Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:
Um e outro troll, nervosos, confusos, sem saber muito bem se devem chorar ou comemorar as delações da Odebrecht, vem aqui ao blog tentar vender, pela milionésima vez, a versão de que a “casa caiu”.
Eu não sei de que casa eles falam, porque, na minha opinião, a única “casa” que importa é a democracia, e esta já desmoronou há um ano, quando houve o golpe de abril de 2016, que selou o impeachment.
E se ainda havia uma casa de pé, a esta altura da crise política nacional, era a da própria Lava Jato e do governo golpista.
Ambas acabam de ruir com as delações da Odebrecht.
As delações da Odebrecht apenas confirmam o que venho falando desde sempre: a Lava Jato é um golpe. Contra a democracia, contra as garantias constitucionais e contra a economia nacional. Um golpe mal ajambrado, que tentou se vender como uma luta contra a corrupção, mas se desmoralizou ao ser conduzido por um criminoso (Eduardo Cunha) e levar ao poder uma quadrilha de meliantes, a começar pelo ex-presidente, Michel Temer.
O patrimônio público está sendo roubado à luz do dia, com uma série de privatizações criminosas, tocadas às pressas. A cada semana, o Brasil perde o que a Lava Jato diz (com exagero) ter sido roubado em mais de dez anos. Às privatizações se somam o roubo de direitos, conquistados a duras penas ao longo de muitas décadas de luta, resistência, debates.
A Lava Jato transformou o Brasil num país muito mais corrupto do que antes.
Mais corrupto, mais desigual, mais despolitizado, e muito mais vulnerável aos assaltos do poder econômico.
Essas últimas delações da Odebrecht, é bom repetir, desmoralizaram completamente as narrativas centrais da Lava Jato.
Primeiro: nenhum depoimento traz qualquer prova contra Lula. Marcelo Odebrecht confirma que Lula é o codinome “Amigo”, mas deixa claro também que os recursos não eram de conhecimento do ex-presidente. Era uma reserva da empresa para sua política de doações legais ou não-contabilizadas, assim como a companhia tinha para todas as forças políticas.
Em seu depoimento, Marcelo não chega sequer a insinuar que houve qualquer “propina” paga a Lula.
Ou seja, as delações, ao contrário da propaganda enganosa da imprensa marrom, desmentem a tese de Dallagnol, de que Lula seria o “comandante máximo” dos esquemas de corrupção na Petrobrás.
Dallagnol, ele sim, cometeu um gravíssimo crime, contra a honra do ex-presidente Lula, e deve pagar por isso.
A mesma coisa vale para o ministro Gilmar Mendes. Todas as suas declarações contra o PT, todos os seus encontros com Michel Temer, toda a sua atuação, encontra-se agora desmoralizada pelas delações da Odebrecht.
As delações da Odebrecht, na verdade, desmentem toda a farsa da Lava Jato. Até mesmo o tal “departamento de operações estruturadas”, diz Emilio, o patriarca da empresa, foi uma invenção da imprensa, que ele chama de hipócrita e demagoga, porque desde sempre conhecia muito bem os bastidores das relações de empreiteiras com o sistema político.
Havia sim, diz Emilio e seu filho, Marcelo, um sistema de pagamentos não-contabilizado no exterior, criado há mais de trinta anos, como de resto possui qualquer empresa hoje no mundo, inclusive a Globo (como o processo de sonegação contra ela provou). Neste momento do vídeo de Emílio, pode-se ver Sergio Moro, descontrolado, tentando direcionar o depoimento do executivo, agindo sempre como um agente da acusação e jamais como um juiz.
No depoimento de Marcelo Odebrecht, o advogado dele mostrou ao juiz que o vídeo estava sendo vazado, ao vivo, pelo blog Antagonista.
Sergio Moro, inacreditavelmente, tenta desconversar, ao invés de manifestar indignação e exigir providências imediatas contra aquele vazamento. Isso depois da brutalidade praticada contra o blogueiro Eduardo Guimarães, que teve seus sigilos violados de maneira ilegal e criminosa pelo próprio Sergio Moro, e que foi sequestrado às seis horas da manhã, pela Polícia Federal, para dar um depoimento ao qual jamais se recusara a comparecer, por causa de um… vazamento.
Ou seja, para o blog Antagonista, o vazamento privilegiado, ao vivo, vindo de dentro do gabinete de Sergio Moro. Para o blog Cidadania, toda a violência do Estado: o sequestro, a quebra de sigilos, o despacho judicial recheado de xingamentos e tentativas de humilhar o cidadão.
A irresponsabilidade dos vazamentos de inquéritos da PGR, abertos pelo STF de maneira indiscriminada, leviana, midiática, que misturam acusações díspares, desconexas entre si, representa um final melancólico e patético para a Lava Jato.
A operação vazou delações que comprometem partidos, governadores, senadores, deputados, ex-presidentes, sem apresentar provas, na contramão das mais básicas regras da delação premiada, que prevê sigilo absoluto, justamente porque depoimentos de pessoas confessadamente criminosas jamais poderiam ser usados para acusar outros, sem antes que se desse aos envolvidos o direito de se defender…
No depoimento de Emilio Odebrecht, testemunhamos ainda o profundo preconceito dos procuradores contra a política e o mundo dos negócios, fruto de uma visão de mundo própria de uma burocracia medíocre, despolitizada e improdutiva.
Eu não sei de que casa eles falam, porque, na minha opinião, a única “casa” que importa é a democracia, e esta já desmoronou há um ano, quando houve o golpe de abril de 2016, que selou o impeachment.
E se ainda havia uma casa de pé, a esta altura da crise política nacional, era a da própria Lava Jato e do governo golpista.
Ambas acabam de ruir com as delações da Odebrecht.
As delações da Odebrecht apenas confirmam o que venho falando desde sempre: a Lava Jato é um golpe. Contra a democracia, contra as garantias constitucionais e contra a economia nacional. Um golpe mal ajambrado, que tentou se vender como uma luta contra a corrupção, mas se desmoralizou ao ser conduzido por um criminoso (Eduardo Cunha) e levar ao poder uma quadrilha de meliantes, a começar pelo ex-presidente, Michel Temer.
O patrimônio público está sendo roubado à luz do dia, com uma série de privatizações criminosas, tocadas às pressas. A cada semana, o Brasil perde o que a Lava Jato diz (com exagero) ter sido roubado em mais de dez anos. Às privatizações se somam o roubo de direitos, conquistados a duras penas ao longo de muitas décadas de luta, resistência, debates.
A Lava Jato transformou o Brasil num país muito mais corrupto do que antes.
Mais corrupto, mais desigual, mais despolitizado, e muito mais vulnerável aos assaltos do poder econômico.
Essas últimas delações da Odebrecht, é bom repetir, desmoralizaram completamente as narrativas centrais da Lava Jato.
Primeiro: nenhum depoimento traz qualquer prova contra Lula. Marcelo Odebrecht confirma que Lula é o codinome “Amigo”, mas deixa claro também que os recursos não eram de conhecimento do ex-presidente. Era uma reserva da empresa para sua política de doações legais ou não-contabilizadas, assim como a companhia tinha para todas as forças políticas.
Em seu depoimento, Marcelo não chega sequer a insinuar que houve qualquer “propina” paga a Lula.
Ou seja, as delações, ao contrário da propaganda enganosa da imprensa marrom, desmentem a tese de Dallagnol, de que Lula seria o “comandante máximo” dos esquemas de corrupção na Petrobrás.
Dallagnol, ele sim, cometeu um gravíssimo crime, contra a honra do ex-presidente Lula, e deve pagar por isso.
A mesma coisa vale para o ministro Gilmar Mendes. Todas as suas declarações contra o PT, todos os seus encontros com Michel Temer, toda a sua atuação, encontra-se agora desmoralizada pelas delações da Odebrecht.
As delações da Odebrecht, na verdade, desmentem toda a farsa da Lava Jato. Até mesmo o tal “departamento de operações estruturadas”, diz Emilio, o patriarca da empresa, foi uma invenção da imprensa, que ele chama de hipócrita e demagoga, porque desde sempre conhecia muito bem os bastidores das relações de empreiteiras com o sistema político.
Havia sim, diz Emilio e seu filho, Marcelo, um sistema de pagamentos não-contabilizado no exterior, criado há mais de trinta anos, como de resto possui qualquer empresa hoje no mundo, inclusive a Globo (como o processo de sonegação contra ela provou). Neste momento do vídeo de Emílio, pode-se ver Sergio Moro, descontrolado, tentando direcionar o depoimento do executivo, agindo sempre como um agente da acusação e jamais como um juiz.
No depoimento de Marcelo Odebrecht, o advogado dele mostrou ao juiz que o vídeo estava sendo vazado, ao vivo, pelo blog Antagonista.
Sergio Moro, inacreditavelmente, tenta desconversar, ao invés de manifestar indignação e exigir providências imediatas contra aquele vazamento. Isso depois da brutalidade praticada contra o blogueiro Eduardo Guimarães, que teve seus sigilos violados de maneira ilegal e criminosa pelo próprio Sergio Moro, e que foi sequestrado às seis horas da manhã, pela Polícia Federal, para dar um depoimento ao qual jamais se recusara a comparecer, por causa de um… vazamento.
Ou seja, para o blog Antagonista, o vazamento privilegiado, ao vivo, vindo de dentro do gabinete de Sergio Moro. Para o blog Cidadania, toda a violência do Estado: o sequestro, a quebra de sigilos, o despacho judicial recheado de xingamentos e tentativas de humilhar o cidadão.
A irresponsabilidade dos vazamentos de inquéritos da PGR, abertos pelo STF de maneira indiscriminada, leviana, midiática, que misturam acusações díspares, desconexas entre si, representa um final melancólico e patético para a Lava Jato.
A operação vazou delações que comprometem partidos, governadores, senadores, deputados, ex-presidentes, sem apresentar provas, na contramão das mais básicas regras da delação premiada, que prevê sigilo absoluto, justamente porque depoimentos de pessoas confessadamente criminosas jamais poderiam ser usados para acusar outros, sem antes que se desse aos envolvidos o direito de se defender…
No depoimento de Emilio Odebrecht, testemunhamos ainda o profundo preconceito dos procuradores contra a política e o mundo dos negócios, fruto de uma visão de mundo própria de uma burocracia medíocre, despolitizada e improdutiva.
0 comentários:
Postar um comentário