Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:
Jair Bolsonaro, o Messias que nos coube, demonstra ser francamente favorável à entrega à iniciativa privada, do petróleo, do minério de ferro, da indústria aeronáutica e do que houver no solo, no subsolo e no mar territorial da Terra de Santa Cruz. Devido à tutela que sobre ele exerce o ministro Paulo Guedes, tornou-se um privatista de quatro costados. Presume que os empresários, cevados em dinheiro fácil e no ombro amigo do Estado, abrirão seus cofres para despertar a economia de sua letargia. Certo, também existe quem acredite em duendes.
Enquanto a mágica não acontece e extrai a economia do buraco, valeria a pena reunir os cérebros pensantes – sim, eu sei que o termo é inadequado – do governo e retomar as exportações. Arranjar uma maneira de negociar com o exterior e fazer a balança de pagamentos pender para o nosso lado. Como? Vendendo o que sobra por aqui: fake news. O desafio seria como atribuir valor, conquistar clientes no estrangeiro e exportar tal matéria-prima.
Se existe algo que o presidente tem produzido de maneira a provocar até uma ponta de orgulho na nacionalidade são pós-verdades. Ou, no popular, mentiras puras e simples. Ou, ainda, fatos que se esqueceram de acontecer, como queria o poeta gaúcho Mário Quintana.
Ao fechar seus 100 primeiros dias de, vá lá, governo, Bolsonaro já somava 161 declarações “totalmente falsas ou com algum grau de erro”. Foi o que apurou a agência de checagem Aos Fatos ao conferir 283 manifestações presidenciais. A cada dez declarações, ele falseia ou distorce seis delas. Trata-se de uma produção fenomenal de mentiras inteiras ou pela metade. As maiores lorotas versaram sobre relações exteriores e economia. Estamos diante de um prodígio, um talento excepcional para a balela. Resta encontrar quem invista em tal commodity. Talvez o Japão, os países nórdicos da Europa.
Foram 86 afirmações com algum grau de erro e 75 com dados completamente falsos. Como na lavoura da besteira não existe entressafra, Bolsonaro encerrou abril com chave de ouro. Em entrevista a Band TV, acusou os governos Lula e Dilma de promoverem o “sucateamento” das Forças Armadas. No UOL, o insuspeito Reinaldo Azevedo puxou as compridas orelhas presidenciais, lembrando que, entre 2003 e 2011, “o Orçamento da Defesa saltou duas vezes e meia, passando de R$ 24,85 bilhões para R$ 61,2 bilhões”. Em 2013, sob Dilma, o país aplicou R$ 4,5 bilhões na compra de caças para a Aeronáutica. Em 2014, estava em 11º lugar entre os países que mais gastavam com sua defesa.
Porém, no mercado de mentiras, nem tudo são flores. No quesito de embustes, o Brasil terá que enfrentar um poderoso rival. Em dois anos de Casa Branca, Donald Trump fez 1.950 declarações falsas ou enganosas, segundo levantamento do jornal The Washington Post. Foram mais de cinco tretas por dia. É um problema para Bolsonaro. Mas com a ajuda da prole e do seu ministério quem sabe possa alcançar o americano laranja. Nada é impossível para quem se elegeu com a ajuda de fake news e governa na mesma base. Pra frente, Brasil!
Enquanto a mágica não acontece e extrai a economia do buraco, valeria a pena reunir os cérebros pensantes – sim, eu sei que o termo é inadequado – do governo e retomar as exportações. Arranjar uma maneira de negociar com o exterior e fazer a balança de pagamentos pender para o nosso lado. Como? Vendendo o que sobra por aqui: fake news. O desafio seria como atribuir valor, conquistar clientes no estrangeiro e exportar tal matéria-prima.
Se existe algo que o presidente tem produzido de maneira a provocar até uma ponta de orgulho na nacionalidade são pós-verdades. Ou, no popular, mentiras puras e simples. Ou, ainda, fatos que se esqueceram de acontecer, como queria o poeta gaúcho Mário Quintana.
Ao fechar seus 100 primeiros dias de, vá lá, governo, Bolsonaro já somava 161 declarações “totalmente falsas ou com algum grau de erro”. Foi o que apurou a agência de checagem Aos Fatos ao conferir 283 manifestações presidenciais. A cada dez declarações, ele falseia ou distorce seis delas. Trata-se de uma produção fenomenal de mentiras inteiras ou pela metade. As maiores lorotas versaram sobre relações exteriores e economia. Estamos diante de um prodígio, um talento excepcional para a balela. Resta encontrar quem invista em tal commodity. Talvez o Japão, os países nórdicos da Europa.
Foram 86 afirmações com algum grau de erro e 75 com dados completamente falsos. Como na lavoura da besteira não existe entressafra, Bolsonaro encerrou abril com chave de ouro. Em entrevista a Band TV, acusou os governos Lula e Dilma de promoverem o “sucateamento” das Forças Armadas. No UOL, o insuspeito Reinaldo Azevedo puxou as compridas orelhas presidenciais, lembrando que, entre 2003 e 2011, “o Orçamento da Defesa saltou duas vezes e meia, passando de R$ 24,85 bilhões para R$ 61,2 bilhões”. Em 2013, sob Dilma, o país aplicou R$ 4,5 bilhões na compra de caças para a Aeronáutica. Em 2014, estava em 11º lugar entre os países que mais gastavam com sua defesa.
Porém, no mercado de mentiras, nem tudo são flores. No quesito de embustes, o Brasil terá que enfrentar um poderoso rival. Em dois anos de Casa Branca, Donald Trump fez 1.950 declarações falsas ou enganosas, segundo levantamento do jornal The Washington Post. Foram mais de cinco tretas por dia. É um problema para Bolsonaro. Mas com a ajuda da prole e do seu ministério quem sabe possa alcançar o americano laranja. Nada é impossível para quem se elegeu com a ajuda de fake news e governa na mesma base. Pra frente, Brasil!
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