Foto: Ricardo Stuckert |
Dois dias depois do registro da candidatura do ex-presidente Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). em Brasília, os números e o impacto político no Brasil - e no mundo - ainda surpreendem.
Foram mais de mais cinquenta mil trabalhadoras e trabalhadores dos movimentos populares de 22 estados mais Distrito Federal que acompanharam o ato. Mais de cinco mil marchantes da Via Campesina e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) caminharam por cinco dias, percorrendo cerca de 180 km em direção a Brasília, na Marcha Nacional Lula Livre, em três colunas: Ligas Camponesas, Prestes e Tereza de Benguela.
Ao longo da semana, ocorreram dois lançamentos de livros importantes: Lula Livre Lula Livro, no Teatro Oficina, em São Paulo e Caravana da Esperança, Lula pelo Nordeste, em Brasília – o que denota uma movimentação de importantes setores da cultura mobilizados pela causa.
Em 10 de agosto, o Dia do Basta mobilizou pessoas de várias capitais do Brasil. Sindicatos da CUT fizeram manifestações em diversas cidades do país, acompanhados dos movimentos sociais, até mesmo em cidades do interior.
Vídeos com manifestações espontâneas nos metrôs, parques, shoppings centers e no campo enchem as redes sociais, como no caso dos “Lulaços”, a exemplo do ocorrido no shopping em Salvador e na “Feira Hippie” de Belo Horizonte.
Não são apenas os números de intenção de voto que explicitam a vontade do povo escolher seu presidente; há uma energia democrática que se sente nas ruas. Tem- se, hoje, no Brasil um caldo pró democracia que denuncia em alta e clara voz as arbitrariedades do Congresso e do Judiciário brasileiros desde o Golpe contra a Presidenta Dilma em 2016.
Na última sexta-feira, o Comitê de Direitos Humanos da ONU pediu que o Brasil garanta a candidatura e todos os direitos políticos de Lula. O Brasil deveria seguir esta orientação, já que, voluntariamente, em 2009, o país ratificou o Pacto de Direitos Civis e Políticos. Não respeitá-la estaria colocando o “Brasil como pária internacional”, como explicou o ex-chanceler Celso Amorim.
Todos os jornais do Brasil e do mundo acompanham as movimentações do PT, dos movimentos populares e do Judiciário para saber como será concluída a questão. O TSE terá mesmo a empáfia de dar um novo golpe contra a Democracia e impedir a candidatura daquele que tem quase 40% das intenções de voto?
O que se torna evidente, no entanto, é que a prisão arbitrária de um cidadão inocente e a tentativa de proibição de sua candidatura não diz respeito apenas ao candidato em si, tampouco ao seu partido. Diz respeito, sim, aos rumos da democracia no maior país da América Latina. Está claro que o Brasil tem novamente a possibilidade de decidir entre a democracia e um governo sem povo. E o mundo está olhando para isso.
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