Charge: Ivan Cabral |
O Portal Imprensa revela que “ao menos 20 jornalistas foram demitidos no dia 6 de novembro de três veículos ligados às Organizações Globo: jornal Valor Econômico, rádio CBN e Editora Globo. Com o objetivo de enxugar os custos, os cortes atingiram profissionais que atuavam em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal”.
Ainda de acordo com a nota, “o ‘passaralho’, como é popularmente conhecida a dispensa numerosa de funcionários de uma mesma empresa, atingiu profissionais renomados, como o jornalista Carlos Andreazza, apresentador do CBN Rio e comentarista da CBN São Paulo, e a colunista Berenice Seara, que comentava os bastidores da política no jornal Extra e na CBN”.
Vários "passaralhos" nos últimos tempos
Diante do novo facão, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou nota em que critica a truculência do império global. “A empresa sequer apresentou planos que ao menos atenuassem o impacto da demissão, como a extensão do plano de saúde. Profissionais com décadas de experiência e de grande contribuição para o jornalismo foram sumariamente dispensados”, protestou a entidade.
O Grupo Globo tem promovido vários “passaralhos” nos últimos tempos. Em maio passado, foram demitidos profissionais das áreas de tecnologia e operações. Uma reportagem do site Notícias da TV detalhou os cortes. “Estão operadores de teleprompter e de câmeras que participavam da produção diária do Mais Você, de Ana Maria Braga. Estes também trabalhavam em programas da área de Jornalismo e Esporte, como o Jornal Hoje, de César Tralli; o Globo Esporte SP, com Felipe Andreoli; e o Jornal da Globo, com Renata Lo Prete”.
Segundo o site, “o motivo das demissões já é conhecido: a nova política de contenção de gastos da emissora, que deseja equilibrar suas finanças. Na nova leva de cortes, foram 20 profissionais desligados. O clima foi de tristeza e comoção nos bastidores, já que alguns operadores tinham mais de 20 anos de carreira. Os cortes também se devem a um plano que a Globo planeja colocar em prática na capital paulista e que já ocorre pontualmente: as câmeras-robô, controladas por joystick e sem interferência humana. No Jornal Nacional e no estúdio da GloboNews em São Paulo, a técnica já existe”.
O declínio do império global
Pouco antes, no mesmo site, o colunista Daniel Castro fez previsões apocalípticas sobre o império global. “A Globo completa 58 anos nesta quarta-feira [26 de abril] sem ter o que comemorar. Sua audiência segue ladeira abaixo, com perda acumulada de 33% neste século. Dos últimos cinco anos, só não teve prejuízo operacional em 2020. Com as demissões de atores, jornalistas, apresentadores, autores e diretores talentosos, a emissora parece pavimentar o caminho para uma eventual fusão com grupo estrangeiro – ou para o desastre”.
Para o especialista em mídia, o Grupo Globo está em franco declínio. “A audiência domiciliar média diária (das 7h à meia-noite) no principal mercado do país desabou de 21,7 pontos em 2004 para 14,1 no ano passado, uma queda de 35%... A participação da Globo no total de televisores ligados, que era de 50% há 19 anos, hoje está na casa dos 32%. Na virada do século 20 para o 21, a Globo era sintonizada pelo menos uma vez por dia em 88% das residências do país, ou seja, apenas 12% ‘sobreviviam’ sem ela (ou não tinham acesso ao seu sinal). Hoje, a Globo não faz a menor falta para 40% das casas do país”.
Daniel Castro conclui seu artigo de forma dramática. “Talento deixou de ser o mais importante na Globo, e com isso ela abriu mão de sua vantagem competitiva. Sem bons autores e atores contratados, ela tende a falhar mais. Sem jornalistas consagrados em suas redações, ela perde relevância. Sem afiliadas lucrativas, ela põe em risco sua capilaridade e sua influência política. Ao ter seus balanços anuais salvos de prejuízos graças às suas aplicações financeiras (e não à sua operação), ao se livrar de ativos que não são o ‘core’ de seu negócio e ao demitir profissionais veteranos e caros, a Globo caminha para ser vendida. Ou para o precipício”.
O Grupo Globo tem promovido vários “passaralhos” nos últimos tempos. Em maio passado, foram demitidos profissionais das áreas de tecnologia e operações. Uma reportagem do site Notícias da TV detalhou os cortes. “Estão operadores de teleprompter e de câmeras que participavam da produção diária do Mais Você, de Ana Maria Braga. Estes também trabalhavam em programas da área de Jornalismo e Esporte, como o Jornal Hoje, de César Tralli; o Globo Esporte SP, com Felipe Andreoli; e o Jornal da Globo, com Renata Lo Prete”.
Segundo o site, “o motivo das demissões já é conhecido: a nova política de contenção de gastos da emissora, que deseja equilibrar suas finanças. Na nova leva de cortes, foram 20 profissionais desligados. O clima foi de tristeza e comoção nos bastidores, já que alguns operadores tinham mais de 20 anos de carreira. Os cortes também se devem a um plano que a Globo planeja colocar em prática na capital paulista e que já ocorre pontualmente: as câmeras-robô, controladas por joystick e sem interferência humana. No Jornal Nacional e no estúdio da GloboNews em São Paulo, a técnica já existe”.
O declínio do império global
Pouco antes, no mesmo site, o colunista Daniel Castro fez previsões apocalípticas sobre o império global. “A Globo completa 58 anos nesta quarta-feira [26 de abril] sem ter o que comemorar. Sua audiência segue ladeira abaixo, com perda acumulada de 33% neste século. Dos últimos cinco anos, só não teve prejuízo operacional em 2020. Com as demissões de atores, jornalistas, apresentadores, autores e diretores talentosos, a emissora parece pavimentar o caminho para uma eventual fusão com grupo estrangeiro – ou para o desastre”.
Para o especialista em mídia, o Grupo Globo está em franco declínio. “A audiência domiciliar média diária (das 7h à meia-noite) no principal mercado do país desabou de 21,7 pontos em 2004 para 14,1 no ano passado, uma queda de 35%... A participação da Globo no total de televisores ligados, que era de 50% há 19 anos, hoje está na casa dos 32%. Na virada do século 20 para o 21, a Globo era sintonizada pelo menos uma vez por dia em 88% das residências do país, ou seja, apenas 12% ‘sobreviviam’ sem ela (ou não tinham acesso ao seu sinal). Hoje, a Globo não faz a menor falta para 40% das casas do país”.
Daniel Castro conclui seu artigo de forma dramática. “Talento deixou de ser o mais importante na Globo, e com isso ela abriu mão de sua vantagem competitiva. Sem bons autores e atores contratados, ela tende a falhar mais. Sem jornalistas consagrados em suas redações, ela perde relevância. Sem afiliadas lucrativas, ela põe em risco sua capilaridade e sua influência política. Ao ter seus balanços anuais salvos de prejuízos graças às suas aplicações financeiras (e não à sua operação), ao se livrar de ativos que não são o ‘core’ de seu negócio e ao demitir profissionais veteranos e caros, a Globo caminha para ser vendida. Ou para o precipício”.
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