isso, ela nota a patologia da mídia econômica em sempre enxergar a parte vazia do copo. “Personifico o copo vazio”, brada, triunfalmente, Mainardi.
O tema discutido é o varejo brasileiro. Uma “crise” assola o varejo, segundo o programa. Diogo Mainardi tem dados apavorantes, que ele transmite com a euforia dos que torcem sempre pelo naufrágio. A inadimplência subiu pelo segundo ano consecutivo, segundo ele. O horror está aí. Ele quer saber quando Luiza vai vender sua rede para a Amazon.
Calmamente, ela corrige Mainardi. A inadimplência caiu no varejo. As vendas cresceram mais de 5% em 2013. São “estatísticas” que ela se prontifica a passar para Mainardi. Ele, claro, recusa. “Me poupe”, diz.
Este é o jornalismo de Mainardi. Desprezo pelos fatos, pelas estatísticas e um formidável blablablá catastrofista. O catastrofismo está grudado no jornalismo econômico brasileiro.
Má notícia é boa notícia, esta a lógica. As coisas se complicam quando você, como Mainardi, torce os fatos para chegar à má notícia. Num mundo jornalístico menos imperfeito, Mainardi seria severamente repreendido.
Mas alguém imagina isso acontecendo?
Pessoas como Mainardi têm passe livre para dizer as bobagens que quiserem, desde que batam no PT. Outro caso notável, aí, é o do ‘historiador’ Marco Antônio Villa. Apesar de sistematicamente cometer erros grosseiros de avaliação, Villa é um personagem ubíquo na mídia brasileira. Ele só será cobrado se um dia elogiar Lula ou Dilma.
No Manhattan Connection, os amigos ajudam Mainardi, como você pode perceber no vídeo. Ficamos sabendo pelo apresentador Lucas Mendes que quem decretara a crise no varejo brasileiro, uma semana antes, fora Caio Blinder, apoiado sabe-se lá em quê. Blinder aparece no vídeo e não está nem um pouco vexado por informar erroneamente seus espectadores. Não se desculpa, não se explica.
Está risonho como se tivesse dado o furo de que o homem pisou na lua.
O próprio Lucas Mendes, enquanto está fora do ar, faz uma pesquisa improvisada e diz sobre as visões opostas de Luiza e Mainardi: “Acho que a Luiza está certa.”
Ele acha. Isso sugere que ele considerava a possibilidade de que Mainardi, com seu conhecimento enciclopédico, é que estivesse certo.
Penso como é quando não existe alguém como Luiza para corrigir as barbaridades da turma do Manhattan Connection.
Pobres espectadores.
Me enviam um vídeo no Facebook que me faz rever Diogo Mainardi. É um trecho de um Manhattan Connection com uma entrevista com Luiza Trajano, dos magazines Luiza.
E é também uma estupenda aula de antijornalismo. Nas escolas de jornalismo poderiam passar o vídeo e dizer: "Prestem atenção. É assim que não se faz jornalismo."
Apenas uma pessoa se salva: a própria Luiza. Simples, educada, simpática e firme, ela leva luz a um ambiente de ampla ignorância sobre o assunto em debate. Fora isso, ela nota a patologia da mídia econômica em sempre enxergar a parte vazia do copo. “Personifico o copo vazio”, brada, triunfalmente, Mainardi.
O tema discutido é o varejo brasileiro. Uma “crise” assola o varejo, segundo o programa. Diogo Mainardi tem dados apavorantes, que ele transmite com a euforia dos que torcem sempre pelo naufrágio. A inadimplência subiu pelo segundo ano consecutivo, segundo ele. O horror está aí. Ele quer saber quando Luiza vai vender sua rede para a Amazon.
Calmamente, ela corrige Mainardi. A inadimplência caiu no varejo. As vendas cresceram mais de 5% em 2013. São “estatísticas” que ela se prontifica a passar para Mainardi. Ele, claro, recusa. “Me poupe”, diz.
Este é o jornalismo de Mainardi. Desprezo pelos fatos, pelas estatísticas e um formidável blablablá catastrofista. O catastrofismo está grudado no jornalismo econômico brasileiro.
Má notícia é boa notícia, esta a lógica. As coisas se complicam quando você, como Mainardi, torce os fatos para chegar à má notícia. Num mundo jornalístico menos imperfeito, Mainardi seria severamente repreendido.
Mas alguém imagina isso acontecendo?
Pessoas como Mainardi têm passe livre para dizer as bobagens que quiserem, desde que batam no PT. Outro caso notável, aí, é o do ‘historiador’ Marco Antônio Villa. Apesar de sistematicamente cometer erros grosseiros de avaliação, Villa é um personagem ubíquo na mídia brasileira. Ele só será cobrado se um dia elogiar Lula ou Dilma.
No Manhattan Connection, os amigos ajudam Mainardi, como você pode perceber no vídeo. Ficamos sabendo pelo apresentador Lucas Mendes que quem decretara a crise no varejo brasileiro, uma semana antes, fora Caio Blinder, apoiado sabe-se lá em quê. Blinder aparece no vídeo e não está nem um pouco vexado por informar erroneamente seus espectadores. Não se desculpa, não se explica.
Está risonho como se tivesse dado o furo de que o homem pisou na lua.
O próprio Lucas Mendes, enquanto está fora do ar, faz uma pesquisa improvisada e diz sobre as visões opostas de Luiza e Mainardi: “Acho que a Luiza está certa.”
Ele acha. Isso sugere que ele considerava a possibilidade de que Mainardi, com seu conhecimento enciclopédico, é que estivesse certo.
Penso como é quando não existe alguém como Luiza para corrigir as barbaridades da turma do Manhattan Connection.
Pobres espectadores.
6 comentários:
Quem ainda assiste esse lixo?
O programa, deveria, e a ele me refiro como:
"Babaca Connection"
Vi o vídeo: realmente é uma aula de antijornalismo. No mais, nunca assisto a Globo, Globo News, Globo Ilhas Cayman, etc.
sempre bom vê-los perdidos e ferrados com nossos progressos, esses vira-latas
Olha, prá ser sincero, é de estranhar toda esta surpresa com relação à Globo e ao PIG,eles, só levam "cientistas", "sociólogos", "comentarista políticos", enfim àqueles que irão falar exatamente o que eles querem entupir seus telespectadores. Se levam pessoas com conhecimento de causa, dá nisto. A vida da Luiza é ganhar com o varejo, os mainardis da vida, tendo um litrinho de yskie escreve o que o patrão manda escrever.
Alguem conseguiu entender o nome da autora do livro que a Luiza indicou e o jornalista para variar nao falou o titulo
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