Por Renato Rovai, em seu blog:
Em política há um ditado que costuma ser muito repetido quando a oportunidade bate à porta, que cavalo arreado só passa uma vez. Isso pode estar acontecendo com Geraldo Alckmin. E ele pode estar perdendo sua grande chance de ser eleito presidente da República em 2018.
Alckmin não é um político carismático e muito menos alguém com grande habilidade política para construir movimentos a seu favor. Por isso, seu poder costuma estar atrelado a ter a máquina .
Em 2008, por exemplo, Alckmin foi candidato a prefeito de São Paulo e nem foi para o segundo turno. Serra o fez terminar a campanha almoçando sozinho num Bom Prato.
Foi um fiasco.
Porque naquele momento ele não tinha o que oferecer aos seus aliados. E Kassab tinha além do apoio de Serra, os cargos da prefeitura.
Já em 2010, num acordo, ele foi candidato a governador e Serra a presidente. Aí deu tudo certo. E a eleição foi um passeio, como também em 2014.
Com a expressiva votação de Aécio na última disputa contra Dilma, tudo levava a crer que o mineiro seria o candidato inevitável do PSDB na próxima eleição. Mas Aécio tropeçou na vaidade e na ansiedade e só cometeu erros desde a derrota apertada.
Alckmin foi então se consolidando no percurso de 2015 como uma alternativa mais sóbria do partido. Não se atrelou de cara à tese do impeachment, ocupou espaços na direção nacional da sua sigla, alimentou boa relação com alguns petistas, como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e foi plantando pontes.
Mas no segundo semestre de 2015 foi se atrapalhando, talvez por conta da crise econômica que passou a atingir mais duramente o estado, e terminou o ano numa situação ainda menos favorável do que Aécio.
Alckmin passou por uma longa greve dos professores, tentou uma reforma na educação que fechava escolas e teve de recuar depois que estudantes ocuparam mais de 100 delas, cortou recursos para obras de mobilidade urbana na ordem de 1 bilhão, o que vai prejudicar em muito a vida de milhões de pessoas da grande São Paulo, e permanece tendo grandes dificuldades na gestão da segurança pública, que tem piorado sensivelmente. E como toda azeitona tem sua empadinha, teve que ler em vários veículos que sua esposa usa mais a aeronave do Estado que todos os seus secretários juntos.
Logo Alckmin, que, em 2006, foi duro com Lula dizendo que iria vender o avião que o então presidente havia comprado para substituir o sucatão e com aquele dinheiro construiria cinco hospitais.
Lu Alckmin usou aeronaves e jatos em 132 deslocamentos desde 2011. Todos os outros secretários juntos apenas em 76 vezes.
Parece ficar claro pela quantidade de vezes que o uso não deve ter apenas atendido ao interesse do Estado. E esse pecado de Alckmin de ser avarento com a coisa pública pode ser fatal.
Sua imagem sai bastante chamuscada deste episódio, a despeito da cobertura do caso ter sido tímida. Se fosse a dona Marisa…
De qualquer forma, esse é o tipo de caso que será lembrado sempre que o governador vier a falar de moralidade. E por isso, Aécio deve estar um tanto mais aliviado.
As eleições de 2018 ainda estão a léguas de distância. Numa conjuntura tumultuada como a atual, tudo pode acontecer até outubro daquele ano. Mas o governador do maior estado da federação nunca pode ser considerado carta fora do baralho. Mas é líquido e certo que este governador terminou 2015 menor do que entrou.
Não se trata de um privilégio dele. Mas no seu caso a perda parece ter sido maior do que a esperada.
Ainda dá tempo de reverter a situação, mas se não conseguir melhorar sua imagem, o governador pode vir a terminar o mandato sem perspectivas futuras. E esse é o tipo de coisa que na política costuma levar o telefone a tocar menos e até a almoços solitários. E Alckmin sabe bem como é isso.
Alckmin não é um político carismático e muito menos alguém com grande habilidade política para construir movimentos a seu favor. Por isso, seu poder costuma estar atrelado a ter a máquina .
Em 2008, por exemplo, Alckmin foi candidato a prefeito de São Paulo e nem foi para o segundo turno. Serra o fez terminar a campanha almoçando sozinho num Bom Prato.
Foi um fiasco.
Porque naquele momento ele não tinha o que oferecer aos seus aliados. E Kassab tinha além do apoio de Serra, os cargos da prefeitura.
Já em 2010, num acordo, ele foi candidato a governador e Serra a presidente. Aí deu tudo certo. E a eleição foi um passeio, como também em 2014.
Com a expressiva votação de Aécio na última disputa contra Dilma, tudo levava a crer que o mineiro seria o candidato inevitável do PSDB na próxima eleição. Mas Aécio tropeçou na vaidade e na ansiedade e só cometeu erros desde a derrota apertada.
Alckmin foi então se consolidando no percurso de 2015 como uma alternativa mais sóbria do partido. Não se atrelou de cara à tese do impeachment, ocupou espaços na direção nacional da sua sigla, alimentou boa relação com alguns petistas, como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e foi plantando pontes.
Mas no segundo semestre de 2015 foi se atrapalhando, talvez por conta da crise econômica que passou a atingir mais duramente o estado, e terminou o ano numa situação ainda menos favorável do que Aécio.
Alckmin passou por uma longa greve dos professores, tentou uma reforma na educação que fechava escolas e teve de recuar depois que estudantes ocuparam mais de 100 delas, cortou recursos para obras de mobilidade urbana na ordem de 1 bilhão, o que vai prejudicar em muito a vida de milhões de pessoas da grande São Paulo, e permanece tendo grandes dificuldades na gestão da segurança pública, que tem piorado sensivelmente. E como toda azeitona tem sua empadinha, teve que ler em vários veículos que sua esposa usa mais a aeronave do Estado que todos os seus secretários juntos.
Logo Alckmin, que, em 2006, foi duro com Lula dizendo que iria vender o avião que o então presidente havia comprado para substituir o sucatão e com aquele dinheiro construiria cinco hospitais.
Lu Alckmin usou aeronaves e jatos em 132 deslocamentos desde 2011. Todos os outros secretários juntos apenas em 76 vezes.
Parece ficar claro pela quantidade de vezes que o uso não deve ter apenas atendido ao interesse do Estado. E esse pecado de Alckmin de ser avarento com a coisa pública pode ser fatal.
Sua imagem sai bastante chamuscada deste episódio, a despeito da cobertura do caso ter sido tímida. Se fosse a dona Marisa…
De qualquer forma, esse é o tipo de caso que será lembrado sempre que o governador vier a falar de moralidade. E por isso, Aécio deve estar um tanto mais aliviado.
As eleições de 2018 ainda estão a léguas de distância. Numa conjuntura tumultuada como a atual, tudo pode acontecer até outubro daquele ano. Mas o governador do maior estado da federação nunca pode ser considerado carta fora do baralho. Mas é líquido e certo que este governador terminou 2015 menor do que entrou.
Não se trata de um privilégio dele. Mas no seu caso a perda parece ter sido maior do que a esperada.
Ainda dá tempo de reverter a situação, mas se não conseguir melhorar sua imagem, o governador pode vir a terminar o mandato sem perspectivas futuras. E esse é o tipo de coisa que na política costuma levar o telefone a tocar menos e até a almoços solitários. E Alckmin sabe bem como é isso.
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