segunda-feira, 5 de agosto de 2019

A mídia alternativa e a juventude

Foto: Felipe Bianchi
Por Gabriella Mesquita, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Jornalistas dos principais veículos da mídia alternativa brasileira, como o Mídia Ninja e Jornalistas Livres, estiveram reunidos em uma mesa de debate para discutir formas de se comunicar com a juventude, na tarde desta terça-feira (30), na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo (SP).

Foi o quinto debate do 4º Curso Nacional de Comunicação, com o tema "As formas de comunicação com a juventude". A atividade de formação continuou até esta quarta-feira (31). Participaram Marcelo Branco, profissional de TICs e integrante do Conexões Globais; Laura Capriglione, repórter da rede Jornalistas Livres e Rafael Vilela, editor e fotógrafo do Mídia Ninja que substitui a participação de Pablo Capilé, do Mídia Ninja que não pode comparecer.

As discussões giraram em torno da dificuldade de se atingir o público jovem através dos meios de comunicação hegemônicos, principalmente no que se trata no interesse político fora da “bolha”. "A gente precisa trazer a juventude que está fazendo trabalhos incríveis na internet e escutá-las. Para falar de juventude precisamos escutar muito mais do que falar ", disse Rafael Vilela, do Mídia Ninja.

Para ele, "A experiência do ‘vira-voto’ na época das eleições trouxe essa perspectiva de conseguir mobilizar as pessoas para refletirem sobre seu papel de escuta, não seu papel de fala e a força de convencer com os argumentos, dados e objetividades, mais sim de escutar e a partir da experiência real das pessoas , tentar tocá-las”. O ativista também acredita que as narrativas pessoais são sempre muito difíceis de contar, e acabamos sempre nos pautando por gráficos e detalhes que distanciam cada vez mais a informação das pessoas reais.

Laura Capriglione, dos Jornalistas Livres, acredita que a juventude está em um espaço em comum e dialógicos e os veículos devem aproveitar isso. “Precisamos de Iniciativa espontânea das pessoas, a esquerda precisa acolher a espontaneidade e parar de centralizar a narrativa. Acolher o discurso não centralizado, a biodiversidade gigantesca que temos dentro das redes sociais”.

Ela acredita que temos que intervir nas redes privadas e cadastrar os nossos de interesse. Para ela, “A esquerda está proporcionando poucos diálogos com o embate dos direitos ambientais e as propostas de Bolsonaro que infligem tal”.

A programação do Curso continuou na quarta, com debates sobre a ofensiva contra os movimentos sociais, a cultura sob o cerco fascista e os desafios da comunicação.

0 comentários: