Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Vai ficando cada vez mais preocupante o que nos espera com o governo Jair Bolsonaro.
Os “planos” do presidente eleito são, até agora, de demolição, não de construção.
Vimos um exemplo terrível e desumano com o caso dos médicos cubanos que, em apenas um mês, deixarão sem assistência mais de 25 milhões de brasileiros, no que, num expressão definitiva, Bernardo Mello Franco chamou, em O Globo, de “Programa Menos Médicos”.
Mas não é o único desmonte à frente.
Nos jornais de hoje, fala-se tanto em demitir quanto em reduzir salários dos servidores públicos, algo mais fácil de dizer do que de fazer, porque não apenas há impedimentos legais e constitucionais como, de um lado, enfrentará forte resistência do legislativo e, mesmo em programas de desligamentos voluntários, terá pouca chance de prosperar com as corporações mais bem remuneradas e até com servidores mais modestos, no quadro de desemprego que temos.
No campo dos investimentos, o cenário é desolador. O programa manifesto para o BNDES é o de ampliar a devolução de recursos ao Tesouro, o que, vale dizer, é tirar caixa do banco para emprestar aos agentes econômicos de todos os tamanhos. Panorama desanimador, já que os escândalos políticos tiraram o vigor dos setores que poderiam responder a um programa de investimentos: a construção pesada, o petróleo e a exportação de carnes manufaturada ou semimanufaturada.
Novamente – como desde Joaquim Levy – a expectativa de equilíbrio econômico se baseia na visão medíocre de vender o que resta de patrimônio estatal para cobrir o que a arrecadação de impostos sobre a atividade da economia, o que é, mal comparando, passar a viver da venda dos móveis da casa em lugar do salário, o que “quebra-galhos”, mas não faz mais que adiar crises.
Na educação, a bandeira pública, agora, em lugar de ampliar e melhorar escolas, é calar professores e estimular alunos e pais ao papel de dedo-duros.
Nossas relações com o mundo foram entregues a um patético sujeito que quer “ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista”, cujo objetivo seria “romper a conexão entre Deus e o homem, tornado o homem escravo e Deus irrelevante”, contra o qual é necessário “abrir-se para a presença de Deus na política e na história”. Se tiver paciência com um sujeito destes, leia o artigo em que Clóvis Rossi traça o perfil do “Cabo Daciolo” intelectualizado.
Depois de anos de crise, é claro que o Brasil tem potencial para recuperação da atividade econômica e é provável que os primeiros meses de governo tenham indicadores positivos neste campo, se o furor moralista e acusatório não trouxer mais insegurança ao quadro da economia.
Mas tudo será só “fumaça” sem rumo econômico e tudo dá a impressão de que teremos um período semelhante ao Governo Temer e uma retomada “voo de galinha”.
Os “planos” do presidente eleito são, até agora, de demolição, não de construção.
Vimos um exemplo terrível e desumano com o caso dos médicos cubanos que, em apenas um mês, deixarão sem assistência mais de 25 milhões de brasileiros, no que, num expressão definitiva, Bernardo Mello Franco chamou, em O Globo, de “Programa Menos Médicos”.
Mas não é o único desmonte à frente.
Nos jornais de hoje, fala-se tanto em demitir quanto em reduzir salários dos servidores públicos, algo mais fácil de dizer do que de fazer, porque não apenas há impedimentos legais e constitucionais como, de um lado, enfrentará forte resistência do legislativo e, mesmo em programas de desligamentos voluntários, terá pouca chance de prosperar com as corporações mais bem remuneradas e até com servidores mais modestos, no quadro de desemprego que temos.
No campo dos investimentos, o cenário é desolador. O programa manifesto para o BNDES é o de ampliar a devolução de recursos ao Tesouro, o que, vale dizer, é tirar caixa do banco para emprestar aos agentes econômicos de todos os tamanhos. Panorama desanimador, já que os escândalos políticos tiraram o vigor dos setores que poderiam responder a um programa de investimentos: a construção pesada, o petróleo e a exportação de carnes manufaturada ou semimanufaturada.
Novamente – como desde Joaquim Levy – a expectativa de equilíbrio econômico se baseia na visão medíocre de vender o que resta de patrimônio estatal para cobrir o que a arrecadação de impostos sobre a atividade da economia, o que é, mal comparando, passar a viver da venda dos móveis da casa em lugar do salário, o que “quebra-galhos”, mas não faz mais que adiar crises.
Na educação, a bandeira pública, agora, em lugar de ampliar e melhorar escolas, é calar professores e estimular alunos e pais ao papel de dedo-duros.
Nossas relações com o mundo foram entregues a um patético sujeito que quer “ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista”, cujo objetivo seria “romper a conexão entre Deus e o homem, tornado o homem escravo e Deus irrelevante”, contra o qual é necessário “abrir-se para a presença de Deus na política e na história”. Se tiver paciência com um sujeito destes, leia o artigo em que Clóvis Rossi traça o perfil do “Cabo Daciolo” intelectualizado.
Depois de anos de crise, é claro que o Brasil tem potencial para recuperação da atividade econômica e é provável que os primeiros meses de governo tenham indicadores positivos neste campo, se o furor moralista e acusatório não trouxer mais insegurança ao quadro da economia.
Mas tudo será só “fumaça” sem rumo econômico e tudo dá a impressão de que teremos um período semelhante ao Governo Temer e uma retomada “voo de galinha”.
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