Por Bepe Damasco, em seu blog:
O atual procurador-geral da República, Augusto Aras, foi alçado ao cargo por Bolsonaro, que passou por cima da tradição da lista tríplice da corporação do Ministério Público, indicando alguém para servir aos seus interesses políticos e proteger sua família.
Dito e feito. Quando volta suas baterias contra a Lava Jato, Aras age, principalmente, com o objetivo de minar a provável candidatura presidencial de Moro, atual desafeto de Bolsonaro. De quebra, confronta a Globo, que assumiu uma postura crítica ao capitão, depois de contribuir decisivamente para a ascensão do fascismo no Brasil.
O esforço de Aras para concentrar poder na cúpula da PGR, esvaziar a “República de Curitiba” e agradar a Bolsonaro pode também estar relacionado a sua possível intenção de ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.
Até aí morreu o Neves. O problema é que a política está longe de ser algo linear ou uma ciência exata. Para além da óbvia condenação que merece a subserviência nada republicana de um PGR ao presidente da República, a questão assume uma complexidade ímpar. E esse xadrez político tem potencial para mexer nas peças para a eleição de 2022.
A Lava Jato, cujas vísceras vêm sendo revolvidas e expostas desde os vazamentos revelados pelo jornalista Glenn Greenwald, nunca esteve tão enfraquecida. Embora ainda mantenha uma razoável imagem pública, forjada pelo apoio cego e oportunista da Globo, a Lava Jato é questionada atualmente por um número crescente de pessoas, especialmente acadêmicos, juristas e formadores de opinião em geral.
Com a promiscuidade entre o Moro e os procuradores, a tentativa de embolsar um fundo bilionário, a militância política antirrepublicana (para afastar Lula da vida pública, cassar Dilma e enfraquecer o PT), a associação clandestina e lesa-pátria com os serviços de inteligência estadunidenses, a destruição da engenharia nacional, os grampos ilegais e a sabotagem do direito de defesa, a Lava Jato se tornou incompatível com o estado democrático de direito.
Contudo, a blindagem da Globo ainda impede a desmoralização completa da operação . Mas não é pouca coisa ver um procurador-geral da República disparar em sua direção sistematicamente. Vale lembrar que por determinação de Aras, a Lava Jato foi obrigada até a compartilhar seu banco de dados com a PGR.
É forçoso reconhecer que, além de ter feito críticas justas e pertinentes à Lava Jato, Aras vem pondo a nu outras mazelas de Curitiba, como os arquivos secretos contendo informações sobre a vida de 38 mil brasileiros. Ao apontar também a excrescência judicial que significa o conceito de atuação das forças-tarefas, o procurador ajuda a lancetar outro tumor.
Mas Lava Jato é Globo e Globo é Lava Jato. A empresa dos Marinho foi longe demais nessa aposta política e não dispõe de margem para recuo. Daí as horas de programação destinadas pelo sistema Globo para tentar salvar a Lava Jato do naufrágio.
Bolsonaro só foi eleito devido ao clima de caça às bruxas, leia-se caça ao PT, criado pela Lava Jato. No entanto, como o “mundo gira e a Lusitana roda”, surge na conjuntura uma contradição interessante entre o bolsonarismo e a Lava Jato. Não é o caso, evidentemente, de apoiar um agente de Bolsonaro, como Aras.
Mas é uma briga que, explorada com inteligência e sagacidade pela oposição de esquerda, pode dar bons frutos. A começar pela anulação das sentenças fraudulentas contra Lula.
O atual procurador-geral da República, Augusto Aras, foi alçado ao cargo por Bolsonaro, que passou por cima da tradição da lista tríplice da corporação do Ministério Público, indicando alguém para servir aos seus interesses políticos e proteger sua família.
Dito e feito. Quando volta suas baterias contra a Lava Jato, Aras age, principalmente, com o objetivo de minar a provável candidatura presidencial de Moro, atual desafeto de Bolsonaro. De quebra, confronta a Globo, que assumiu uma postura crítica ao capitão, depois de contribuir decisivamente para a ascensão do fascismo no Brasil.
O esforço de Aras para concentrar poder na cúpula da PGR, esvaziar a “República de Curitiba” e agradar a Bolsonaro pode também estar relacionado a sua possível intenção de ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.
Até aí morreu o Neves. O problema é que a política está longe de ser algo linear ou uma ciência exata. Para além da óbvia condenação que merece a subserviência nada republicana de um PGR ao presidente da República, a questão assume uma complexidade ímpar. E esse xadrez político tem potencial para mexer nas peças para a eleição de 2022.
A Lava Jato, cujas vísceras vêm sendo revolvidas e expostas desde os vazamentos revelados pelo jornalista Glenn Greenwald, nunca esteve tão enfraquecida. Embora ainda mantenha uma razoável imagem pública, forjada pelo apoio cego e oportunista da Globo, a Lava Jato é questionada atualmente por um número crescente de pessoas, especialmente acadêmicos, juristas e formadores de opinião em geral.
Com a promiscuidade entre o Moro e os procuradores, a tentativa de embolsar um fundo bilionário, a militância política antirrepublicana (para afastar Lula da vida pública, cassar Dilma e enfraquecer o PT), a associação clandestina e lesa-pátria com os serviços de inteligência estadunidenses, a destruição da engenharia nacional, os grampos ilegais e a sabotagem do direito de defesa, a Lava Jato se tornou incompatível com o estado democrático de direito.
Contudo, a blindagem da Globo ainda impede a desmoralização completa da operação . Mas não é pouca coisa ver um procurador-geral da República disparar em sua direção sistematicamente. Vale lembrar que por determinação de Aras, a Lava Jato foi obrigada até a compartilhar seu banco de dados com a PGR.
É forçoso reconhecer que, além de ter feito críticas justas e pertinentes à Lava Jato, Aras vem pondo a nu outras mazelas de Curitiba, como os arquivos secretos contendo informações sobre a vida de 38 mil brasileiros. Ao apontar também a excrescência judicial que significa o conceito de atuação das forças-tarefas, o procurador ajuda a lancetar outro tumor.
Mas Lava Jato é Globo e Globo é Lava Jato. A empresa dos Marinho foi longe demais nessa aposta política e não dispõe de margem para recuo. Daí as horas de programação destinadas pelo sistema Globo para tentar salvar a Lava Jato do naufrágio.
Bolsonaro só foi eleito devido ao clima de caça às bruxas, leia-se caça ao PT, criado pela Lava Jato. No entanto, como o “mundo gira e a Lusitana roda”, surge na conjuntura uma contradição interessante entre o bolsonarismo e a Lava Jato. Não é o caso, evidentemente, de apoiar um agente de Bolsonaro, como Aras.
Mas é uma briga que, explorada com inteligência e sagacidade pela oposição de esquerda, pode dar bons frutos. A começar pela anulação das sentenças fraudulentas contra Lula.
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