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| Charge: Thiago |
O cantor Zezé Di Camargo voltou a exalar o seu reacionarismo. Conforme matéria do Estadão desta quarta-feira (15), o famoso bolsonarista “se manifestou politicamente durante sua apresentação no 10º Festival do Camarão, em Porto Belo (SC). Enquanto cantava ‘Flores em Vida’, sucesso da antiga dupla com o irmão Luciano, Zezé ergueu uma camiseta com a frase ‘Anistia já para os presos do 8 de janeiro’. O gesto gerou comoção e aplausos de fãs do artista” – um oportunista que sabe que o direitismo campeia atualmente em Santa Catarina.
A camiseta é uma defesa explícita do projeto de lei de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 17 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e aos demais golpistas envolvidos na invasão e depredação das sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) no fatídico 8 de janeiro de 2023. A encenação do cantor sertanejo repercutiu de imediato no esgoto digital bolsonarista.
Uma fanática seguidora postou no X (antigo Twitter): “Finalmente um artista com coragem de verdade”. Outro obrou: “Zezé teve coragem de ir contra a hipocrisia dos artistas esquerdistas e pediu anistia no show!”. Veículos de extrema-direita também aplaudiram o cantor. “Zezé Di Camargo foi contra a onda de artistas que entoam o slogan da esquerda ‘sem anistia’ em seus shows”, postou o jornal paranaense Gazeta do Povo.
Três episódios do reacionarismo do "sertanojo"
Faz tempo que o “sertanojo” exibe seu reacionarismo. A revista Veja, que também vegeta nesse campo, pinçou “três vezes que Zezé Di Camargo se posicionou abertamente sobre política”. Em 2017, em entrevista ao canal da fascistoide Leda Nagle, ele afirmou que não houve ditadura no Brasil com suas torturas e mortes. “Muita gente confunde militarismo com ditadura. Nós não vivíamos numa ditadura, vivíamos num militarismo vigiado. Ditadura é Venezuela, Cuba, Coreia do Norte, China, esses são realmente ditadores. O Brasil nunca chegou a ser uma ditadura daquela de ou você está a favor ou está morto”, afirmou.
Anos depois, em 2022, em um show em Campo Grande (MS), ele pediu ao público que fosse a um ato de campanha de Jair Bolsonaro. “Ainda dá tempo, na minha concepção, de salvar o Brasil”, disse o cantor desesperado. Já em janeiro de 2023, com Lula eleito, Zezé Di Camargo evidenciou sua covardia e oportunismo e tentou se travestir de neutro. “Não sou Bolsonaro, não sou Lula, sou Brasil. Não sou de esquerda nem de direita, mas acho que o Brasil tem que estar bem, independentemente de quem está no poder”.
Mas a própria Veja, em outra matéria, lembra que essa declaração foi mentirosa. “No final do ano passado, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, o cantor compareceu a um evento promovido pelo então presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, que reuniu diversos cantores sertanejos apoiadores do candidato, entre eles Gusttavo Lima, Chitãozinho (da dupla Chitãozinho e Xororó) e Sula Miranda”. A camiseta da anistia para os golpista se encaixa nessa trajetória.

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