segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Servidor que depôs à CPI deixa o Brasil

Por Altamiro Borges


Depoente que revelou o esquema de propina na compra da vacina indiana Covaxin na CPI do Genocídio, o servidor público Luis Ricardo Miranda ingressou no programa de proteção de testemunhas da Polícia Federal e deixou o Brasil nesta quinta-feira (28). Ele estava sendo ameaçado de morte. Segundo reportagem do Estadão, a testemunha embarcou com a família para Portugal.

De acordo com seu irmão, deputado federal Luis Miranda – o ex-bolsonarista que hoje também é alvo de ameaças –, Luis Ricardo foi exonerado do cargo de chefe da Divisão de Importação do Ministério da Saúde logo após depor à CPI, em junho passado. Sua vida virou um inferno, com inúmeras e pesadas ameaças. Daí sua fuga do Brasil sob domínio das milícias, fascistizado.

Ao Estadão, o deputado afirmou que não sabia da viagem do irmão e família. “Por medo de represálias, meu irmão não me falou nada e já está na custódia do programa de proteção a testemunhas”. No Twitter, Luis Miranda foi mais incisivo: "O Brasil não é como nos quadrinhos, onde o bem sempre vence! Meu irmão continuou sendo atacado pelo governo, foi exonerado, por conta das ameaças teve que entrar para o programa de proteção à testemunha e sair do país!”. Ele ainda acrescentou: “Jair Bolsonaro, cria vergonha na cara, você sabe a verdade”.

Bolsonaro e o "rolo" de Ricardo Barros

Como lembra o site UOL, “os dois irmãos protagonizaram um dos momentos mais tensos da CPI da Covid há quatro meses, quando acusaram o presidente Jair Bolsonaro de ignorar denúncia feita por eles de que havia um esquema de corrupção no Ministério da Saúde para compra da vacina indiana Covaxin. Em duas ocasiões, eles afirmaram à CPI que contaram tudo a Bolsonaro em reunião no Palácio da Alvorada, no dia 20 de março. Na conversa, o presidente teria dito que isso seria ‘rolo’ do deputado Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde e líder do governo na Câmara. Um dos expoentes do Centrão, Barros negou participação no negócio”.

Após as denúncias, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar se houve prevaricação de Jair Bolsonaro – se o presidente deixou de tomar as providências para esclarecer as suspeitas depois de ser informado sobre o esquema. O caso Covaxin também é alvo de investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU). Até agora, nada foi concluído. Já o servidor público Luis Ricardo Miranda, temendo pela vida, deixou o Brasil.

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