O Congresso do Peru aprovou, nesta segunda-feira (14), por 76 votos a 41, abertura de processo de impeachment contra o presidente Pedro Castillo. Ele derrotou a candidata de direita Keiko Fujimori por uma diferença inferior a meio ponto percentual. Desde então, o candidato vencedor da esquerda sofre com a oposição, que tem maioria no Legislativo. Castillo tem até o dia 28 para apresentar defesa das acusações de “conspiração” e “tráfico de influência”.
Este foi o quarto pedido de impeachment contra o presidente do Peru, empossado em julho do ano passado. Com menos de um ano de mandato, Castillo pode ser o terceiro presidente do Peru a sofrer impeachment em apenas três anos. O ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski renunciou durante seu processo de destituição, em 2018. Já Martín Vizcarra foi afastado pelo Congresso em 2020. A informação é da CNN.
Coincidências e semelhanças
A forma com a atual oposição peruana, de direita e neoliberal, recusou-se a reconhecer a derrota para o candidato da esquerda faz lembrar o Brasil de 2014. Na ocasião, Aécio Neves (PSDB) perdeu para Dilma Rousseff (PT), reeleita. O tucano chegou a questionar o placar da votação no Tribunal Superior Eleitoral. Em seguida, aliou-se a setores do MDB então liderado pelo deputado Eduardo Cunha, que virou presidente da Câmara.
Após cerca um ano de mandato de Dilma, Cunha acolheu encaminhou o processo de impeachment que resultaria no golpe de 2016. Supostamente aliado de Dilma na eleição, o MDB do vice Michel Temer abraçou o programa de governo do PSDB, derrotado nas urnas, para assumir o poder. Cunha acabou preso por corrupção e Aécio Neves – eleito deputado em 2018, e hoje sumido dos holofotes – entrou na mira na Justiça pela mesma razão.
Mas o senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE) reconheceria, tardiamente, que seu partido errou ao não reconhecer o resultado democrático das urnas. Em entrevista de 2018, o então presidente do PSDB afirmou que o partido foi “engolido pela tentação do poder“. Além disso, reconheceu que os tucanos abandonaram “princípios básicos” do partido só para fazer oposição ao PT. O resultado foi a ascensão de Bolsonaro.
A forma com a atual oposição peruana, de direita e neoliberal, recusou-se a reconhecer a derrota para o candidato da esquerda faz lembrar o Brasil de 2014. Na ocasião, Aécio Neves (PSDB) perdeu para Dilma Rousseff (PT), reeleita. O tucano chegou a questionar o placar da votação no Tribunal Superior Eleitoral. Em seguida, aliou-se a setores do MDB então liderado pelo deputado Eduardo Cunha, que virou presidente da Câmara.
Após cerca um ano de mandato de Dilma, Cunha acolheu encaminhou o processo de impeachment que resultaria no golpe de 2016. Supostamente aliado de Dilma na eleição, o MDB do vice Michel Temer abraçou o programa de governo do PSDB, derrotado nas urnas, para assumir o poder. Cunha acabou preso por corrupção e Aécio Neves – eleito deputado em 2018, e hoje sumido dos holofotes – entrou na mira na Justiça pela mesma razão.
Mas o senador Tasso Jereissatti (PSDB-CE) reconheceria, tardiamente, que seu partido errou ao não reconhecer o resultado democrático das urnas. Em entrevista de 2018, o então presidente do PSDB afirmou que o partido foi “engolido pela tentação do poder“. Além disso, reconheceu que os tucanos abandonaram “princípios básicos” do partido só para fazer oposição ao PT. O resultado foi a ascensão de Bolsonaro.
Quem é Pedro Castillo
Pedro Castillo Terrones, de 51 anos, nasceu na região de Cajamarca e é professor. Tem mestrado em psicologia educacional e desde 1995 leciona na província de Chota, em Cajamarca.
Como sindicalista, Castillo foi um dos líderes em uma greve de professores durante o governo de Pedro Pablo Kuczynski. Define-se como um lutador social e à época das eleições dizia que iria terminar com os conflitos sociais em seu país. Seu partido afirma que a parte econômica de seu plano de governo tem inspiração em experiências da da Bolívia de Evo Morales e do Equador de Rafael Correa. Durante a campanha, Castillo defendeu a nacionalização dos setores de mineração, hidroenergia e comunicações, entre outros.
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