Por Carina Vitral, na revista Fórum:
Neste mês de agosto, há duas datas importantes alusivas à juventude: o Dia do Estudante (11) e o Dia Internacional da Juventude (12), cujo tema definido pela ONU para 2018 é “Safe Spaces for Youth” (Espaços Seguros para os Jovens). Deveriam ser datas para comemoração, mas a situação do Brasil obriga os jovens a lutar, em vez de celebrar – pelo menos por enquanto.
Um dos motivos de desalento nesses tempos temerosos é o desemprego. Os índices variam conforme o tipo de amostragem e os critérios utilizados. A taxa oficial do IBGE é de 12,7% da população economicamente ativa, ou mais de 13 milhões de pessoas sem trabalho, e esse percentual é maior entre mulheres, jovens, negros e pessoas com baixa escolaridade.
Entretanto, esse número chega a 28 milhões quando se soma à força de trabalho subutilizada – formada por desempregados, pessoas subocupadas (que gostariam de trabalhar mais do que a jornada que exercem) e a força de trabalho potencial (pessoas que desistiram de procurar emprego, mães que deixam o emprego para cuidar dos filhos e outros casos de pessoas que poderiam trabalhar, mas estão fora do mercado).
O desemprego de “longa duração” – quando a pessoa fica desempregada por mais de um ano – afeta 5 milhões de cidadãos no país, sendo 54,1% na faixa de 14 a 29 anos. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios contínua do quarto trimestre de 2017, e a taxa é 130% maior que no mesmo período de 2014.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o desemprego aflige 30% dos jovens brasileiros de 15 a 24 anos, a maior taxa desde 1991 e o dobro da média mundial (13,1%). Entre as mais de 190 economias avaliadas pela OIT, somente 36 têm situação pior que a do Brasil para os jovens. Uma vergonha para o país, que, além de não garantir educação pública de qualidade a todas as crianças e jovens, comete o desplante de não assegurar colocação no mercado de trabalho a todos aqueles que conseguem se formar na universidade ou em cursos profissionalizantes.
Qual estímulo tem um jovem para passar anos numa faculdade ou escola técnica sabendo que, ao obter o diploma, seu destino pode ser o desemprego ou, na melhor das hipóteses, o subemprego? Estudar para que? É uma pergunta cabível.
Mais que uma vergonha para o país, o desemprego é desumanidade ao extremo. Adoece as pessoas, desintegra famílias, abala amizades, reduz a esperança. Como sobrevivem as pessoas sem emprego? Como pagam as contas? Como se deslocam para procurar trabalho ou para ir à aula? Como visitam familiares? Como vão ao rolê ou à balada? Será que estão condenadas a serem meros números numa planilha de excell? É esse o futuro que o Brasil oferece aos seus cidadãos e, particularmente, aos jovens? Não pode ser! A juventude recusa-se a aceitar esse destino.
Será que o tema da ONU faz sentido para o jovem brasileiro nos dias de hoje? Qual seu espaço seguro num país que não garante trabalho, um dos direitos elementares da cidadania? Que espaço seguro há num sistema político-econômico que lhe impõe uma competição destrutiva com seu colega de classe por uma vaga na profissão?
Falta solidariedade, generosidade, humanidade aos governantes deste Brasil atual. Se depender deles, o futuro não virá. Como diz o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica: “A luta é o caminho eterno da vida”. É nisso que a juventude precisa se espelhar, para resgatar a esperança, a alegria, a autoestima. Que na eleição de outubro os jovens utilizem seu voto para escolher o seu amanhã melhor – com emprego, educação, diversão, arte e muito amor.
Um dos motivos de desalento nesses tempos temerosos é o desemprego. Os índices variam conforme o tipo de amostragem e os critérios utilizados. A taxa oficial do IBGE é de 12,7% da população economicamente ativa, ou mais de 13 milhões de pessoas sem trabalho, e esse percentual é maior entre mulheres, jovens, negros e pessoas com baixa escolaridade.
Entretanto, esse número chega a 28 milhões quando se soma à força de trabalho subutilizada – formada por desempregados, pessoas subocupadas (que gostariam de trabalhar mais do que a jornada que exercem) e a força de trabalho potencial (pessoas que desistiram de procurar emprego, mães que deixam o emprego para cuidar dos filhos e outros casos de pessoas que poderiam trabalhar, mas estão fora do mercado).
O desemprego de “longa duração” – quando a pessoa fica desempregada por mais de um ano – afeta 5 milhões de cidadãos no país, sendo 54,1% na faixa de 14 a 29 anos. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios contínua do quarto trimestre de 2017, e a taxa é 130% maior que no mesmo período de 2014.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o desemprego aflige 30% dos jovens brasileiros de 15 a 24 anos, a maior taxa desde 1991 e o dobro da média mundial (13,1%). Entre as mais de 190 economias avaliadas pela OIT, somente 36 têm situação pior que a do Brasil para os jovens. Uma vergonha para o país, que, além de não garantir educação pública de qualidade a todas as crianças e jovens, comete o desplante de não assegurar colocação no mercado de trabalho a todos aqueles que conseguem se formar na universidade ou em cursos profissionalizantes.
Qual estímulo tem um jovem para passar anos numa faculdade ou escola técnica sabendo que, ao obter o diploma, seu destino pode ser o desemprego ou, na melhor das hipóteses, o subemprego? Estudar para que? É uma pergunta cabível.
Mais que uma vergonha para o país, o desemprego é desumanidade ao extremo. Adoece as pessoas, desintegra famílias, abala amizades, reduz a esperança. Como sobrevivem as pessoas sem emprego? Como pagam as contas? Como se deslocam para procurar trabalho ou para ir à aula? Como visitam familiares? Como vão ao rolê ou à balada? Será que estão condenadas a serem meros números numa planilha de excell? É esse o futuro que o Brasil oferece aos seus cidadãos e, particularmente, aos jovens? Não pode ser! A juventude recusa-se a aceitar esse destino.
Será que o tema da ONU faz sentido para o jovem brasileiro nos dias de hoje? Qual seu espaço seguro num país que não garante trabalho, um dos direitos elementares da cidadania? Que espaço seguro há num sistema político-econômico que lhe impõe uma competição destrutiva com seu colega de classe por uma vaga na profissão?
Falta solidariedade, generosidade, humanidade aos governantes deste Brasil atual. Se depender deles, o futuro não virá. Como diz o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica: “A luta é o caminho eterno da vida”. É nisso que a juventude precisa se espelhar, para resgatar a esperança, a alegria, a autoestima. Que na eleição de outubro os jovens utilizem seu voto para escolher o seu amanhã melhor – com emprego, educação, diversão, arte e muito amor.
0 comentários:
Postar um comentário