domingo, 1 de outubro de 2017

Liquidação geral no governo de Temer

Por Aristóteles Cardona Júnior, no jornal Brasil de Fato:

Algumas semanas atrás escrevi aqui nesta coluna do Brasil de Fato sobre o que chamei de doença da privatização. Uma doença terrível que acaba com as forças e a riqueza de um país entregando setores estratégicos para empresas nacionais e estrangeiras que terão como interesse principal o lucro. E, antes que alguém se pergunte, é preciso sempre reafirmar que ter o lucro como principal interesse é, sim, um grave problema. Principalmente quando estamos falando de setores que são essenciais para o progresso de um povo e de um país, como saúde, educação, comunicação, energia elétrica, assim como vários outros.

Naquele texto, citei que esta doença, que esteve praticamente erradicada em nosso país, estava ressurgindo com o ilegítimo governo de Michel Temer. A proposta do momento foi o anúncio do interesse em privatizar a Eletrobrás. E para o nosso desgosto, exposta pelo ministro de minas e energia, o pernambucano Fernando Bezerra Coelho Filho, cria do senador Fernando Bezerra Coelho.

Os defensores das privatizações sempre nos vêm com discursos e justificativas que parecem atraentes. Dizem que o serviço vai melhorar e até que vai ficar mais barato. Mas a verdade é que tudo isso não passa de enganação. E, para chegar a esta afirmação, nem precisamos ir muito longe: basta olhar para a situação das telecomunicações, privatizadas ainda no Governo de FHC. Possuímos uma das mais caras tarifas de telefonia do mundo. E, o que chega a ser pior ainda, tendo um péssimo serviço. É ou não é? Ou alguém está muito satisfeito com serviços oferecidos pela sua operadora? Em consulta a qualquer ranking de reclamações, as empresas de telefonia estão sempre entre as primeiras que mais trazem problemas aos seus usuários.

A Eletrobrás representa um grande patrimônio do povo brasileiro. Ela é gigante, respondendo por mais de 30% da energia gerada em nosso país e por quase 50% das linhas de transmissão. Hoje já é uma empresa que possui ações negociadas em bolsas de valores, mas o controle é do governo. Com a proposta, a empresa deixa de ser patrimônio do povo e poderá ser comandada por qualquer um.

Como se não bastasse abrir mão de controlar algo tão importante para o desenvolvimento de um país, o governo pretende entregar quase de graça a Eletrobrás. Anunciaram um preço de venda por volta de R$ 20 bilhões quando alguns especialistas avaliam em mais de R$ 350 bilhões todo o seu parque gerador.

Por tantas questões é que este anúncio de privatização da Eletrobrás não interessa à população brasileira. E se não interessa ao nosso povo, a quem interessa? Quem vai se beneficiar de fato com esta perda de patrimônio público? Michel Temer e Fernando Bezerra Coelho Filho têm a obrigação de responder esta pergunta a todo país.

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