Por Altamiro Borges
O ricaço João Doria – também apelidado de João Dólar – elegeu-se prefeito de São Paulo com o discurso matreiro de que não era político, mas sim um “gestor moderno”. Jurou aos seus ingênuos eleitores que não nomearia políticos para a gestão, mas apenas “técnicos capacitados”. Disse também que repassaria seu salário às entidades assistenciais. Muita gente acreditou nestas bravatas – tanto que o demagogo foi eleito no primeiro turno, surfando na onda conservadora da negação da política tão insuflada pela mídia falsamente moralista. Em menos de um mês de administração, porém, João Doria já tirou totalmente a fantasia – agora ele prefere enganar os inocentes travestindo-se de “gari”.
Para os postos de primeiro escalão, o tucano nomeou caciques de várias siglas para garantir maioria folgada na Câmara Municipal. As secretarias foram loteadas para os chefões do PSDB, DEM, PSD e de outras legendas fisiológicas. Sobrou até um carguinho para a “atrasada” Soninha Francine, do PPS. Agora, para as chamadas prefeituras regionais, a velha prática se repete. Matéria publicada nesta quinta-feira (19) pela Folha serrista, que não morre de amores pelo filhote do governador Geraldo Alckmin, dá detalhes sobre as nomeações. Vale conferir trechos da reportagem assinada pelos jornalistas Eduardo Scolese, Giba Bergamim e Artur Rodrigues:
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Doria nomeia aliados de vereadores como chefes em prefeituras regionais
Após levantar bandeira contra o loteamento partidário na administração, o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) já nomeia indicados políticos de vereadores e filiados a partidos de sua futura base de apoio em cargos nas prefeituras regionais (antigas subprefeituras). Pelo menos 17 de 20 chefes de gabinetes dessas regionais publicados no ‘Diário Oficial’ da cidade desta semana são ex-assessores parlamentares, filiados ou antigos apoiadores de campanha de partidos como DEM, PR, PHS, PPS, PP, PTN, PMDB e PSD – estes dois últimos adversários de Doria nas eleições na chapa que teve Marta Suplicy (PMDB) à prefeita e Andrea Matarazzo (PSD) como vice. Ambas as legendas farão parte da base de apoio do tucano durante o mandato.
Redutos eleitorais, as antigas subprefeituras sofrem forte influência de políticos que ocupam cadeiras no Legislativo paulistano. Doria assumiu a cidade com o compromisso de colocar em sua equipe pessoas com ficha limpa, experiência administrativa, curso superior e vínculos com a comunidade – de preferência, moradores dessas áreas. Ele disse em várias ocasiões que a época do ‘loteamento acabou’ e que os postos de chefia seriam ocupados com base em currículo e experiência administrativa. ‘Indicações são bem vindas. O que não pode e o que não vai ter é dizer 'isso aqui sempre foi meu, aqui indico eu'. Indicava, cara pálida, acabou’, afirmou em discurso na Fecomercio-SP, em dezembro passado.
O tucano, porém, precisará do apoio dos vereadores para conseguir aprovar boa parte das promessas de campanha. As privatizações do complexo do Anhembi e do autódromo de Interlagos, entre outras, terão que passar pelo crivo deles, por exemplo. Também dependem de votação outros pontos ainda mais polêmicos cogitados pela equipe de Doria para aliviar as finanças, como a revisão da gratuidade a idosos abaixo de 65 anos e o fim dos cobradores nos ônibus... Dos 55 vereadores, apenas 11 (nove do PT e dois do PSOL) devem ficar permanentemente na oposição. Os demais devem fazer compor com o novo governo, embora possam oscilar em projetos polêmicos.
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A reportagem dá a ficha de vários indicados para as prefeituras regionais – velhas raposas do PSDB, DEM, PSB e até de siglas que apoiaram candidaturas rivais no pleito de outubro. O balcão de negócios foi agitado nas últimas semanas, inclusive com filas na prefeitura. O loteamento é descarado e enterra mais uma falsa promessa do demagogo. Quanto ao salário, outra reportagem da mesma Folha revela que o prefeito não abandonou o seu apetite por muita grana. “O Lide, empresa fundada pelo prefeito João Doria (PSDB) e conhecida por pedir contribuições de empresários para organizar palestras com políticos, agora está passando o chapéu para solicitar recursos que vão bancar uma palestra do próprio Doria”, informa a repórter Joana Cunha.
“A Folha teve acesso a um e-mail que o Lide enviou a empresários pedindo dinheiro para financiar o ‘almoço-debate’ com líderes empresariais no dia 6 de março, no hotel Grand Hyatt, na capital paulista, com apresentação do prefeito recém-empossado. O tema da palestra será: ‘O impacto de uma gestão eficiente na cidade de São Paulo’. Conforme o e-mail, os presidentes das empresas que pagarem uma cota de ‘copatrocínio’ de R$ 50 mil terão o direito de se sentar à mesa principal com Doria. As companhias parceiras também poderão exibir seus logotipos em banners no palco do evento, além de outras aparições das marcas. O Lide não informa quantas são as cotas de patrocínio destinadas ao almoço com Doria”.
Diante da denúncia, João Doria negou qualquer conflito de interesse entre administrar a cidade e coletar recursos para a sua empresa – agora repassada aos filhos. “Para especialistas ouvidos pela reportagem, no entanto, apesar de o prefeito ter se afastado das empresas, a captação de dinheiro privado por parte do Lide para financiar sua palestra ainda se enquadra em um caso delicado. ‘Existe flagrante conflito de interesse na medida em que ele é o prefeito da cidade, e as empresas podem se sentir intimidadas e temerosas de sofrer retaliações do poder público caso não contribuam’, afirma Rafael Alcadipani, professor da FGV. ‘É preciso tomar cuidado para que esses financiadores não sejam fornecedores da prefeitura no futuro’, diz Jaime Crozatti, professor da USP”.
O ricaço João Doria – também apelidado de João Dólar – elegeu-se prefeito de São Paulo com o discurso matreiro de que não era político, mas sim um “gestor moderno”. Jurou aos seus ingênuos eleitores que não nomearia políticos para a gestão, mas apenas “técnicos capacitados”. Disse também que repassaria seu salário às entidades assistenciais. Muita gente acreditou nestas bravatas – tanto que o demagogo foi eleito no primeiro turno, surfando na onda conservadora da negação da política tão insuflada pela mídia falsamente moralista. Em menos de um mês de administração, porém, João Doria já tirou totalmente a fantasia – agora ele prefere enganar os inocentes travestindo-se de “gari”.
Para os postos de primeiro escalão, o tucano nomeou caciques de várias siglas para garantir maioria folgada na Câmara Municipal. As secretarias foram loteadas para os chefões do PSDB, DEM, PSD e de outras legendas fisiológicas. Sobrou até um carguinho para a “atrasada” Soninha Francine, do PPS. Agora, para as chamadas prefeituras regionais, a velha prática se repete. Matéria publicada nesta quinta-feira (19) pela Folha serrista, que não morre de amores pelo filhote do governador Geraldo Alckmin, dá detalhes sobre as nomeações. Vale conferir trechos da reportagem assinada pelos jornalistas Eduardo Scolese, Giba Bergamim e Artur Rodrigues:
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Doria nomeia aliados de vereadores como chefes em prefeituras regionais
Após levantar bandeira contra o loteamento partidário na administração, o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) já nomeia indicados políticos de vereadores e filiados a partidos de sua futura base de apoio em cargos nas prefeituras regionais (antigas subprefeituras). Pelo menos 17 de 20 chefes de gabinetes dessas regionais publicados no ‘Diário Oficial’ da cidade desta semana são ex-assessores parlamentares, filiados ou antigos apoiadores de campanha de partidos como DEM, PR, PHS, PPS, PP, PTN, PMDB e PSD – estes dois últimos adversários de Doria nas eleições na chapa que teve Marta Suplicy (PMDB) à prefeita e Andrea Matarazzo (PSD) como vice. Ambas as legendas farão parte da base de apoio do tucano durante o mandato.
Redutos eleitorais, as antigas subprefeituras sofrem forte influência de políticos que ocupam cadeiras no Legislativo paulistano. Doria assumiu a cidade com o compromisso de colocar em sua equipe pessoas com ficha limpa, experiência administrativa, curso superior e vínculos com a comunidade – de preferência, moradores dessas áreas. Ele disse em várias ocasiões que a época do ‘loteamento acabou’ e que os postos de chefia seriam ocupados com base em currículo e experiência administrativa. ‘Indicações são bem vindas. O que não pode e o que não vai ter é dizer 'isso aqui sempre foi meu, aqui indico eu'. Indicava, cara pálida, acabou’, afirmou em discurso na Fecomercio-SP, em dezembro passado.
O tucano, porém, precisará do apoio dos vereadores para conseguir aprovar boa parte das promessas de campanha. As privatizações do complexo do Anhembi e do autódromo de Interlagos, entre outras, terão que passar pelo crivo deles, por exemplo. Também dependem de votação outros pontos ainda mais polêmicos cogitados pela equipe de Doria para aliviar as finanças, como a revisão da gratuidade a idosos abaixo de 65 anos e o fim dos cobradores nos ônibus... Dos 55 vereadores, apenas 11 (nove do PT e dois do PSOL) devem ficar permanentemente na oposição. Os demais devem fazer compor com o novo governo, embora possam oscilar em projetos polêmicos.
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A reportagem dá a ficha de vários indicados para as prefeituras regionais – velhas raposas do PSDB, DEM, PSB e até de siglas que apoiaram candidaturas rivais no pleito de outubro. O balcão de negócios foi agitado nas últimas semanas, inclusive com filas na prefeitura. O loteamento é descarado e enterra mais uma falsa promessa do demagogo. Quanto ao salário, outra reportagem da mesma Folha revela que o prefeito não abandonou o seu apetite por muita grana. “O Lide, empresa fundada pelo prefeito João Doria (PSDB) e conhecida por pedir contribuições de empresários para organizar palestras com políticos, agora está passando o chapéu para solicitar recursos que vão bancar uma palestra do próprio Doria”, informa a repórter Joana Cunha.
“A Folha teve acesso a um e-mail que o Lide enviou a empresários pedindo dinheiro para financiar o ‘almoço-debate’ com líderes empresariais no dia 6 de março, no hotel Grand Hyatt, na capital paulista, com apresentação do prefeito recém-empossado. O tema da palestra será: ‘O impacto de uma gestão eficiente na cidade de São Paulo’. Conforme o e-mail, os presidentes das empresas que pagarem uma cota de ‘copatrocínio’ de R$ 50 mil terão o direito de se sentar à mesa principal com Doria. As companhias parceiras também poderão exibir seus logotipos em banners no palco do evento, além de outras aparições das marcas. O Lide não informa quantas são as cotas de patrocínio destinadas ao almoço com Doria”.
Diante da denúncia, João Doria negou qualquer conflito de interesse entre administrar a cidade e coletar recursos para a sua empresa – agora repassada aos filhos. “Para especialistas ouvidos pela reportagem, no entanto, apesar de o prefeito ter se afastado das empresas, a captação de dinheiro privado por parte do Lide para financiar sua palestra ainda se enquadra em um caso delicado. ‘Existe flagrante conflito de interesse na medida em que ele é o prefeito da cidade, e as empresas podem se sentir intimidadas e temerosas de sofrer retaliações do poder público caso não contribuam’, afirma Rafael Alcadipani, professor da FGV. ‘É preciso tomar cuidado para que esses financiadores não sejam fornecedores da prefeitura no futuro’, diz Jaime Crozatti, professor da USP”.
3 comentários:
Pelo menos a justiça botou um freio nas ambições de João Dória Jr. em transformar as avenidas marginais em pistas de corrida automobilística.
Paulista ao eleger este picareta mostrou que é o eleitorado mais imprevisível do país
Mas como todo tucano, ele já disse que vai recorrer a justiça, ou seja vai tentar subornar algum chefão do MPSP ?! Este canalha marketeiro está sujando a nossa honra de cidadão paulistano.
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