Peça 1 – o pragmatismo do PT
Diz a Executiva do PT: o partido vai até o fim com a candidatura Lula para não decepcionar sua militância.
Diz a Executiva do PT: o partido abre mão da candidatura de Marília Arraes em Pernambuco para, pragmaticamente, garantir espaço para Lula, mesmo descontentando a militância.
Esse vai-e-vem demonstra que o PT não perdeu a visão da realpolitik que o acompanhou desde a Carta aos Brasileiros. Não que isso seja necessariamente ruim.
O acordo de Pernambuco estava desenhado há meses e Marília Arraes sabia disso. Insurgiu-se no último momento e criou uma dor de cabeça para a Executiva, mas não a tirou da linha estratégica traçada pelo próprio Lula.
O que essa confusão toda demonstra? Que a Executiva, e, atrás dela, o próprio Lula, estão preocupados não apenas com a vitória moral, mas tem uma estratégia eleitoral em curso. Agiram politicamente para ampliar a aliança de esquerda, garantindo a parte centro-esquerda do PSB e, ao mesmo tempo, fortalecendo a candidatura de Fernando Pimentel, em Minas Gerais. Porque sabe que campeão moral não vence campeonato.
Portanto, esse pragmatismo deverá estar presente nessa estratégia de levar a candidatura Lula até o último momento.
O passo final ainda é uma incógnita. Mas será uma surpresa se o partido for para o sacrifício apenas para denunciar o quadro óbvio de cerceamento dos direitos de Lula.
De fato, ninguém na Executiva acredita que o Judiciário autorizará a candidatura de Lula. Os movimentos dos Ministros Carmen Lúcia e Luiz Edson Fachin, de antecipar o julgamento de Lula, tem a missão óbvia de liquidar com sua candidatura. É curioso que Lula não indicou Fachin Ministro do STF porque o considerava muito “basista”. Hoje, Fachin é o principal avalista das políticas antissociais de Temer.
O Supremo, através de Carmen Lúcia e Fachin, tem estratégia clara. Não bloqueou antes a candidatura de Lula, para atrasar o máximo possível as renegociações do segundo tempo. Agora, correrá para impedir que Lula – ou mesmo a imagem de Lula – entre no horário gratuito.
Obviamente, esses movimentos são de conhecimento de Lula e do PT.
Peça 2 – a reta final
Até a semana que vem haverá a revelação da estratégia do PT, devido ao próprio calendário eleitoral.
Em sã consciência, ninguém pode garantir antecipadamente que a estratégia de transferência de votos para o ungido funcione a contento. Uma eventual vitória da direita terá um custo enorme para o partido.
Não adianta acumular energias para 2022. Quatro anos de Geraldo Alckmin significarão o aniquilamento final de qualquer veleidade de desenvolvimento, de projeto nacional. Destruirá as políticas sociais, encurralará os governadores do arco de centro-esquerda e imporá a paz dos cemitérios no país. Aliás, a cada dia que passa mais se radicalizam as propostas de Alckmin, desde o armamento a fazendeiros até o fim das universidades públicas gratuitas.
As centrais sindicais suportarão mais quatro anos de estrangulamento? Na crise fiscal e federativa atual, os estados oposicionistas aguentarão mais quatro anos comendo nas mãos do presidente do partido oposto? O tecido social suportará mais quatro anos de uma política econômica de cunho eminentemente ideológico?
Jacques Wagner, depois de Lula o político mais tarimbado do partido, sabe que o que mantém coesa a estrutura de poder é exclusivamente o antipetismo arraigado. Esse antipetismo mantém na defensiva juízes, procuradores, delegados de polícia, empresários, intelectuais liberais que já se deram conta da tragédia política e econômica em curso, mas se mantém em silêncio, acuados pela Lava Jato e sem um ponto de suporte no Executivo.
Há um início de racha nos segmentos mais esclarecidos do país, entendendo a natureza do continuísmo de Temer com Alckmin.
Movimentos sociais, o carisma de Lula, garantem os votos da base da pirâmide. Os jogos de poder se dão na parte superior. E já entraram no estágio de hipocrisia, em que nem se procura mais ocultar os atentados à democracia.
Não serão o PCdoB, PSOL e partidos menores que ampliarão esse arco de alianças com a elite social-democrata.
Se a estratégia do PT resultar em vitória da direita, esse grupo tratará de se aglutinar longe do PT. E o partido voltará a ser do gueto político.
Por tudo isso, tudo será possível na próxima semana. Até a reaproximação com Ciro Gomes.
Até a semana que vem haverá a revelação da estratégia do PT, devido ao próprio calendário eleitoral.
Em sã consciência, ninguém pode garantir antecipadamente que a estratégia de transferência de votos para o ungido funcione a contento. Uma eventual vitória da direita terá um custo enorme para o partido.
Não adianta acumular energias para 2022. Quatro anos de Geraldo Alckmin significarão o aniquilamento final de qualquer veleidade de desenvolvimento, de projeto nacional. Destruirá as políticas sociais, encurralará os governadores do arco de centro-esquerda e imporá a paz dos cemitérios no país. Aliás, a cada dia que passa mais se radicalizam as propostas de Alckmin, desde o armamento a fazendeiros até o fim das universidades públicas gratuitas.
As centrais sindicais suportarão mais quatro anos de estrangulamento? Na crise fiscal e federativa atual, os estados oposicionistas aguentarão mais quatro anos comendo nas mãos do presidente do partido oposto? O tecido social suportará mais quatro anos de uma política econômica de cunho eminentemente ideológico?
Jacques Wagner, depois de Lula o político mais tarimbado do partido, sabe que o que mantém coesa a estrutura de poder é exclusivamente o antipetismo arraigado. Esse antipetismo mantém na defensiva juízes, procuradores, delegados de polícia, empresários, intelectuais liberais que já se deram conta da tragédia política e econômica em curso, mas se mantém em silêncio, acuados pela Lava Jato e sem um ponto de suporte no Executivo.
Há um início de racha nos segmentos mais esclarecidos do país, entendendo a natureza do continuísmo de Temer com Alckmin.
Movimentos sociais, o carisma de Lula, garantem os votos da base da pirâmide. Os jogos de poder se dão na parte superior. E já entraram no estágio de hipocrisia, em que nem se procura mais ocultar os atentados à democracia.
Não serão o PCdoB, PSOL e partidos menores que ampliarão esse arco de alianças com a elite social-democrata.
Se a estratégia do PT resultar em vitória da direita, esse grupo tratará de se aglutinar longe do PT. E o partido voltará a ser do gueto político.
Por tudo isso, tudo será possível na próxima semana. Até a reaproximação com Ciro Gomes.
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