Por Altamiro Borges
O bairro de Itaquera, na carente Zona Leste da capital paulista, será o centro do mundo nesta quinta-feira (12). O novo estádio do Corinthians, o time mais popular do país, sediará a abertura da Copa. O jogo entre as seleções do Brasil e da Croácia será transmitido para bilhões de pessoas de quase 200 países do planeta. Na soma das partidas, calcula-se que mais de 3,5 bilhões de pessoas acompanhem o desenrolar dos jogos e das festanças no território brasileiro, numa cobertura que envolve 18 mil profissionais credenciados da mídia do mundo inteiro. Para isto, Itaquera se preparou. As ruas estão cobertas de bandeiras, os muros foram grafitados e o clima entre os moradores é de euforia.
Segundo o jornalista Antonio Prada, do portal Terra Magazine, nos minutos que antecedem à partida “milhares de pessoas orbitavam ao redor da arena, como que embriagadas pela materialização da Copa. Cores e sotaques entrelaçados. Turistas-torcedores, de várias nacionalidades. E a população local, que já adotou a área como ponto de encontro e de celebração. Ao redor, e pela artéria Radial Leste que une a região ao centro, pontos comerciais e residenciais não hesitam em gritar pela Copa, com bandeiras nas janelas, enormes pinturas em fachadas e um clima de festa”. É certo, como aponta o jornalista, que a euforia não é unânime. A Copa não superou os graves problemas da sofrida região.
Mas o clima geral é de festa. Até os ocupantes de um terreno próximo ao estádio, batizado de Copa do Povo, estão radiantes. Graças a sua luta, com inúmeras assembleias e passeatas lideradas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), eles conquistaram a desapropriação da área e agora sonham com a sua casa própria – como descreveu a jornalista Lúcia Rodrigues, numa bela reportagem do blog Viomundo. O povo batalhador de Itaquera e do Brasil, apaixonado pelo futebol, está em festa. Bem diferente de setores da elite e da sua mídia privada, que sempre difundiram o complexo de vira-lata contra o país por causa da sua mentalidade colonizada e mesquinha.
Isto explica o resultado da pesquisa do Instituto Data Popular divulgada nesta semana. Ela mostra que a Copa do Mundo adquiriu as cores de uma disputa classista. As pessoas com renda superior a dez salários mínimos se opõem a realização do torneio (52% são contra); já os que ganham de um a dois salários mínimos, apoiam os jogos no Brasil (72% são favoráveis). O problema não está no futebol, mas sim nas eleições presidenciais de outubro próximo. “O que percebemos é que os mais ricos começam a acreditar que o sucesso da Copa significa a continuidade do governo”, explica Renato Meirelles, presidente do instituto de pesquisa. Felizmente, não é só Itaquera que está em festa!
*****
Leia também:
- Copa do Mundo no Brasil já começou
- Copa e as ruas coloridas do Brasil
- Globo vai secar o Brasil na Copa
- O que esperamos da Copa no Brasil
- Copa do Mundo desafia o Brasil
- Fifa e Globo: queremos jogar também
- A Copa e a farsa dos oportunistas
- Copa do Mundo: o que está em jogo
O bairro de Itaquera, na carente Zona Leste da capital paulista, será o centro do mundo nesta quinta-feira (12). O novo estádio do Corinthians, o time mais popular do país, sediará a abertura da Copa. O jogo entre as seleções do Brasil e da Croácia será transmitido para bilhões de pessoas de quase 200 países do planeta. Na soma das partidas, calcula-se que mais de 3,5 bilhões de pessoas acompanhem o desenrolar dos jogos e das festanças no território brasileiro, numa cobertura que envolve 18 mil profissionais credenciados da mídia do mundo inteiro. Para isto, Itaquera se preparou. As ruas estão cobertas de bandeiras, os muros foram grafitados e o clima entre os moradores é de euforia.
Segundo o jornalista Antonio Prada, do portal Terra Magazine, nos minutos que antecedem à partida “milhares de pessoas orbitavam ao redor da arena, como que embriagadas pela materialização da Copa. Cores e sotaques entrelaçados. Turistas-torcedores, de várias nacionalidades. E a população local, que já adotou a área como ponto de encontro e de celebração. Ao redor, e pela artéria Radial Leste que une a região ao centro, pontos comerciais e residenciais não hesitam em gritar pela Copa, com bandeiras nas janelas, enormes pinturas em fachadas e um clima de festa”. É certo, como aponta o jornalista, que a euforia não é unânime. A Copa não superou os graves problemas da sofrida região.
Mas o clima geral é de festa. Até os ocupantes de um terreno próximo ao estádio, batizado de Copa do Povo, estão radiantes. Graças a sua luta, com inúmeras assembleias e passeatas lideradas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), eles conquistaram a desapropriação da área e agora sonham com a sua casa própria – como descreveu a jornalista Lúcia Rodrigues, numa bela reportagem do blog Viomundo. O povo batalhador de Itaquera e do Brasil, apaixonado pelo futebol, está em festa. Bem diferente de setores da elite e da sua mídia privada, que sempre difundiram o complexo de vira-lata contra o país por causa da sua mentalidade colonizada e mesquinha.
Isto explica o resultado da pesquisa do Instituto Data Popular divulgada nesta semana. Ela mostra que a Copa do Mundo adquiriu as cores de uma disputa classista. As pessoas com renda superior a dez salários mínimos se opõem a realização do torneio (52% são contra); já os que ganham de um a dois salários mínimos, apoiam os jogos no Brasil (72% são favoráveis). O problema não está no futebol, mas sim nas eleições presidenciais de outubro próximo. “O que percebemos é que os mais ricos começam a acreditar que o sucesso da Copa significa a continuidade do governo”, explica Renato Meirelles, presidente do instituto de pesquisa. Felizmente, não é só Itaquera que está em festa!
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