Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:
Homer está sempre abandonando o posto de trabalho e suas obrigações e colocando outros para fazer seu serviço na usina, como se não fosse ele o responsável por tudo que vier a acontecer. O governo está agindo da mesma forma, fingindo que cuidar da costa brasileira não é atribuição federal para que ninguém se dê conta da responsabilidade direta do presidente e sua equipe de despreparados sobre o que está acontecendo. Desde que as manchas de petróleo apareceram na praia, o que o governo mais tem feito é apontar o dedo para os outros ou fazer de conta que o que está ocorrendo não tem nada a ver com o desmonte dos órgãos de fiscalização ambientais por Bolsonaro. Na semana passada, o Ministério Público Federal entrou com uma ação contra a União em que acusa o governo de “omissão” em relação ao vazamento de óleo nas praias nordestinas. “A União não está adotando as medidas adequadas em relação a esse desastre ambiental que já chegou a 2.100 quilômetros dos nove estados da região”, diz a ação.
2. “It was like that when I got here” ou “Já estava assim quando cheguei”
Esta é uma das maiores máximas de Homer Simpson: jogar a culpa em quem estava lá antes de ele ocupar o cargo, como estratégia para tentar esconder as próprias cagadas. Claro que o governo Bolsonaro não deixaria de apontar o dedo para seu principal bode expiatório, o PT. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, atacou diretamente o governador petista Rui Costa no twitter, dizendo que o Estado da Bahia não está ajudando na remoção do óleo. Rui rebateu na lata [aqui].
3. “Blame it on the guy who can’t speak english” ou “Culpe o estrangeiro”
Na usina nuclear dos Simpsons tem um cara, Tibor Jankovsky, que não fala inglês. Quando acontece algum problema na usina, Homer atribui a responsabilidade a Tibor. Até agora, o governo Bolsonaro já culpou pelo desastre nas praias nordestinas: a Venezuela, o “socialismo”, as ONGs (!!!) e até o Foro de São Paulo. Só não culpou a Shell, cujo logo aparece nos barris de petróleo encontrados; afinal, ela é estrangeira, mas dos “amigos do Norte”. A PDVSA, a estatal venezuelana, negou qualquer ligação com o óleo derramado.
Bolsonaro agora está apelando à paranoia delirante propriamente dita e à teoria da conspiração, atribuindo, sem nenhuma evidência, à “sabotagem” o desastre que ocorre nas praias do Nordeste. “Coincidência ou não, temos um leilão da cessão onerosa. Eu me pergunto, a gente tem que ter muita responsabilidade no que fala: poderia ser uma ação criminosa para prejudicar esse leilão? É uma pergunta que está no ar”, disse, em live no facebook.
Enquanto isso, o ministro contra o Meio Ambiente, Ricardo Salles, segue tentando jogar sua incompetência nas costas das ONGs estrangeiras. Agora é o Greenpeace a vítima. O grupo respondeu com dureza, mostrando que os voluntários organizados por eles estão ajudando na limpeza das praias, enquanto o governo continua a atribuir a culpa a terceiros, em vez de tomar alguma atitude eficiente para contornar o problema. Exatamente como Homer.
Até quando o governo vai fugir de sua responsabilidade sobre o que está acontecendo nas praias do Nordeste? Até quando vai apontar o dedo para os outros em vez de tentar resolver ou minimizar o desastre ambiental que ocorre em nossas praias às vésperas do verão? Seria melhor fazer como aconteceu na tragédia em Brumadinho e nos incêndios na Amazônia, quando o governo Bolsonaro assumiu sua incompetência e importou especialistas de Israel para tentar resolver. D’oh!
As manchas de óleo nas praias nordestinas são a prova cabal da incompetência de Bolsonaro e sua equipe para administrar o país. Não conseguiram prevenir o desastre, até porque o governo extinguiu os dois comitês do plano de ação de incidentes com óleo; estão sendo incapazes de remediar ou minimizar o problema; e nem sequer descobriram até agora quem são os responsáveis pelo derramamento de óleo no mar. O que o governo está fazendo em relação ao petróleo, na verdade, é seguir ao pé da letra as três regras de ouro de Homer Simpson para “lidar” com problemas que ele mesmo causou.
1. “Cover for me” ou “cumpra minhas obrigações”
1. “Cover for me” ou “cumpra minhas obrigações”
Homer está sempre abandonando o posto de trabalho e suas obrigações e colocando outros para fazer seu serviço na usina, como se não fosse ele o responsável por tudo que vier a acontecer. O governo está agindo da mesma forma, fingindo que cuidar da costa brasileira não é atribuição federal para que ninguém se dê conta da responsabilidade direta do presidente e sua equipe de despreparados sobre o que está acontecendo. Desde que as manchas de petróleo apareceram na praia, o que o governo mais tem feito é apontar o dedo para os outros ou fazer de conta que o que está ocorrendo não tem nada a ver com o desmonte dos órgãos de fiscalização ambientais por Bolsonaro. Na semana passada, o Ministério Público Federal entrou com uma ação contra a União em que acusa o governo de “omissão” em relação ao vazamento de óleo nas praias nordestinas. “A União não está adotando as medidas adequadas em relação a esse desastre ambiental que já chegou a 2.100 quilômetros dos nove estados da região”, diz a ação.
2. “It was like that when I got here” ou “Já estava assim quando cheguei”
Esta é uma das maiores máximas de Homer Simpson: jogar a culpa em quem estava lá antes de ele ocupar o cargo, como estratégia para tentar esconder as próprias cagadas. Claro que o governo Bolsonaro não deixaria de apontar o dedo para seu principal bode expiatório, o PT. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, atacou diretamente o governador petista Rui Costa no twitter, dizendo que o Estado da Bahia não está ajudando na remoção do óleo. Rui rebateu na lata [aqui].
3. “Blame it on the guy who can’t speak english” ou “Culpe o estrangeiro”
Na usina nuclear dos Simpsons tem um cara, Tibor Jankovsky, que não fala inglês. Quando acontece algum problema na usina, Homer atribui a responsabilidade a Tibor. Até agora, o governo Bolsonaro já culpou pelo desastre nas praias nordestinas: a Venezuela, o “socialismo”, as ONGs (!!!) e até o Foro de São Paulo. Só não culpou a Shell, cujo logo aparece nos barris de petróleo encontrados; afinal, ela é estrangeira, mas dos “amigos do Norte”. A PDVSA, a estatal venezuelana, negou qualquer ligação com o óleo derramado.
Bolsonaro agora está apelando à paranoia delirante propriamente dita e à teoria da conspiração, atribuindo, sem nenhuma evidência, à “sabotagem” o desastre que ocorre nas praias do Nordeste. “Coincidência ou não, temos um leilão da cessão onerosa. Eu me pergunto, a gente tem que ter muita responsabilidade no que fala: poderia ser uma ação criminosa para prejudicar esse leilão? É uma pergunta que está no ar”, disse, em live no facebook.
Enquanto isso, o ministro contra o Meio Ambiente, Ricardo Salles, segue tentando jogar sua incompetência nas costas das ONGs estrangeiras. Agora é o Greenpeace a vítima. O grupo respondeu com dureza, mostrando que os voluntários organizados por eles estão ajudando na limpeza das praias, enquanto o governo continua a atribuir a culpa a terceiros, em vez de tomar alguma atitude eficiente para contornar o problema. Exatamente como Homer.
Até quando o governo vai fugir de sua responsabilidade sobre o que está acontecendo nas praias do Nordeste? Até quando vai apontar o dedo para os outros em vez de tentar resolver ou minimizar o desastre ambiental que ocorre em nossas praias às vésperas do verão? Seria melhor fazer como aconteceu na tragédia em Brumadinho e nos incêndios na Amazônia, quando o governo Bolsonaro assumiu sua incompetência e importou especialistas de Israel para tentar resolver. D’oh!
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