Por Manuel Domingos Neto
Lula disse que Bolsonaro é um "desastre passageiro".
Seriam passageiras também a atuação das forças que o guindaram?
Refiro-me aos agentes estadunidenses que trabalharam em seu favor financiando e orientando movimentos reacionários no Brasil.
E também às igrejas evangélicas, com suas poderosas redes de comunicação disseminando cotidianamente o ódio contra o reformismo democrático.
E os numerosos golpistas que integram o aparelho de Estado. Juízes, procuradores, policiais, militares logo deixarão de manobrar suas corporações em prejuízo da Lei e passarão a respeitar o jogo democrático? Tornar-se-ão republicanos por obra e graça do Espírito Santo?
Os empresários reacionários que sustentam Bolsonaro poderão também mudar suas convicções e procedimentos?
Não, Bolsonaro não é desastre passageiro. Seu eventual afastamento por crimes de responsabilidade não representará o fim do desastre. Nem mesmo sua possível derrota em 2022.
Bolsonaro simboliza, no Brasil, uma tendência mundial que ganhou raízes profundas.
Uma possível vitória da esquerda em 2022 será importante golpe no reacionarismo, não seu enterro.
Imaginar Bolsonaro como "desastre passageiro" é perigoso. Passa a ideia de que é fácil reverter uma tendência fincada na sociedade.
Espero votar em Lula para presidente em 2022. Admiro a energia que reúne para voltar ao cargo.
Mas para superar o tal desastre é preciso mais que uma disputa eleitoral.
Mostrando-se apenas como um líder partidário capaz de ganhar uma eleição, Lula abdica da liderança de um movimento popular contra o reacionarismo.
Para um futuro democrático promissor não basta apenas o PT ou mesmo o conjunto dos partidos progressistas. Aliás, tais partidos têm influência limitada sobre a sociedade.
Para vencer a onda regressista planetária, simbolizada no Brasil por Bolsonaro, cabe uma movimentação muito mais ampla e profunda que uma possível mobilização eleitoral para que Lula retorne ao Planalto.
Lula disse que Bolsonaro é um "desastre passageiro".
Seriam passageiras também a atuação das forças que o guindaram?
Refiro-me aos agentes estadunidenses que trabalharam em seu favor financiando e orientando movimentos reacionários no Brasil.
E também às igrejas evangélicas, com suas poderosas redes de comunicação disseminando cotidianamente o ódio contra o reformismo democrático.
E os numerosos golpistas que integram o aparelho de Estado. Juízes, procuradores, policiais, militares logo deixarão de manobrar suas corporações em prejuízo da Lei e passarão a respeitar o jogo democrático? Tornar-se-ão republicanos por obra e graça do Espírito Santo?
Os empresários reacionários que sustentam Bolsonaro poderão também mudar suas convicções e procedimentos?
Não, Bolsonaro não é desastre passageiro. Seu eventual afastamento por crimes de responsabilidade não representará o fim do desastre. Nem mesmo sua possível derrota em 2022.
Bolsonaro simboliza, no Brasil, uma tendência mundial que ganhou raízes profundas.
Uma possível vitória da esquerda em 2022 será importante golpe no reacionarismo, não seu enterro.
Imaginar Bolsonaro como "desastre passageiro" é perigoso. Passa a ideia de que é fácil reverter uma tendência fincada na sociedade.
Espero votar em Lula para presidente em 2022. Admiro a energia que reúne para voltar ao cargo.
Mas para superar o tal desastre é preciso mais que uma disputa eleitoral.
Mostrando-se apenas como um líder partidário capaz de ganhar uma eleição, Lula abdica da liderança de um movimento popular contra o reacionarismo.
Para um futuro democrático promissor não basta apenas o PT ou mesmo o conjunto dos partidos progressistas. Aliás, tais partidos têm influência limitada sobre a sociedade.
Para vencer a onda regressista planetária, simbolizada no Brasil por Bolsonaro, cabe uma movimentação muito mais ampla e profunda que uma possível mobilização eleitoral para que Lula retorne ao Planalto.
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