domingo, 14 de julho de 2019

"Vamos lucrar", prega o pastor Dallagnol

Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

Os novos diálogos da Lava Jato revelados pelo Intercept em parceria com a Folha escancaram a procuradoria da prosperidade de Deltan Dallagnol.

O chefe da “força tarefa”, o menino das bochechas rosadas, media whore, montou um esquema para faturar com a fama amealhada na “luta contra a corrupção”.

Como qualquer ator de “Chiquititas”, estava mais interessado em aparecer do que em trabalhar.

Palestras, formatura, baile de debutante - qualquer coisa servia.

Discutiu criar empresa sem ser sócio.

A lei proíbe permite apenas que procuradores sejam sócios ou acionistas de companhias.

Funcionárias da Procuradoria em Curitiba organizavam sua agenda de palestrante profissional.

“Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É um bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade”, escreveu.

“Se fizéssemos algo sem fins lucrativos e pagássemos valores altos de palestras pra nós, escaparíamos das críticas, mas teria que ver o quanto perderíamos em termos monetários”.

Tentou emplacar a firma de um tio chamada Polyndia.

“Eles podem oferecer comissão pra aluno da comissão de formatura pelo número de vendas de ingressos que ele fizer. Isso alavancaria total o negócio. E nós faríamos contatos com os palestrantes pra convidar. Eles cuidariam de preparação e promoção, nós do conteúdo pedagógico e dividiríamos os lucros”.

Discutiu a criação de um instituto sem fins lucrativos, que evitaria a exposição dos donos e também pagaria menos Imposto de Renda, após receber um convite para dar conferência.

“Se tudo der certo nas palestras, vai entrar ainda uns 100k limpos até o fim do ano. Total líquido das palestras e livros daria uns 400k. Total de 40 aulas/palestras. Média de 10k limpo”.

A operação tornou-se um meio fantástico para ficar rico com o antipetismo e em nome de uma moral - com a ajuda inestimável da imprensa.

Quem iria a um curso intitulado “Turbine Sua Vida Profissional com Ferramentas Indispensáveis”, pelamor??

Dallagnol aprendeu direitinho com os pastores evangélicos que frequentou.

O Deus que DD adora mesmo, além de Sergio Moro, é o Dinheiro.

1 comentários:

Vera Lúcia Santana Araújo disse...

Uma vergonha para o Ministério Público que atua nos moldes constitucionais.