Reproduzo abaixo o texto do Tijolaço, reforçando uma informação sobre a desembargadora. Uma informação até meio óbvia, mas que é importante a gente ressaltar.
No Facebook, como era de se esperar, ela manifesta seu “apoio incondicional” (incondicional, para quem tem a lei como condição, já mostra muita coisa) a Sérgio Moro e diz que “honra” a sua toga. Estanha Justiça onde honrar a toga é vilipendiar por um “ouvi falar” a memória de uma mulher assassinada.
É assim o fascismo lavajateiro. Marcelo Bretas e sua esposa, proprietários de vários imóveis no Rio, acumulam dois auxílios moradia, de mais de R$ 4 mil cada. E ainda apoiam greves de juízes para ganhar mais. Sergio Moro, dono de imóvel, também ganha auxílio moradia. Dallagnol, não só é dono de imóvel como especula com imóveis destinados ao programa Minha Casa Minha Vida – e ganha, claro, auxílio moradia.
Já a desembargadora Marília de Castro Neves Vieira, da 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, segundo dados atualizados do Conselho Nacional de Justiça para fevereiro de 2018, ganhou auxílio alimentação de R$ 1.825, mais R$ 4.377 de auxílio moradia, mais R$ 4.265 de “abono de permanência”, perfazendo um total de rendimento de mais de R$ 56 mil, o que é 26 vezes acima da renda média do trabalhador brasileiro. Para se ter uma ideia, a renda mensal dos magistrados europeus é apenas 2,4 vezes superior à renda média do cidadão europeu.
Os rendimentos líquidos da desembargadora em fevereiro, mês em que recebeu apenas os benefícios ordinários, somaram 38.531,87, bem acima do teto de R$ 33,7 mil estabelecido pela Constituição.
Essa é desembargadora que calunia, criminosamente, sem provas (como já virou praxe na justiça), a vereadora nascida na favela da Maré, que lutava pelos direitos humanos dos representantes das comunidades mais pobres do município.
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No Tijolaço
TIJOLAÇO: DESEMBARGADORA DEVE RESPONDER CRIMINALMENTE POR ACUSAÇÕES A MARIELLE
“Ela deve ser chamada a explicar com base em que faz essas afirmações e, se não tem informações para fazê-as senão o que leu ‘no texto de uma amiga’, responder cível e criminalmente por isso. Além, é claro, do processo administrativo que deve sofrer no Conselho Nacional de Justiça'”, diz Fernando Brito sobre a desembargadora Marilia Castro Neves, que disse que a vereadora Marielle Franco estava “engajada com bandidos”, que foi “eleita pelo Comando Vermelho”
17 DE MARÇO DE 2018 ÀS 10:48
Por Fernando Brito, do Tijolaço – A manifestação da desembargadora Marilia Castro Neves, dizendo que a vereadora Marielle Franco estava “engajada com bandidos”, que ” eleita pelo Comando Vermelho” e que tem “certeza de que seu comportamento” foi “determinante para seu trágico fim” não é apenas um sinal dos tempos de ódio, que merece ser repudiado por qualquer pessoa que tenha um mínimo de respeito à vida humana e, também, aos mortos.
Ela deve ser chamada a explicar com base em que faz essas afirmações e, se não tem informações para fazê-as senão o que leu “no texto de uma amiga”, responder cível e criminalmente por isso. Além, é claro, do processo administrativo que deve sofrer no Conselho Nacional de Justiça.
Sequer cabe discutir o que ela diz: ou explica porque o disse ou terá de se admitir ter sido uma leviana. E mesmo a segunda hipótese basta para sofrer sanções, porque não é possível que alguém que emite opinião pública sobre assunto tão delicado com tamanha irresponsabilidade seja capaz de julgar pessoas.
O mais grave é que a relativa inação do Judiciário, até agora, mostra que a desembargadora não é apenas uma pústula na Justiça. É apenas a ponta de um iceberg que aqui se apontou: a cumplicidade de parte da magistratura com a manutenção dos esquemas subterrâneos que envolvem a falta de segurança pública, dos quais, muito provavelmente, partiu a ordem de matar Marielli.
Não se está falando aqui de cumplicidade material – embora haja sobre isso, casos conhecidos – mas de cumplicidade moral com a cultura do extermínio legitimado. A dona Marilia não é uma mocinha tresloucada, em favor de quem se possa invocar a ingenuidade de repetir bobagens. Foi a desembargadora depois de quase 20 anos exercendo a função de promotora de Justiça. Imagina-se, pelo teor de ódio irresponsável que exala, com que critérios.
No Facebook, como era de se esperar, ela manifesta seu “apoio incondicional” (incondicional, para quem tem a lei como condição, já mostra muita coisa) a Sérgio Moro e diz que “honra” a sua toga. Estanha Justiça onde honrar a toga é vilipendiar por um “ouvi falar” a memória de uma mulher assassinada.
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