Charge: Jean Galvão |
A ânsia de certos militares em bajular Jair Bolsonaro e pretender interferir no processo eleitoral chega aos limites do ridículo.
O Estadão publica que um deles, apesentado pelo Ministro da Defesa ao Senado, em audiência patrocinada pelo senador Eduardo Girão – aquele da cloroquina – seria o de colocar, na mesma seção, uma urna eletrônica comum e outra, de cédulas em papel, na qual o eleitor seria convidado a “repetir” , agora por escrito, o seu voto e, depois, comparar os resultados.
Será que não ocorreu que, como nem todo “eleitor eletrônico” se prestará a ser “eleitor por escrito” e que nada garante que vá assinalar, nas duas formas de votar, a mesma opção, o teste serve para verificar… absolutamente nada.
É óbvio que contagens iguais (ou desiguais) só provariam a mesma coisa se tabulassem o mesmo voto, não votos diferentes, ainda que do mesmo eleitor. Basta que um eleitor diga que não quer votar ou troque o seu voto de uma para outra urna e o “teste” vira piada.
Tamanha bobagem foi reproduzida até mesmo num slide para ser exibido aos senadores, como você vê aqui.
É estarrecedor ver militares levantando supostas fragilidade nas urnas por esquemas mirabolantes e infactíveis para imaginar irregularidades que nunca foram comprovadas.
Num deles, disse um dos gênios milico-eleitorais, um eleitor, previamente cooptado, digitaria, um “código secreto” que “acordaria” um vírus adormecido no programa da urna e, daí por diante, fraudaria os votos ali emitidos.
Está lá escrito, na reportagem:
Segundo eles [os militares], o teste no dia da eleição, com uso de biometria, evitaria que um código malicioso oculto (também chamado malware), programado para operar somente dentro de determinadas condições mais próximas do ritmo de votação de uma eleição em si, escape de testes de integridade anteriores.
Uma das hipóteses é que um eleitor cooptado com interesse de fraudar o pleito acione o malware a partir da digitação de uma senha.
Ou o código poderia ser instalado de forma latente em urnas reservas, que são usadas em caso de falhas de equipamentos e substituem urnas eletrônicas defeituosas.
Ora, isso exigiria um fraudador diferente – pois teria de ser eleitor inscrito naquela seção – para acionar um esquema de fraude naquela urna.
E, como são meio milhão de urnas, para fraudar 1% das urnas seria necessário ter “apenas” 5 mil “eleitores-fraudadores”. Obviamente, segredo impossível de manter, aquele que, só de executores da fraude, exigiria 5 mil “agentes”.
É coisa, como brincaríamos no tempo em que éramos um país mais sério, de “serviço secreto lusitano”.
Afastar as Forças Armadas de onde jamais deveria ter se metido não é só uma exigência da democracia. É preservá-las do papel vergonhoso a que estão sendo expostas.
O Estadão publica que um deles, apesentado pelo Ministro da Defesa ao Senado, em audiência patrocinada pelo senador Eduardo Girão – aquele da cloroquina – seria o de colocar, na mesma seção, uma urna eletrônica comum e outra, de cédulas em papel, na qual o eleitor seria convidado a “repetir” , agora por escrito, o seu voto e, depois, comparar os resultados.
Será que não ocorreu que, como nem todo “eleitor eletrônico” se prestará a ser “eleitor por escrito” e que nada garante que vá assinalar, nas duas formas de votar, a mesma opção, o teste serve para verificar… absolutamente nada.
É óbvio que contagens iguais (ou desiguais) só provariam a mesma coisa se tabulassem o mesmo voto, não votos diferentes, ainda que do mesmo eleitor. Basta que um eleitor diga que não quer votar ou troque o seu voto de uma para outra urna e o “teste” vira piada.
Tamanha bobagem foi reproduzida até mesmo num slide para ser exibido aos senadores, como você vê aqui.
É estarrecedor ver militares levantando supostas fragilidade nas urnas por esquemas mirabolantes e infactíveis para imaginar irregularidades que nunca foram comprovadas.
Num deles, disse um dos gênios milico-eleitorais, um eleitor, previamente cooptado, digitaria, um “código secreto” que “acordaria” um vírus adormecido no programa da urna e, daí por diante, fraudaria os votos ali emitidos.
Está lá escrito, na reportagem:
Segundo eles [os militares], o teste no dia da eleição, com uso de biometria, evitaria que um código malicioso oculto (também chamado malware), programado para operar somente dentro de determinadas condições mais próximas do ritmo de votação de uma eleição em si, escape de testes de integridade anteriores.
Uma das hipóteses é que um eleitor cooptado com interesse de fraudar o pleito acione o malware a partir da digitação de uma senha.
Ou o código poderia ser instalado de forma latente em urnas reservas, que são usadas em caso de falhas de equipamentos e substituem urnas eletrônicas defeituosas.
Ora, isso exigiria um fraudador diferente – pois teria de ser eleitor inscrito naquela seção – para acionar um esquema de fraude naquela urna.
E, como são meio milhão de urnas, para fraudar 1% das urnas seria necessário ter “apenas” 5 mil “eleitores-fraudadores”. Obviamente, segredo impossível de manter, aquele que, só de executores da fraude, exigiria 5 mil “agentes”.
É coisa, como brincaríamos no tempo em que éramos um país mais sério, de “serviço secreto lusitano”.
Afastar as Forças Armadas de onde jamais deveria ter se metido não é só uma exigência da democracia. É preservá-las do papel vergonhoso a que estão sendo expostas.
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