Charge: Cassio Tisséo |
Em tempo de guerra, dizem os gaúchos, boato é como terra, está em toda parte.
Hoje, dois colunistas políticos dos mais conhecidos no Brasil - Elio Gaspari, na Folha e n’O Globo, e Ricardo Noblat, no Metrópoles -, referem-se ao que seria o mesmo “plano” para “melar ” as eleições.
Gaspari diz em sua coluna que uma das receitas da "magia negra" seria "provocar um apagão no fornecimento de energia por algumas horas em duas ou três grandes cidades, atingindo-se um significativo número de eleitores”. E, ” com ou sem tumultos populares… Melada a eleição, aparece a mesma turma pacificadora, marcando uma nova data. Calcula-se que isso só seria possível depois de pelo menos dois meses. Tendo ocorrido uma catástrofe dessas proporções, a totalização eletrônica estaria ferida".
Já Noblat escreve que “há estudos de cenários para todos os gostos, só não há para o reconhecimento da derrota e a transferência pacífica da faixa presidencial. Se a Justiça Eleitoral não admitir que os militares participem do processo de apuração de votos, Bolsonaro poderá abdicar de sua candidatura para gerar uma comoção entre seus devotos. Se esse não for o caso, um apagão de energia poderá ocorrer em algumas regiões do país no dia do primeiro turno."
Nenhum dos dois, claro, dá muita credibilidade ao boato, embora ambos sugiram que o pântano bolsonarista tem nutrientes mais que capazes de alimentar o golpismo e as cúpulas do Congresso prestem-se, pela sua maioria a caldeirões destas feitiçarias.
Mas a coincidência de métodos para realizá-las, informadas aos dois, quase que simultaneamente, sugere que há quem queira plantá-las, semeando o medo na população.
Não haverá trevas no dia 2 de outubro, haverá a luz da esperança.
Conviria esclarecer-se que as urnas possuem, cada uma delas, baterias que garantem seu funcionamento, sem alimentação externa, por mais de 10 horas, segundo o Tribunal Superior Eleitoral.
Para “melar” desta forma o processo seria indispensável que houvesse um caos urbano que dependeria de ataques de arruaceiros que agisse de forma coordenada, sabotando a ordem pública.
A propagação destes boatos, entretanto, cumpre o papel de espalhar medo na opinião pública e o medo é um aliado de Bolsonaro.
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