terça-feira, 9 de maio de 2023

Telegram comete novo crime. Ficará impune?

Por Altamiro Borges


O Telegram, o serviço de mensageria que virou um antro da extrema-direita, acaba de cometer mais um crime. Ele enviou nesta terça-feira (9) uma mensagem a seus usuários afirmando que o projeto de lei contra as fake news (PL-2630) vai “acabar com a liberdade de expressão” e “é uma das legislações mais perigosas já consideradas no Brasil”. Essa não é primeira vez que esta sinistra big tech sediada em Dubai, nos Emirados Árabes, ataca os poderes públicos e a soberania nacional. Ela até já foi suspensa do ar, mas voltou a operar criminosamente. Será que seguirá impune por muito tempo?

O disparo ilegal da mensagem gerou imediata indignação. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, anunciou que “medidas legais serão tomadas” contra a plataforma. Já o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator do projeto, tuitou: “Acabo de denunciar o abuso de poder econômico do Telegram, que usa sua estrutura para espalhar mentiras sobre o PL-2630. Querem colocar o Congresso de joelhos, mas não conseguirão! Acionaremos a Justiça contra esse absurdo. O Telegram mente e acoberta crimes”.

Também pelas redes sociais, a deputada Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, ironizou: “Uma plataforma, o Telegram, fazendo campanha aberta contra o projeto de lei 2630/20 de combate às fake news. Falando em liberdade! Leram o projeto? De que liberdade estão falando? De cometer crimes? Incitar a violência? Mentir? Aliás na mensagem do Telegram há várias fake news, como a de que o governo tem poderes de censura”.

Diante da gravidade do crime cometido, o Ministério Público Federal em São Paulo já enviou um ofício ao Telegram pedindo esclarecimentos, no prazo de dez dias, sobre a mensagem em massa disparada. O MPF solicita os nomes e endereços eletrônicos dos responsáveis dentro da empresa pela elaboração da postagem e pela autorização do seu impulsionamento. Além disso, a plataforma é cobrada a explicar por que a mensagem foi impulsionada para todos os seus usuários e não apenas para aqueles inscritos no canal de notícias do Telegram.

A procuradoria também quer saber se o Telegram permite alguma forma de contraditório em relação às posições da empresa ou se o comunicado foi unilateral, sem chance de questionamentos. O MPF ainda questiona se ela oferece o mesmo canal para que outros atores enviem mensagens ou se as postagens encaminhadas são apenas conteúdos de interesse da big tech. As respostas a estas e outras perguntas podem colocar em risco a própria continuidade dos serviços prestados por esse antro digital de neonazistas no Brasil. A conferir!

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