sábado, 27 de janeiro de 2018

O desemprego e a propaganda enganosa

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Vocês devem se lembrar da propaganda chapa branca e dos discursos de oba-oba, agora vai, da dupla Temer & Meirelles no final do ano, festejando a retomada da economia e a geração de novos empregos graças à reforma trabalhista.

Era propaganda enganosa. Os números oficiais divulgados pelo próprio governo nesta sexta-feira mostram que no ano passado perdemos mais empregos do que ganhamos, pelo terceiro ano consecutivo.

Em dezembro, foram 910.586 novos empregos com carteira assinada, contra 1.239.125 demissões, ou seja, tivemos a perda de 328.539 postos de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho (aquele que continua esperando Cristiane Brasil).

No balanço de 2017, ao contrário do que eles apregoaram, houve um saldo negativo de 20.832 vagas de emprego formal.

Entre 2015 e 2016, perdemos um total de 2,8 milhões de postos de trabalho.

A nova legislação trabalhista só entrou em vigor no dia 11 de novembro e, de lá para cá, o que cresceu foi o número de empregos informais, ou seja, temporários e precários, com direitos restritos.

Foram admitidos 2.574 trabalhadores com contrato intermitente, ao mesmo tempo em que eram fechadas 1.004 vagas pelo sistema de jornada parcial e 5.841 trabalhadores foram desligados por acordo.

O que cresceu mesmo foi o número de ambulantes de comida na rua, gente ganhando o pão em bicos, biscates e todos os tipos de trabalho informal.

Na hora do almoço, a Globo mostrou como as pessoas estão se virando para pagar as contas. Tem gente se oferecendo para cuidar de cachorros em casa e alugando espaços para guarda-volumes em quartos vazios.

Entre a propaganda e a realidade, ainda há um abismo insuperável, mas quem vive nos gabinetes de Brasília não parece muito preocupado com isso.

É como se o crescente drama do desemprego que atinge mais de 12 milhões de famílias brasileiras fosse problema de um outro país.

Temer e Meirelles não comentaram estes números até a hora em que escrevo.

Aguarda-se o que vão dizer os próximos anúncios da propaganda ufanista do super-ministro Moreira Franco, que lembra a dos anos 1970.

Vida que segue.

1 comentários:

Jonas Carvalho disse...

Parabens, Kotscho, por ressaltar esta matéria, mas eu diria que a vida que segue serah terrível se a reforma trabalhista não for totalmente revogada não haverah mais contratações de trabalhadores com Carteira de Trabalho.Esta sera abolida da relação de emprego. Agora o trabalhador vai trabalhar por hora, ou por dia, sem nenhuma garantia de emprego.O tal trabalho intermitente já estah sendo adotado pelas empresas e os possuidores de Carteira de Trabalho estão sendo demitidos para que prestem trabalho intermitente. Eh a formação do Exercito de Reserva de Mao de Obra (ERMO).O trabalhador fica em casa aguardando um bico de 1 dia, 3, dias 5 dias no máximo. Nenhum compromisso do empresario, senão o misero salario dos dias trabalhados.E dane-se quem não quiser.