Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
A realidade exige da gente, tanto quanto firmeza, lucidez para não confundirmos o circunstancial e o essencial.
E o essencial é que, dentro das regras democráticas, o Brasil garantiu mais quatro anos de um governo de coalizão progressista.
Mesmo com todo o cansaço, frustração, sofrimento, angústia e, até, desânimo, que nos possam causar certas indicações – de nomes e de políticas – do segundo governo Dilma, é preciso ter bem claro que o caminho do progresso e da justiça social, no Brasil, sempre foi o da composição, não o da confrontação.
Não é uma afirmação fácil para quem, há 40 anos, é um socialista e não mergulhou num relativismo e em concessões que levaram tantos ao conforto da direita.
Mas é o dever de honestidade de observar que, aqui, a radicalização do processo político é alimento da direita, do conservadorismo e da mediocridade.
E que a composição nos deu Vargas, JK, Jango, e Lula.
A direita brasileira – que não é o Lobão, o Bolsonaro, o Feliciano, Sheherazade ou Reinaldo Azevedo – serve-se deles ( e do nosso justificado asco ao que dizem) para produzir uma onda de mediocridade que, há décadas, não se observava na classe média brasileira.
Talvez desde o lacerdismo, hoje visto como caricato, mas dono de uma expressão real no Brasil dos anos 50/60.
Recomendo a leitura do circo de horrores narrado no blog de Leonardo Sakamoto, onde ele descreve as mensagen recebidas de leitores sobre o encontro com as famílias na noite de Natal, quando “parentes e amigos que aproveitaram a ceia para defender a volta da ditadura, a esterilização forçada dos mais pobres, o machismo institucionalizado, o racismo desvairado, o assassinato de usuários de drogas”.
E este, infelizmente, é um fenômeno que atinge especialmente a juventude, embora, convenhamos, também atinja gente que devia estar bem grandinha para saber onde isso leva.
É claro que a mídia – nunca é demais lembrar que é ela quem representa a direita “de verdade” – que dá espaço farto a esta gente, parece ser, no seu noticiário, “politicamente correta”, às vezes até ao extremo, sobretudo em questões sexuais e raciais.
Não tem o menor pudor em estimular o confronto, despertando – mesmo por via transversas – dando, sobretudo, o palanque que dá aos sociopatas notórios.
Contem no dedos os dias, por exemplo, até que digam que a lei – recém sancionada por Dilma Rousseff – que torna ilegítimo o uso de arma de fogo letal contra pessoas desarmadas, mesmo em fuga, para dizer que a polícia está impedida de atirar em bandido.
Claro que temos de polemizar, debater, esclarecer, mesmo na escandalosa desproporção de meios que tem a esquerda nas comunicações.
E muito menos que o Governo se mantenha no silêncio, deixando que só se ouça a voz da direita no Brasil.
Ao contrário, o governo - e a Presidenta, pessoalmente – não podem abrir mão de seu dever de enfrentar as polêmicas, porque a verdadeira batalha é por corações e mentes.
Mas, até por tudo o que disse, é essencial que conservemos a serenidade, a capacidade de argumentar, convencer, refletir, em lugar dos impulsos – tantas vezes justos – de responder na mesma moeda de ódio e intolerância.
É preciso lembrar que, lentamente, a civilização vai vencendo o jogo contra a barbárie.
Quem vai na canela é quem está perdendo – e perdeu, por mais quatro anos – o jogo.
Não quem tem, ainda, um craque para entrar em campo na próxima decisão.
A realidade exige da gente, tanto quanto firmeza, lucidez para não confundirmos o circunstancial e o essencial.
E o essencial é que, dentro das regras democráticas, o Brasil garantiu mais quatro anos de um governo de coalizão progressista.
Mesmo com todo o cansaço, frustração, sofrimento, angústia e, até, desânimo, que nos possam causar certas indicações – de nomes e de políticas – do segundo governo Dilma, é preciso ter bem claro que o caminho do progresso e da justiça social, no Brasil, sempre foi o da composição, não o da confrontação.
Não é uma afirmação fácil para quem, há 40 anos, é um socialista e não mergulhou num relativismo e em concessões que levaram tantos ao conforto da direita.
Mas é o dever de honestidade de observar que, aqui, a radicalização do processo político é alimento da direita, do conservadorismo e da mediocridade.
E que a composição nos deu Vargas, JK, Jango, e Lula.
A direita brasileira – que não é o Lobão, o Bolsonaro, o Feliciano, Sheherazade ou Reinaldo Azevedo – serve-se deles ( e do nosso justificado asco ao que dizem) para produzir uma onda de mediocridade que, há décadas, não se observava na classe média brasileira.
Talvez desde o lacerdismo, hoje visto como caricato, mas dono de uma expressão real no Brasil dos anos 50/60.
Recomendo a leitura do circo de horrores narrado no blog de Leonardo Sakamoto, onde ele descreve as mensagen recebidas de leitores sobre o encontro com as famílias na noite de Natal, quando “parentes e amigos que aproveitaram a ceia para defender a volta da ditadura, a esterilização forçada dos mais pobres, o machismo institucionalizado, o racismo desvairado, o assassinato de usuários de drogas”.
E este, infelizmente, é um fenômeno que atinge especialmente a juventude, embora, convenhamos, também atinja gente que devia estar bem grandinha para saber onde isso leva.
É claro que a mídia – nunca é demais lembrar que é ela quem representa a direita “de verdade” – que dá espaço farto a esta gente, parece ser, no seu noticiário, “politicamente correta”, às vezes até ao extremo, sobretudo em questões sexuais e raciais.
Não tem o menor pudor em estimular o confronto, despertando – mesmo por via transversas – dando, sobretudo, o palanque que dá aos sociopatas notórios.
Contem no dedos os dias, por exemplo, até que digam que a lei – recém sancionada por Dilma Rousseff – que torna ilegítimo o uso de arma de fogo letal contra pessoas desarmadas, mesmo em fuga, para dizer que a polícia está impedida de atirar em bandido.
Claro que temos de polemizar, debater, esclarecer, mesmo na escandalosa desproporção de meios que tem a esquerda nas comunicações.
E muito menos que o Governo se mantenha no silêncio, deixando que só se ouça a voz da direita no Brasil.
Ao contrário, o governo - e a Presidenta, pessoalmente – não podem abrir mão de seu dever de enfrentar as polêmicas, porque a verdadeira batalha é por corações e mentes.
Mas, até por tudo o que disse, é essencial que conservemos a serenidade, a capacidade de argumentar, convencer, refletir, em lugar dos impulsos – tantas vezes justos – de responder na mesma moeda de ódio e intolerância.
É preciso lembrar que, lentamente, a civilização vai vencendo o jogo contra a barbárie.
Quem vai na canela é quem está perdendo – e perdeu, por mais quatro anos – o jogo.
Não quem tem, ainda, um craque para entrar em campo na próxima decisão.
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