Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Terça-feira, 6 de junho de 2017.
Logo ao amanhecer, Michel Temer ficou sabendo que prenderam mais um dos homens de confiança do presidente, o seu ex-ministro Henrique Eduardo Alves, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
Às quatro e meia da tarde, termina o prazo para Temer responder às 82 perguntas que lhe foram enviadas ontem pela Polícia Federal referentes ao inquérito aberto no STF que investiga crimes de obstrução da justiça, corrupção passiva e formação de quadrilha.
E, às sete da noite, recomeça no Tribunal Superior Eleitoral o julgamento da chapa Dilma-Temer que pode cassar o mandato do presidente por abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral de 2014.
Ao terminar de ler os jornais e os portais antes das dez da manhã, me coloco no lugar do presidente Temer e me pergunto: por onde começar?
Cada vez mais cercado por todos os lados, rejeitado por nove em cada dez brasileiros, com sua base de sustentação rachada, o presidente agora se dedica apenas a fazer sua própria defesa no STF e no TSE para garantir o foro privilegiado.
Como ele vai arrumar tempo para governar o país no ano e meio de mandato que lhe resta? É humanamente impossível alguém conseguir trabalhar nestas condições.
Como votar as reformas, controlar o câmbio e os juros, combater a inflação e, ao mesmo tempo, retomar o crescimento para gerar os empregos que 14 milhões de trabalhadores perderam?
Só de uma coisa tenho certeza: eu não gostaria de estar no lugar do presidente Michel Temer.
Já no desespero, diante do agravamento da crise política após as delações da JBS, que envolveram diretamente o presidente, Temer saiu atirando para todo lado, trocou ministros no fim de semana, criou um gabinete de crise com ministros e advogados, e passa o dia todo reunido com eles no terceiro andar do Palácio do Planalto.
Nada indica que o julgamento no TSE de logo mais á noite seja rápido o suficiente para estancar a sangria do governo.
Ao contrário, a agonia brasileira deve continuar com intermináveis pedidos de vista, recursos e embargos, qualquer que seja o resultado.
Mais de 900 dias após a abertura do processo no TSE - "só para encher o saco do PT", como contou o senador Aécio Neves, então presidente do PSDB, na conversa gravada pelo delator Joesley Batista -, o país foi virado de cabeça para baixo e pernas para o ar.
Dilma foi cassada, Temer assumiu em seu lugar, o PSDB saltou para o governo e Aécio seria denunciado na Lava Jato pelos mesmos crimes dos quais acusou os adversários que o derrotaram na eleição.
Vida que segue.
Terça-feira, 6 de junho de 2017.
Logo ao amanhecer, Michel Temer ficou sabendo que prenderam mais um dos homens de confiança do presidente, o seu ex-ministro Henrique Eduardo Alves, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
Às quatro e meia da tarde, termina o prazo para Temer responder às 82 perguntas que lhe foram enviadas ontem pela Polícia Federal referentes ao inquérito aberto no STF que investiga crimes de obstrução da justiça, corrupção passiva e formação de quadrilha.
E, às sete da noite, recomeça no Tribunal Superior Eleitoral o julgamento da chapa Dilma-Temer que pode cassar o mandato do presidente por abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral de 2014.
Ao terminar de ler os jornais e os portais antes das dez da manhã, me coloco no lugar do presidente Temer e me pergunto: por onde começar?
Cada vez mais cercado por todos os lados, rejeitado por nove em cada dez brasileiros, com sua base de sustentação rachada, o presidente agora se dedica apenas a fazer sua própria defesa no STF e no TSE para garantir o foro privilegiado.
Como ele vai arrumar tempo para governar o país no ano e meio de mandato que lhe resta? É humanamente impossível alguém conseguir trabalhar nestas condições.
Como votar as reformas, controlar o câmbio e os juros, combater a inflação e, ao mesmo tempo, retomar o crescimento para gerar os empregos que 14 milhões de trabalhadores perderam?
Só de uma coisa tenho certeza: eu não gostaria de estar no lugar do presidente Michel Temer.
Já no desespero, diante do agravamento da crise política após as delações da JBS, que envolveram diretamente o presidente, Temer saiu atirando para todo lado, trocou ministros no fim de semana, criou um gabinete de crise com ministros e advogados, e passa o dia todo reunido com eles no terceiro andar do Palácio do Planalto.
Nada indica que o julgamento no TSE de logo mais á noite seja rápido o suficiente para estancar a sangria do governo.
Ao contrário, a agonia brasileira deve continuar com intermináveis pedidos de vista, recursos e embargos, qualquer que seja o resultado.
Mais de 900 dias após a abertura do processo no TSE - "só para encher o saco do PT", como contou o senador Aécio Neves, então presidente do PSDB, na conversa gravada pelo delator Joesley Batista -, o país foi virado de cabeça para baixo e pernas para o ar.
Dilma foi cassada, Temer assumiu em seu lugar, o PSDB saltou para o governo e Aécio seria denunciado na Lava Jato pelos mesmos crimes dos quais acusou os adversários que o derrotaram na eleição.
Vida que segue.
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