sábado, 15 de dezembro de 2018

Bolsonaro e os truques de Dallagnol

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Malandro é malandro, mané é mané.

Deltan Dallagnol encontrou um jeito de comentar sem comentar as denúncias envolvendo os Bolsonaros e seus assessores.

Hiperativo nas redes sociais, o loquaz procurador deu pouca atenção, para seus padrões, ao escândalo político mais escabroso do momento.

Em uma semana, retuitou duas matérias.

No último dia 12, finalmente, seu parecer acaciano: “Toda movimentação suspeita envolvendo políticos e pessoas a eles vinculadas precisa ser apurada com agilidade. É o papel do MP no RJ investigar”.

Missão cumprida, não tocou mais no assunto, segue o baile com blablablá genérico moralista.

Deltan não se importa com a corrupção do governo de que Sergio Moro faz parte.

Muito diferente da campanha que empreendeu num episódio menor, mesquinho, idiota, da briga de Lewandowski com um advogado bolsominion num avião.

Para expor seus desafetos no Supremo, Dallagnol empreende tempo e energia.








Enquanto ignora Fabrício Queiroz, exalta a “vitória dos paranaenses contra preços abusivos de pedágio”.

“A juíza federal de Curitiba Thais Sampaio da Silva Machado entendeu correta a decisão do juiz de Jacarezinho: cancelas devem ser abertas e tarifa reduzida. É uma vitória não só porque o consumidor vai pagar menos, mas pq é um recado claro no combate aos desvios e à corrupção”.

Quase ateando fogo às vestes, também pontuou que “se o presidente Temer reeditar o seu decreto de indulto neste ano, seu governo ficará conhecido como uma ‘ponte para a impunidade’.”

A conta no Twitter de Dallagnol é um microcosmo da hipocrisia da Lava Jato e de sua atuação seletiva.

Dallagnol tem uma agenda pessoal que se confundiu com a da polícia política brasileira. Sergio Moro se incumbiu de desmoralizar de vez a turma com sua migração para o ministério de Bolsonaro.

O grande momento de menino Deltan foi o jejum pela prisão de Lula.

Aquele foi o ápice da militância descarada e da sua visão fundamentalista do mundo.

Agora ele finge que se importa com outras coisas e as pessoas fingem que acreditam.

Como pontuou a cabeça oca Cássia Kiss: “Acho que é… olha, nem consigo achar um adjetivo para ele”.

Impossível achar um adjetivo para DD.




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