terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Cloroquina, o médico charlatão e o genocida

Por Altamiro Borges


Se ainda houver Justiça, os negacionistas e charlatões do mundo inteiro, culpados pela morte de milhares de pessoas, um dia serão punidos. Na semana passada, o médico francês Didier Raoult, o "doutor cloroquina", finalmente admitiu que o medicamento não reduz as mortes pela Covid-19 e nem o agravamento da traumática doença.

O pesquisador e microbiologista, que ganhou fama internacional e virou referência para demagogos insanos como Donald Trump e Jair Bolsonaro, também assumiu publicamente que a cloroquina e seus derivados não diminuem a necessidade das UTIs ou do paciente precisar de oxigênio.

A confissão do "médico" francês

O principal garoto-propaganda da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 admitiu pela primeira vez que estava mentindo em uma carta publicada em 4 de janeiro no site do Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia, da França. Na maior caradura, ele confessou:

"As necessidades de oxigenoterapia, a transferência para UTI e o óbito não diferiram significativamente entre os pacientes que receberam hidroxicloroquina com ou sem azitromicina e os controles feitos apenas com tratamento padrão", diz a carta postada no jornal francês Le Figaro.

Conforme lembra a revista Época, Didier Raoult divulgou em março de 2020 estudo feito com apenas 42 pessoas no qual dizia ter provado a eficácia da hidroxicloroquina, desde que administrada no início dos sintomas. Na ocasião, cientistas do mundo inteiro e a Organização Mundial da Saúde (OMS) rejeitaram o resultado falacioso da pesquisa.

Bolsonaro e Pazuello confessarão o crime?

O Conselho Nacional da Ordem dos Médicos, da França, chegou a abrir em dezembro do ano passado um processo de investigação contra Raoult e outros seis integrantes da sua equipe. Já um ensaio clínico realizado pela Universidade de Oxford (Inglaterra) concluiu que a hidroxicloroquina "não tem nenhum efeito benéfico" em termos de Covid-19.

Diante das evidências e das críticas, agora o "doutor cloroquina" assume seu "erro". Será que o genocida Jair Bolsonaro e o "craque em logística" Eduardo Pazuello, o general da Saúde, que seguem recomendando a cloroquina como "tratamento precoce", farão o mesmo? Eles serão punidos por seus crimes contra a humanidade no futuro?

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