Só nos resta cavar, nem que seja com próprias mãos, para acharmos onde enterraram o que destruíram
Ao ler Diários de Berlim 1940-1945, de autoria de Marie Vassiltchikov, que conta com tradução do inglês, apresentação e notas sempre oportunas de Flávio Aguiar, não pude impedir que, aos poucos, se formasse em mim uma conexão entre o que a escritora viveu e o que agora vivemos no Brasil.
A destruição da Alemanha por Hitler teve início quando parte da população aderiu a seu discurso de ódio.
A partir desse momento, escolhendo alguns alvos aos quais dirigir sua patologia, Hitler, valeu-se da frustação e da humilhação sofrida pelos alemães, após a Primeira Guerra, e soube dirigir esses sentimentos com maestria.
Com a obsessão em liberar territórios para expandir a Alemanha em espaços livres dos eleitos como deletérios e sub-humanos, partiu para a conquista dos mesmos, dando início ao que viria a ser a maior mortandade já conhecida.
Para por fim ao conflito os Aliados empreenderam ofensivas maciças entre as quais se destaca o bombardeio brutal da Alemanha como um todo, especialmente, Berlim.
É no cenário de uma Alemanha cada dia mais destruída que Marie Vassiltchikov, russa branca que fugiu para a Lituânia por causa da Revolução de 1917 e de lá, logo após a celebração do Pacto Molotov-Ribbentrop, foge para Berlim, que a jovem escreve seu diário.
O livro é leitura obrigatória para quem tem sensibilidade e gosta do dia a dia da história.
A ligação com a tragédia que estamos vivendo se dá na medida em que percebemos como, a partir de março de 2014, com o início da operação Lava Jato, uma parte de nossa classe política e empresarial é apontada como inimiga por outra parte dessas mesmas duas classes, pelos Estados Unidos, e por uma sociedade que não suportava ver domésticas terem horário de trabalho.
Tendo à frente Sérgio Moro desencadeia-se uma guerra implacável, com o apoio da grande mídia, para varrê-los de nosso mapa, custasse o que custasse.
Preparou-se assim, cuidadosamente, o ambiente propício para inculpar o ex-presidente Lula, e sobretudo o PT, de todo o mal que existe no país.
Cria-se o cenário perfeito para responsabilizá-los, mesmo que à custa de empresas essenciais para nossa soberania e de empregos igualmente essenciais para a sobrevivência de milhares de brasileiros.
Vemos, em 2016, com o golpe contra a Presidenta Dilma, desmoronar-se o estado democrático de direito, enquanto, com Sérgio Moro, torna-se a cada dia mais evidente o desmoronamento do devido processo legal que foi atingido por ele todos os dias com o bombardeio incessante de absurdos jurídicos.
Dando seguimento à política de terra arrasada, em 2018, com o ódio ao comunismo, seja lá que perigo isso represente em plena segunda década do século 21, disseminado pela artilharia pesada da Faria Lima, Paulista e Av. Atlântica para parte da população, e com o apoio do Exército que lhe cedeu palanques dentro de quartéis, temos a eleição de Bolsonaro.
Este está destruindo nossa população e somos agora um país com maior número de mortos, muitos dos quais enterrados à noite em covas rasas, do que de nascimentos.
Em suas próprias palavras, veio para desconstruir.
E descontruiu.
Desconstruiu nossa política ambiental e de direitos humanos, nossa imagem no exterior, nossas conquistas sociais, nossa civilidade e nossa autoestima.
Quanto aos mortos só nos resta chorar por eles e nos solidarizarmos com suas famílias.
Quanto ao país, só nos resta cavar, nem que seja com as próprias mãos, para chegarmos ao fundo do poço onde enterraram o que destruíram.
É no cenário de uma Alemanha cada dia mais destruída que Marie Vassiltchikov, russa branca que fugiu para a Lituânia por causa da Revolução de 1917 e de lá, logo após a celebração do Pacto Molotov-Ribbentrop, foge para Berlim, que a jovem escreve seu diário.
O livro é leitura obrigatória para quem tem sensibilidade e gosta do dia a dia da história.
A ligação com a tragédia que estamos vivendo se dá na medida em que percebemos como, a partir de março de 2014, com o início da operação Lava Jato, uma parte de nossa classe política e empresarial é apontada como inimiga por outra parte dessas mesmas duas classes, pelos Estados Unidos, e por uma sociedade que não suportava ver domésticas terem horário de trabalho.
Tendo à frente Sérgio Moro desencadeia-se uma guerra implacável, com o apoio da grande mídia, para varrê-los de nosso mapa, custasse o que custasse.
Preparou-se assim, cuidadosamente, o ambiente propício para inculpar o ex-presidente Lula, e sobretudo o PT, de todo o mal que existe no país.
Cria-se o cenário perfeito para responsabilizá-los, mesmo que à custa de empresas essenciais para nossa soberania e de empregos igualmente essenciais para a sobrevivência de milhares de brasileiros.
Vemos, em 2016, com o golpe contra a Presidenta Dilma, desmoronar-se o estado democrático de direito, enquanto, com Sérgio Moro, torna-se a cada dia mais evidente o desmoronamento do devido processo legal que foi atingido por ele todos os dias com o bombardeio incessante de absurdos jurídicos.
Dando seguimento à política de terra arrasada, em 2018, com o ódio ao comunismo, seja lá que perigo isso represente em plena segunda década do século 21, disseminado pela artilharia pesada da Faria Lima, Paulista e Av. Atlântica para parte da população, e com o apoio do Exército que lhe cedeu palanques dentro de quartéis, temos a eleição de Bolsonaro.
Este está destruindo nossa população e somos agora um país com maior número de mortos, muitos dos quais enterrados à noite em covas rasas, do que de nascimentos.
Em suas próprias palavras, veio para desconstruir.
E descontruiu.
Desconstruiu nossa política ambiental e de direitos humanos, nossa imagem no exterior, nossas conquistas sociais, nossa civilidade e nossa autoestima.
Quanto aos mortos só nos resta chorar por eles e nos solidarizarmos com suas famílias.
Quanto ao país, só nos resta cavar, nem que seja com as próprias mãos, para chegarmos ao fundo do poço onde enterraram o que destruíram.
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