domingo, 19 de setembro de 2021

Bolsonaro anuncia o fim das motociatas

Por Altamiro Borges

O bolsonarista-raiz está deprimido. Após elogiar a China, trair o locaute dos caminhoneiros e assinar a "carta de arrego", Jair Bolsonaro anuncia agora o fim das "motociatas". Diante dos seus seguidores, no chiqueirinho no Palácio da Alvorada, ele justificou a decisão com o estranho argumento de que "o risco é muito grande". Antes não havia perigo?

Sondado por um apoiador sobre o passeio de motos agendado para 25 de setembro em Ponta Grossa (PR), o presidente choramingou: “É, deve ser, talvez, a última. Já tinha sido marcada e por isso a gente vai honrar o compromisso aí. O risco é muito grande, tá?”. A cena patética foi registrada por um youtuber bolsonarista. A frustração foi visível entre os seguidores!

As caríssimas exibições de moto do fascista, realizadas desde maio, serviam como prova de força – ou de "masculinidade" – dos milicianos bolsonaristas. Diante da logística custosa, deputados acionaram o Tribunal de Contas da União (TCU) para averiguar quanta grana pública estava sendo torrada nas “motociatas”. Isto talvez explique o novo "recuo" do valentão!

R$ 1,2 milhão gasto no passeio em SP

A “motociata” mais cara ocorreu em São Paulo no dia 12 de junho. Segundo registro do jornal Estadão, ela “custou R$ 1,2 milhão aos cofres públicos”. O governo paulista foi obrigado a convocar 6,3 mil policiais para garantir a segurança do presidente e a fluidez no trânsito. “A operação contou também com cinco aeronaves, 10 drones e 600 viaturas”.

“Dos mais de 6,3 mil policiais escalados, 1.433 atuaram exclusivamente nas medidas relacionadas ao deslocamento dos manifestantes ao longo dos 129 km do trajeto. Foram empregados policiais de batalhões territoriais e especializados, como Baep, Choque, Trânsito, Rodoviária e Comando de Aviação da PM, Canil, além de equipes do Corpo de Bombeiros e do Resgate”.

Na ocasião, “o governo paulista autuou o presidente Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o deputado Coronel Tadeu e o ministro Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, por não terem usado máscara na manifestação”. Devia ter cobrado mais alto para compensar os gastos com a palhaçada, agora aparentemente desativada.

1 comentários:

João Castelhano Silveira disse...

Bolsonaro é só um reacionário no poder. Que chegue logo 2022 para escolhermos alguém melhor para colocar na cadeira da presidência.