segunda-feira, 11 de julho de 2022

O primeiro cadáver

Charge: Fredy Varela
Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:


Basta recordar a postura de Jair Bolsonaro, através de estímulos verbais - discursos e ameaças -, e materiais - pela liberação geral da posse de armas - para reconhecer que a morte de Arruda era um evento mais do que previsível.

O local talvez não fosse Foz do Iguaçu.

A vítima não precisava estava comemorando o aniversário em companhia de amigos e da família.

Mas é óbvio que o permanente estímulo do Planalto à violência política, ao longo de três anos e seis meses de mandato de Bolsonaro não poderia ter outro resultado.

Não custa lembrar que a palavra de um presidente da República sempre carrega uma promessa de impunidade.

"Aqui é Bolsonaro", gritou o policial-terrorista Jorge José da Rocha Guaranho, durante a primeira de duas investidas que terminaram na morte de Marcelo Arruda, capaz de mostrar valentia até o último minuto de vida.

Sob a ditadura militar, os cadáveres políticos jaziam no porão da tortura e da violência.

Os criminosos vestiam uniforme e se dividiam entre dar ou cumprir ordens. No Brasil de nossos dias, a voz de comando é dispersa. Estimula e autoriza, fingindo que não se trata de uma ordem a operadores que à paisana.

Em julho de 2022, a situação do país é clara.

Quando faltam três meses para uma eleição presidencial liderada pelo candidato em condições de dar um rumo ao país de acordo com as necessidades da maioria das brasileiras e brasileiros, atos como a morte de Marcelo Arruda, só interessam a parte ameaçada por uma colossal derrota nas urnas.

Alguma dúvida?

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