Editorial do site Vermelho:
Nos últimos dias a crise econômica internacional assumiu nova dramaticidade. Dessa vez não são os temores sobre o valor da moeda na China, nem a expectativa sobre a dinâmica dos juros nos Estados Unidos, mas uma coisa muito mais palpável e grave: grandes bancos de países do capitalismo central vivem uma grave crise e há cada vez menos gente que confie seriamente em sua capacidade de honrar seus compromissos.
O capitalismo já demonstrou, é verdade, que há sempre governos dispostos a recuperar bancos em dificuldades, jogando o custo da crise sobre a sociedade. Nos últimos anos isso aconteceu muitas vezes com a transferência de uma quantidade enorme de dinheiro para os salvar bancos, com graves custos sociais. No Brasil o governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso criou, em 1995, o Proer, justamente para acudir bancos, inclusive o Nacional, que pertencia à família de uma nora do presidente tucano. A questão é que dessa vez pouca gente crê na capacidade financeira dos governos para realizar esses resgates, e na disposição das populações, crescentemente depauperadas pela crise, em aceitar esse tipo de empulhação.
Nas bolsas de valores os preços das ações de alguns bancos europeus foram à lona. Isso ocorreu com alguns bancos italianos, com o Deutsche Bank da Alemanha e com o Société Générale da França. Analistas preveem que em breve o problema se espalhe para outras instituições.
No caso do Deustsche Bank, as notícias são tétricas: um prejuízo de 6,7 bilhões de euros (equivalentes a R$ 30 bilhões) no ano passado e acusações de que a instituição vem maquiando as suas contas e praticando uma contabilidade criativa.
A crise do Deustsche vem de algum tempo. Em 2008 a ação do principal banco alemão estava cotada em 100 euros, agora oscila em torno de 17. De lá para cá a instituição eliminou 35.000 empregos e deixou de operar em 10 países. Além disso foi condenado a pagar multas pesadas devido às condutas ilegais nos Estados Unidos, Bélgica e Inglaterra, e é também alvo de muitos litígios estando em curso, calcula-se, cerca de impressionantes 6 mil processos.
Não deixa ser curioso ver o governo alemão, que vive ditando regras e dando puxões de orelha sobre rigor fiscal nos países da União Europeia, assistir a seus bancos sendo denunciados por este tipo de prática fraudulenta.
A crise é agravada por três fatores. O primeiro é que, diante das dificuldades de bancos dessa envergadura, governos e mecanismos “independentes” de mercado passam a submeter muitas instituições a verificações sobre suas condições, resultando na inclusão de novas instituições na lista dos bancos frágeis. O segundo é que mesmo aquelas aparentemente sólidas acabam sendo arrastadas pelo chamado efeito boiada – diante da crise muita gente corre das ações dos bancos. O terceiro é que a crise crescente leva a maior inadimplência dos consumidores, e isso pode ser mortal para muitas instituições que já estão cambaleantes.
A prova de que a mar não está para peixe é que, frente a esse e outros focos do incêndio que devastam a economia mundial, os investidores mais cautelosos têm corrido para os ativos considerados mais seguros, que a essa altura já não são muitos. Títulos da dívida dos Estados Unidos e do Japão, por exemplo, ainda que com juros muito baixos ou até negativos, têm sido o caminho de uma importante massa de capitais.
Toda essa situação ilustra a falsidade do discurso da oposição brasileira que, contra todas as evidências e em um exercício de inegável desonestidade intelectual, insiste em afirmar que a crise é brasileira e que a responsável por ela é a presidenta da República. Haja má fé!
O que há de nacional na crise econômica que vivemos, como o Portal Vermelho tem afirmado com insistência, é provocado principalmente pela campanha sistemática da oposição contra o país. A grande mídia monopolista e os partidos a ela associados, PSDB à frente, agem para jogar a economia na lona, diminuindo a confiança dos agentes econômicos, impedindo a aprovação de pautas voltadas para retomada do desenvolvimento, em suma, sabotando o Brasil.
Diante de todo esse quadro é preciso paciência e perseverança. Paciência para compreender que a crise internacional impõe importantes condicionantes à ação do governo; perseverança para, mesmo em meio à crise, ser firmes na defesa do desenvolvimento com geração de renda e valorização do trabalho. Não há nada pior, em meio ao denso nevoeiro em que estamos, do que perder o rumo ou aceitar um caminho que não é o nosso.
Baixar os juros, aumentar a oferta de crédito, aproveitar as oportunidades abertas pela situação favorável do câmbio e não cair na cantilena das receitas de mero ajuste fiscal – eis alguns dos mais importantes desafios para o governo brasileiro.
Nos últimos dias a crise econômica internacional assumiu nova dramaticidade. Dessa vez não são os temores sobre o valor da moeda na China, nem a expectativa sobre a dinâmica dos juros nos Estados Unidos, mas uma coisa muito mais palpável e grave: grandes bancos de países do capitalismo central vivem uma grave crise e há cada vez menos gente que confie seriamente em sua capacidade de honrar seus compromissos.
O capitalismo já demonstrou, é verdade, que há sempre governos dispostos a recuperar bancos em dificuldades, jogando o custo da crise sobre a sociedade. Nos últimos anos isso aconteceu muitas vezes com a transferência de uma quantidade enorme de dinheiro para os salvar bancos, com graves custos sociais. No Brasil o governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso criou, em 1995, o Proer, justamente para acudir bancos, inclusive o Nacional, que pertencia à família de uma nora do presidente tucano. A questão é que dessa vez pouca gente crê na capacidade financeira dos governos para realizar esses resgates, e na disposição das populações, crescentemente depauperadas pela crise, em aceitar esse tipo de empulhação.
Nas bolsas de valores os preços das ações de alguns bancos europeus foram à lona. Isso ocorreu com alguns bancos italianos, com o Deutsche Bank da Alemanha e com o Société Générale da França. Analistas preveem que em breve o problema se espalhe para outras instituições.
No caso do Deustsche Bank, as notícias são tétricas: um prejuízo de 6,7 bilhões de euros (equivalentes a R$ 30 bilhões) no ano passado e acusações de que a instituição vem maquiando as suas contas e praticando uma contabilidade criativa.
A crise do Deustsche vem de algum tempo. Em 2008 a ação do principal banco alemão estava cotada em 100 euros, agora oscila em torno de 17. De lá para cá a instituição eliminou 35.000 empregos e deixou de operar em 10 países. Além disso foi condenado a pagar multas pesadas devido às condutas ilegais nos Estados Unidos, Bélgica e Inglaterra, e é também alvo de muitos litígios estando em curso, calcula-se, cerca de impressionantes 6 mil processos.
Não deixa ser curioso ver o governo alemão, que vive ditando regras e dando puxões de orelha sobre rigor fiscal nos países da União Europeia, assistir a seus bancos sendo denunciados por este tipo de prática fraudulenta.
A crise é agravada por três fatores. O primeiro é que, diante das dificuldades de bancos dessa envergadura, governos e mecanismos “independentes” de mercado passam a submeter muitas instituições a verificações sobre suas condições, resultando na inclusão de novas instituições na lista dos bancos frágeis. O segundo é que mesmo aquelas aparentemente sólidas acabam sendo arrastadas pelo chamado efeito boiada – diante da crise muita gente corre das ações dos bancos. O terceiro é que a crise crescente leva a maior inadimplência dos consumidores, e isso pode ser mortal para muitas instituições que já estão cambaleantes.
A prova de que a mar não está para peixe é que, frente a esse e outros focos do incêndio que devastam a economia mundial, os investidores mais cautelosos têm corrido para os ativos considerados mais seguros, que a essa altura já não são muitos. Títulos da dívida dos Estados Unidos e do Japão, por exemplo, ainda que com juros muito baixos ou até negativos, têm sido o caminho de uma importante massa de capitais.
Toda essa situação ilustra a falsidade do discurso da oposição brasileira que, contra todas as evidências e em um exercício de inegável desonestidade intelectual, insiste em afirmar que a crise é brasileira e que a responsável por ela é a presidenta da República. Haja má fé!
O que há de nacional na crise econômica que vivemos, como o Portal Vermelho tem afirmado com insistência, é provocado principalmente pela campanha sistemática da oposição contra o país. A grande mídia monopolista e os partidos a ela associados, PSDB à frente, agem para jogar a economia na lona, diminuindo a confiança dos agentes econômicos, impedindo a aprovação de pautas voltadas para retomada do desenvolvimento, em suma, sabotando o Brasil.
Diante de todo esse quadro é preciso paciência e perseverança. Paciência para compreender que a crise internacional impõe importantes condicionantes à ação do governo; perseverança para, mesmo em meio à crise, ser firmes na defesa do desenvolvimento com geração de renda e valorização do trabalho. Não há nada pior, em meio ao denso nevoeiro em que estamos, do que perder o rumo ou aceitar um caminho que não é o nosso.
Baixar os juros, aumentar a oferta de crédito, aproveitar as oportunidades abertas pela situação favorável do câmbio e não cair na cantilena das receitas de mero ajuste fiscal – eis alguns dos mais importantes desafios para o governo brasileiro.
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