Editorial do site Vermelho:
Pela sexta vez, Luiz Inácio Lula da Silva é candidato a presidente da República. Em 1989 chegou perto da vitória e acabou derrotado por uma manobra pró-Fernando Collor de Mello, que entrou para a história pelo registro das manipulações da Rede Globo de Televisão. Em 1994, foi vencido pelo imenso aparato publicitário do Plano Real, que trabalhou freneticamente pela candidatura de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Em 1998, acabou novamente derrotado, dessa vez pelo casuísmo da Emenda Constitucional da reeleição, com FHC ainda surfando na popularidade da “estabilidade monetária”.
Assim como em 1989, Lula passou perto da vitória em 1994 e 1998 porque expressava uma ideia progressista, identificada com o povo. Para se ter ideia, uma pesquisa Datafolha de 8 e 9 de junho de 1998 mostrou que FHC teria 35% das intenções de voto no primeiro turno e Lula, 30%. No segundo turno, FHC ficaria com 45% e Lula com 44%. Ou seja: empate técnico. O campo conservador recrudesceu sua campanha e acabou vencendo, como em 1994, no primeiro turno. Mas nas eleições seguintes, de 2002, a baldeação foi inevitável e Lula chegou à Presidência da República.
Sua força se comprovou com a reeleição em 2006 e com a vitória da sua sucessora, Dilma Rousseff, em 2010. Ele foi também diretamente responsável pela recondução da presidenta ao Palácio do Planalto, em 2014. A autoridade política do ex-presidente se formou desde que ele liderou a retomada das grandes greves, ainda em plena ditadura militar, no final da década de 1970. Desde então, ele se firmou como a principal liderança do campo progressista e popular, condição que se consolidou ao liderar o ciclo progressista iniciado com as eleições de 2002 e interrompido pelo golpe de 2016.
Lula, como presidente da República, levantou o país do chão, levando-o ao desenvolvimento, à ampliação da democracia e à defesa da soberania nacional. No ciclo progressista, o Brasil se tornou protagonista no cenário mundial, a partir da integração sul-americana e dos laços de solidariedade na América Latina. A criação da União de Nações Sul-americanas (Unasul), da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e o fortalecimento do Mercado Comum do Sul (Mercosul), além da formação do BRICS (união de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) contou com a decisiva ação de Lula. Além de ser respeitado no concerto das nações, o Brasil passou a ser reconhecido como exemplo de redução das desigualdades sociais.
Evidentemente, tudo isso não passaria incólume pelos grandes interesses em manter o país no atraso social e na dependência econômica; Lula acabou vítima da sina de outros presidentes que se elegeram com a bandeira da defesa dos interesses nacionais e dos direitos do povo, em especial dos trabalhadores. Getúlio Vargas foi levado ao suicídio em 1954. Juscelino Kubitscheck, eleito em 1955, só tomou posse pela ação enérgica do ministro da Guerra, Marechal Lott, e foi ameaçado por duas tentativas de golpe. Assim como João Goulart, que após sofrer a tentativa de impedimento da sua posse com a renúncia do presidente Jânio Quadros, foi destituído pelo golpe de 1964.
Obviamente que cada um governou de acordo com as circunstâncias da época, com as realidades de cada tempo histórico, mas a sina foi a mesma. A diferença é que Lula veio da classe trabalhadora e, por conseguinte, a onda que se levanta contra ele é mais feroz, mais agressiva. Pesa ainda a sua sólida popularidade, traduzida pelos números das pesquisas eleitorais. A equação fecha com a sua prisão arbitrária, resultado das imposições das forças golpistas para manter as eleições, como o cerceamento do seu direito de ser candidato e mantê-lo isolado numa cela, impossibilitado de fazer contato com o povo, na prática incomunicável.
O raciocínio golpista é óbvio: líder nas pesquisas, ostentando uma sólida popularidade que vem de 1989, Lula certamente seria eleito. Foi assim que se formou o conluio mídia-judiciário, apoiado por grandes grupos econômicos, para promover a orquestração que que o levou a prisão sem provas, depois de duas condenações arbitrárias, com a única finalidade de enquadrá-lo na “Lei da Ficha Limpa”. Lula é vítima, a rigor, das chibatas da Casa Grande e da Casa Branca, que lhe impõem uma verdadeira via crucis, cerceando seus direitos políticos assegurados por todas as cartas democráticas.
Mas, como a resistência do povo é forte, Lula, um bravo sertanejo, para desespero dos golpistas segue admirado pela imensa maioria do povo, sobretudo os trabalhadores. Mais ainda: setores da chamada “classe média” que participaram das jornadas da esquerda, paralisados pelos efeitos do bombardeio midiático contra a “política” e a esquerda, dão sinais de que estão prestes a despertar, como demonstram os grandes públicos no ato “Lula Livre” no Arco da Lapa, no Rio de Janeiro, e numa manifestação em um shopping na cidade de Salvador.
Este dia 15 de agosto, portanto, entra para história. Pela primeira vez um candidato lidera as pesquisas eleitorais em regime de encarceramento imposto pelos que não toleram o protagonismo do povo. Lula não estará em Brasília, neste dia, mas uma multidão o representará em um ato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para conclamar justiça e o consequente deferimento da sua candidatura. Outros milhões espalhados pelo país também estarão representando Lula. Ao TSE caberá o dever de dar um desfecho coerente para mais um capítulo dessa via crucis.
Cumprirá, ainda, aos tribunais superiores decidir de acordo com os preceitos do Estado Democrático de Direito, em lugar de referendar as arbitrariedades do Estado de Exceção liderado pela famigerada “República de Curitiba”. Lula, seus defensores legais e o povo lutarão até o último lance para reverter esses atos de arbítrios e fazer valer os direitos políticos inscritos na Constituição e em outros códigos democráticos.
De todo modo, o ex-presidente, em carta divulgada dias atrás, disse que Fernando Haddad e Manuela d´Ávila serão seus porta-vozes nessa luta. O certo é que, neste dia 15, Lula, Haddad e Manuela, associados a um coral de milhões de brasileiras e brasileiros, começarão oficialmente uma campanha que marcará a história do Brasil.
Pela sexta vez, Luiz Inácio Lula da Silva é candidato a presidente da República. Em 1989 chegou perto da vitória e acabou derrotado por uma manobra pró-Fernando Collor de Mello, que entrou para a história pelo registro das manipulações da Rede Globo de Televisão. Em 1994, foi vencido pelo imenso aparato publicitário do Plano Real, que trabalhou freneticamente pela candidatura de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Em 1998, acabou novamente derrotado, dessa vez pelo casuísmo da Emenda Constitucional da reeleição, com FHC ainda surfando na popularidade da “estabilidade monetária”.
Assim como em 1989, Lula passou perto da vitória em 1994 e 1998 porque expressava uma ideia progressista, identificada com o povo. Para se ter ideia, uma pesquisa Datafolha de 8 e 9 de junho de 1998 mostrou que FHC teria 35% das intenções de voto no primeiro turno e Lula, 30%. No segundo turno, FHC ficaria com 45% e Lula com 44%. Ou seja: empate técnico. O campo conservador recrudesceu sua campanha e acabou vencendo, como em 1994, no primeiro turno. Mas nas eleições seguintes, de 2002, a baldeação foi inevitável e Lula chegou à Presidência da República.
Sua força se comprovou com a reeleição em 2006 e com a vitória da sua sucessora, Dilma Rousseff, em 2010. Ele foi também diretamente responsável pela recondução da presidenta ao Palácio do Planalto, em 2014. A autoridade política do ex-presidente se formou desde que ele liderou a retomada das grandes greves, ainda em plena ditadura militar, no final da década de 1970. Desde então, ele se firmou como a principal liderança do campo progressista e popular, condição que se consolidou ao liderar o ciclo progressista iniciado com as eleições de 2002 e interrompido pelo golpe de 2016.
Lula, como presidente da República, levantou o país do chão, levando-o ao desenvolvimento, à ampliação da democracia e à defesa da soberania nacional. No ciclo progressista, o Brasil se tornou protagonista no cenário mundial, a partir da integração sul-americana e dos laços de solidariedade na América Latina. A criação da União de Nações Sul-americanas (Unasul), da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e o fortalecimento do Mercado Comum do Sul (Mercosul), além da formação do BRICS (união de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) contou com a decisiva ação de Lula. Além de ser respeitado no concerto das nações, o Brasil passou a ser reconhecido como exemplo de redução das desigualdades sociais.
Evidentemente, tudo isso não passaria incólume pelos grandes interesses em manter o país no atraso social e na dependência econômica; Lula acabou vítima da sina de outros presidentes que se elegeram com a bandeira da defesa dos interesses nacionais e dos direitos do povo, em especial dos trabalhadores. Getúlio Vargas foi levado ao suicídio em 1954. Juscelino Kubitscheck, eleito em 1955, só tomou posse pela ação enérgica do ministro da Guerra, Marechal Lott, e foi ameaçado por duas tentativas de golpe. Assim como João Goulart, que após sofrer a tentativa de impedimento da sua posse com a renúncia do presidente Jânio Quadros, foi destituído pelo golpe de 1964.
Obviamente que cada um governou de acordo com as circunstâncias da época, com as realidades de cada tempo histórico, mas a sina foi a mesma. A diferença é que Lula veio da classe trabalhadora e, por conseguinte, a onda que se levanta contra ele é mais feroz, mais agressiva. Pesa ainda a sua sólida popularidade, traduzida pelos números das pesquisas eleitorais. A equação fecha com a sua prisão arbitrária, resultado das imposições das forças golpistas para manter as eleições, como o cerceamento do seu direito de ser candidato e mantê-lo isolado numa cela, impossibilitado de fazer contato com o povo, na prática incomunicável.
O raciocínio golpista é óbvio: líder nas pesquisas, ostentando uma sólida popularidade que vem de 1989, Lula certamente seria eleito. Foi assim que se formou o conluio mídia-judiciário, apoiado por grandes grupos econômicos, para promover a orquestração que que o levou a prisão sem provas, depois de duas condenações arbitrárias, com a única finalidade de enquadrá-lo na “Lei da Ficha Limpa”. Lula é vítima, a rigor, das chibatas da Casa Grande e da Casa Branca, que lhe impõem uma verdadeira via crucis, cerceando seus direitos políticos assegurados por todas as cartas democráticas.
Mas, como a resistência do povo é forte, Lula, um bravo sertanejo, para desespero dos golpistas segue admirado pela imensa maioria do povo, sobretudo os trabalhadores. Mais ainda: setores da chamada “classe média” que participaram das jornadas da esquerda, paralisados pelos efeitos do bombardeio midiático contra a “política” e a esquerda, dão sinais de que estão prestes a despertar, como demonstram os grandes públicos no ato “Lula Livre” no Arco da Lapa, no Rio de Janeiro, e numa manifestação em um shopping na cidade de Salvador.
Este dia 15 de agosto, portanto, entra para história. Pela primeira vez um candidato lidera as pesquisas eleitorais em regime de encarceramento imposto pelos que não toleram o protagonismo do povo. Lula não estará em Brasília, neste dia, mas uma multidão o representará em um ato no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para conclamar justiça e o consequente deferimento da sua candidatura. Outros milhões espalhados pelo país também estarão representando Lula. Ao TSE caberá o dever de dar um desfecho coerente para mais um capítulo dessa via crucis.
Cumprirá, ainda, aos tribunais superiores decidir de acordo com os preceitos do Estado Democrático de Direito, em lugar de referendar as arbitrariedades do Estado de Exceção liderado pela famigerada “República de Curitiba”. Lula, seus defensores legais e o povo lutarão até o último lance para reverter esses atos de arbítrios e fazer valer os direitos políticos inscritos na Constituição e em outros códigos democráticos.
De todo modo, o ex-presidente, em carta divulgada dias atrás, disse que Fernando Haddad e Manuela d´Ávila serão seus porta-vozes nessa luta. O certo é que, neste dia 15, Lula, Haddad e Manuela, associados a um coral de milhões de brasileiras e brasileiros, começarão oficialmente uma campanha que marcará a história do Brasil.
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