Por Ismael Cardoso, no site da UJS:
A nova pesquisa do Ibope assustou muitas pessoas que apoiam a presidenta Dilma ou o candidato Aécio Neves. Numa primeira percepção a candidata Marina Silva, com 29% e ainda ganhando de Dilma no segundo turno, pode assustar mesmo, entretanto, há um caminhão de “porém’s”.
Olhando mais detidamente, o caso de Marina se assemelha ao do candidato a prefeito de São Paulo em 2012, Celso Russomano. Russomano cresceu como um foguete e ganhava no segundo turno em algumas projeções. Na época, Haddad tinha apenas 9%, escrevi um artigo, “prepara uma avenida (paulista) que a gente vai passar” (http://www.vermelho.org.br/noticia/191898-1), onde afirmava que Russomano não passaria do primeiro turno, e que Haddad seria eleito prefeito.
A questão a saber é a densidade eleitoral de cada candidato, ser popular ou parecer uma alternativa “da nova política” sempre encanta o eleitorado, mas, só isso não é suficiente pra por comida na mesa, na hora de apertar confirma muitas outras variantes contam na cabeça do povo.
Marina teve 20 milhões de votos na última eleição para presidente, ela ainda carrega uma parcela destes votos consigo. Levemos em consideração a comoção entorno da morte de Eduardo Campos, esta é a primeira pesquisa depois de seu falecimento. A imprensa, até agora, tem poupado Marina, somado a tudo isso, o PSDB tem o candidato mais frágil de toda a sua história em disputas presidenciais. Estes três fatores incharam a candidatura de Marina.
Marina, assim como Russomano, é muito vazia e isso ficou claro no primeiro debate, ocorrido na noite de ontem (26) na Bandeirantes.
Depois de três horas de discussões não foi possível identificar uma proposta clara da candidata Marina, pior ainda, ela saiu com a pecha de candidata das elites, do mercado financeiro, foi o próprio Noblat que afirmou isso pelo twitter ao final do debate. Marina gaguejou e não respondeu a pergunta do nosso herói incompreendido da luta pelos transportes públicos, o candidato Levy Fidelix. Levy questionou sobre as bilionárias sonegações fiscais do Itaú e da Natura, aliados da candidata. Marina também cometeu a gafe de dizer que o problema do Brasil não é a elite, mas, a falta dela. Até Aécio Neves conseguiu lhe botar contra a parede quando perguntou sobre sua coerência política, que em 2010 negou apoio a José Serra e recentemente pediu apoio ao mesmo José Serra.
Outra questão fundamentalíssima para encher uma urna de votos são os palanques estaduais, e lhes pergunto, quais são os palanques de Marina? Nos principais Estados os candidatos mais bem colocados apoiam Dilma ou Aécio. No Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) tem 36% das intenções de votos e Ana Amélia (PP) 35%. No Paraná, Beto Richa (PSDB) tem 43%, Requião (PMDB) tem 26% e Gleisi Hoffman (PT) tem 14%. Em São Paulo Alckmin (PSDB)tem 50%, Skaf (PMDB) 11% e Padilha 5% (PT). No Rio de Janeiro Garotinho (PR) tem 28%, Pezão (PMDB) 18%, Crivella (PRB) 16% e Lindberg 12%. Em Minas Gerais, Estado tido como decisivo não só pelo número de eleitores, mais também pela sua geografia, afinal Minas está no sudeste, mas, faz fronteira com centro-oeste e nordeste, refletindo um pouco da realidade destas regiões, Fernando Pimentel (PT) tem 25% e Pimenta da Veiga (PSDB) tem 21%. Só na Bahia Marina pode ter algum rescaldo com Lídice da Mata (PSB) que está em segundo lugar com 11% das intenções de votos. Ou seja, com apenas uma exceção, nenhum dos candidatos com viabilidade eleitoral nos principais Estados do país apoiam Marina Silva.
Assim meus caros, num vazio de propostas e de palanques, dificilmente Marina chegue ao segundo turno.
Mesmo esta ideia difusa de “nova política” começará a cair por terra, afinal, Marina é contra o casamento gay e tem alianças com velhas raposas políticas, como Walter Feldman, Heráclito Fortes, Jorge Bornhausen, André Lara Rezende, este último ajudou a quebrar o Brasil três vezes no governo FHC. O povo pode até parecer, mas, não é bobo. Estas incoerências vão pesar na decisão final.
De outro lado, a máquina midiática do PSDB vai começar a funcionar com mais força contra as fragilidades de Marina Silva, este será o principal embate do primeiro turno. Para Aécio não há outra saída, bater forte em Marina para voltar a ser a principal alternativa anti petista.
Enfim, meu pitaco é que o segundo turno será entre Dilma e Aécio.
Duas comentários sobre Dilma, o primeiro é que ela foi bem no debate, apresentou muito conteúdo e está conseguindo falar com mais desenvoltura que em 2010, o segundo é que seu programa de TV é um verdadeiro massacre da serra elétrica contra os adversários. Esta linha “coração valente” é muito combativa, o povo gosta disso e se continuar assim seremos tetra campeões na presidência.
Não posso terminar este texto sem homenagear este titã da simpatia e combatividade chamado Eduardo Jorge (PV). Tive memoráveis risadas com ele no debate. Mas, não foram só risos, ele fez um bom combate na questão do aborto, das drogas, e da dívida pública, que se for auditada, segundo ele, fica Magrinha que nem a Marina.
A nova pesquisa do Ibope assustou muitas pessoas que apoiam a presidenta Dilma ou o candidato Aécio Neves. Numa primeira percepção a candidata Marina Silva, com 29% e ainda ganhando de Dilma no segundo turno, pode assustar mesmo, entretanto, há um caminhão de “porém’s”.
Olhando mais detidamente, o caso de Marina se assemelha ao do candidato a prefeito de São Paulo em 2012, Celso Russomano. Russomano cresceu como um foguete e ganhava no segundo turno em algumas projeções. Na época, Haddad tinha apenas 9%, escrevi um artigo, “prepara uma avenida (paulista) que a gente vai passar” (http://www.vermelho.org.br/noticia/191898-1), onde afirmava que Russomano não passaria do primeiro turno, e que Haddad seria eleito prefeito.
A questão a saber é a densidade eleitoral de cada candidato, ser popular ou parecer uma alternativa “da nova política” sempre encanta o eleitorado, mas, só isso não é suficiente pra por comida na mesa, na hora de apertar confirma muitas outras variantes contam na cabeça do povo.
Marina teve 20 milhões de votos na última eleição para presidente, ela ainda carrega uma parcela destes votos consigo. Levemos em consideração a comoção entorno da morte de Eduardo Campos, esta é a primeira pesquisa depois de seu falecimento. A imprensa, até agora, tem poupado Marina, somado a tudo isso, o PSDB tem o candidato mais frágil de toda a sua história em disputas presidenciais. Estes três fatores incharam a candidatura de Marina.
Marina, assim como Russomano, é muito vazia e isso ficou claro no primeiro debate, ocorrido na noite de ontem (26) na Bandeirantes.
Depois de três horas de discussões não foi possível identificar uma proposta clara da candidata Marina, pior ainda, ela saiu com a pecha de candidata das elites, do mercado financeiro, foi o próprio Noblat que afirmou isso pelo twitter ao final do debate. Marina gaguejou e não respondeu a pergunta do nosso herói incompreendido da luta pelos transportes públicos, o candidato Levy Fidelix. Levy questionou sobre as bilionárias sonegações fiscais do Itaú e da Natura, aliados da candidata. Marina também cometeu a gafe de dizer que o problema do Brasil não é a elite, mas, a falta dela. Até Aécio Neves conseguiu lhe botar contra a parede quando perguntou sobre sua coerência política, que em 2010 negou apoio a José Serra e recentemente pediu apoio ao mesmo José Serra.
Outra questão fundamentalíssima para encher uma urna de votos são os palanques estaduais, e lhes pergunto, quais são os palanques de Marina? Nos principais Estados os candidatos mais bem colocados apoiam Dilma ou Aécio. No Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) tem 36% das intenções de votos e Ana Amélia (PP) 35%. No Paraná, Beto Richa (PSDB) tem 43%, Requião (PMDB) tem 26% e Gleisi Hoffman (PT) tem 14%. Em São Paulo Alckmin (PSDB)tem 50%, Skaf (PMDB) 11% e Padilha 5% (PT). No Rio de Janeiro Garotinho (PR) tem 28%, Pezão (PMDB) 18%, Crivella (PRB) 16% e Lindberg 12%. Em Minas Gerais, Estado tido como decisivo não só pelo número de eleitores, mais também pela sua geografia, afinal Minas está no sudeste, mas, faz fronteira com centro-oeste e nordeste, refletindo um pouco da realidade destas regiões, Fernando Pimentel (PT) tem 25% e Pimenta da Veiga (PSDB) tem 21%. Só na Bahia Marina pode ter algum rescaldo com Lídice da Mata (PSB) que está em segundo lugar com 11% das intenções de votos. Ou seja, com apenas uma exceção, nenhum dos candidatos com viabilidade eleitoral nos principais Estados do país apoiam Marina Silva.
Assim meus caros, num vazio de propostas e de palanques, dificilmente Marina chegue ao segundo turno.
Mesmo esta ideia difusa de “nova política” começará a cair por terra, afinal, Marina é contra o casamento gay e tem alianças com velhas raposas políticas, como Walter Feldman, Heráclito Fortes, Jorge Bornhausen, André Lara Rezende, este último ajudou a quebrar o Brasil três vezes no governo FHC. O povo pode até parecer, mas, não é bobo. Estas incoerências vão pesar na decisão final.
De outro lado, a máquina midiática do PSDB vai começar a funcionar com mais força contra as fragilidades de Marina Silva, este será o principal embate do primeiro turno. Para Aécio não há outra saída, bater forte em Marina para voltar a ser a principal alternativa anti petista.
Enfim, meu pitaco é que o segundo turno será entre Dilma e Aécio.
Duas comentários sobre Dilma, o primeiro é que ela foi bem no debate, apresentou muito conteúdo e está conseguindo falar com mais desenvoltura que em 2010, o segundo é que seu programa de TV é um verdadeiro massacre da serra elétrica contra os adversários. Esta linha “coração valente” é muito combativa, o povo gosta disso e se continuar assim seremos tetra campeões na presidência.
Não posso terminar este texto sem homenagear este titã da simpatia e combatividade chamado Eduardo Jorge (PV). Tive memoráveis risadas com ele no debate. Mas, não foram só risos, ele fez um bom combate na questão do aborto, das drogas, e da dívida pública, que se for auditada, segundo ele, fica Magrinha que nem a Marina.
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