Por Mauro Santayana, em seu blog:
Volta-se a discutir, na mídia e no governo, a necessidade de se prevenir “ameaças terroristas” no Brasil e a intenção de se criar uma “lei antiterrorista”, que permita a órgãos de inteligência monitorar internautas, para saber se eles estão em contato com organizações internacionais.
Quando se diz “terrorismo”, é preciso saber quem está falando.
Para um israelense - nem todos, graças a Deus - um palestino do Hamas, que lança um foguete caseiro por cima da fronteira, é terrorista.
Para uma mãe palestina que acabou de perder os três filhos em um bombardeio na faixa de Gaza, terrorista é o piloto israelense que comandava o helicóptero ou o avião que os matou.
Da mesma forma que, no Afeganistão, terrorista pode ser um membro do Taleban, ou um soldado da OTAN, ou dos EUA, dependendo do lado que se estiver.
O problema é quando se tenta impor o “terrorista” alheio a toda uma nação.
O Estado Islâmico é uma organização terrorista, que decapita inocentes?
É. Mas ele não teria surgido, se os EUA e a OTAN não tivessem armado seus primeiros integrantes, para combater regimes que consideravam seus inimigos, como o de Saddam, de Kaddafi, e de Bashar Al Assad.
Cabe, logo, aos EUA e à OTAN, e aos regimes títeres que instalaram no Oriente Médio para apoiar seus interesses, combater o Estado Islâmico, e não ao Brasil.
O pretexto, agora, como antes, na época da Copa do Mundo, é evitar que haja atentados terroristas nas Olimpíadas.
Ora, só haverá atentados desse tipo no Brasil, a partir do momento em que nos deixarmos envolver pelos EUA, e passarmos a agir como um país subalterno aos seus interesses, nos metendo aonde não fomos chamados.
Esse é o caso de países como a Itália, a França, a Espanha, que passaram a sofrer atentados terroristas depois de enviar soldados ou aviões para o Afeganistão e a Líbia para apoiar tropas norte-americanas.
E a forma mais fácil de fazer isso - de criar inimigos onde não os possuímos e de “caçar chifre em cabeça de cavalo” - é justamente adotando uma Lei Antiterrorismo.
Uma coisa é condenar, moralmente, o que está ocorrendo no Oriente Médio, sem deixar de estudar as causas e origens de certos grupos “terroristas”, que se encontram mais em Washington do que para lá de Bagdá.
Outra coisa, é que alguém queira, nos órgãos de segurança do governo, ser mais realista do que o rei, e nos empurrar para tomar partido em uma guerra que não é nossa, entre a Europa e os Estados Unidos e populações situadas em países que o “ocidente” quer continuar dominando política e economicamente.
A política externa - e qualquer medida que venha a modifica-la - é assunto de Estado, não de polícia nem de arapongas. O Brasil já tem, historicamente, um lado: o da defesa de seus interesses, que não são nem os dos EUA, nem os da OTAN, em conformidade com a doutrina de não intervenção em assuntos externos, que está estabelecida na Constituição Federal.
Volta-se a discutir, na mídia e no governo, a necessidade de se prevenir “ameaças terroristas” no Brasil e a intenção de se criar uma “lei antiterrorista”, que permita a órgãos de inteligência monitorar internautas, para saber se eles estão em contato com organizações internacionais.
Quando se diz “terrorismo”, é preciso saber quem está falando.
Para um israelense - nem todos, graças a Deus - um palestino do Hamas, que lança um foguete caseiro por cima da fronteira, é terrorista.
Para uma mãe palestina que acabou de perder os três filhos em um bombardeio na faixa de Gaza, terrorista é o piloto israelense que comandava o helicóptero ou o avião que os matou.
Da mesma forma que, no Afeganistão, terrorista pode ser um membro do Taleban, ou um soldado da OTAN, ou dos EUA, dependendo do lado que se estiver.
O problema é quando se tenta impor o “terrorista” alheio a toda uma nação.
O Estado Islâmico é uma organização terrorista, que decapita inocentes?
É. Mas ele não teria surgido, se os EUA e a OTAN não tivessem armado seus primeiros integrantes, para combater regimes que consideravam seus inimigos, como o de Saddam, de Kaddafi, e de Bashar Al Assad.
Cabe, logo, aos EUA e à OTAN, e aos regimes títeres que instalaram no Oriente Médio para apoiar seus interesses, combater o Estado Islâmico, e não ao Brasil.
O pretexto, agora, como antes, na época da Copa do Mundo, é evitar que haja atentados terroristas nas Olimpíadas.
Ora, só haverá atentados desse tipo no Brasil, a partir do momento em que nos deixarmos envolver pelos EUA, e passarmos a agir como um país subalterno aos seus interesses, nos metendo aonde não fomos chamados.
Esse é o caso de países como a Itália, a França, a Espanha, que passaram a sofrer atentados terroristas depois de enviar soldados ou aviões para o Afeganistão e a Líbia para apoiar tropas norte-americanas.
E a forma mais fácil de fazer isso - de criar inimigos onde não os possuímos e de “caçar chifre em cabeça de cavalo” - é justamente adotando uma Lei Antiterrorismo.
Uma coisa é condenar, moralmente, o que está ocorrendo no Oriente Médio, sem deixar de estudar as causas e origens de certos grupos “terroristas”, que se encontram mais em Washington do que para lá de Bagdá.
Outra coisa, é que alguém queira, nos órgãos de segurança do governo, ser mais realista do que o rei, e nos empurrar para tomar partido em uma guerra que não é nossa, entre a Europa e os Estados Unidos e populações situadas em países que o “ocidente” quer continuar dominando política e economicamente.
A política externa - e qualquer medida que venha a modifica-la - é assunto de Estado, não de polícia nem de arapongas. O Brasil já tem, historicamente, um lado: o da defesa de seus interesses, que não são nem os dos EUA, nem os da OTAN, em conformidade com a doutrina de não intervenção em assuntos externos, que está estabelecida na Constituição Federal.
0 comentários:
Postar um comentário