sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Teló, BBB e conceitos sobre cultura

Por Sylvio Micelli, no Observatório da Imprensa:

Os assuntos mais discutidos na primeira semana de 2012, ao menos nas redes sociais (que hoje pautam muita coisa), versam sobre a capa da revista semanal Época com o cantor (?) Michel Teló e sobre o início de mais uma edição do Big Brother Brasil transmitido pela Rede Globo de Televisão. Por sinal, apenas para constar, Época e Globo pertencem à mesma organização.

Documentos da arapongagem na USP

Por Renato Rovai, na revista Fórum:

A Fórum deste mês (já nas bancas) traz uma denúncia gravíssima e que exige investigação ampla por parte do Ministério Público e outros órgãos competentes. Um esquema de arapongagem teria sido montado para investigar a movimentação dos estudantes e do Sindicato dos trabalhadores da universidade na greve de abril de 2010.

O repórter Igor Carvalho obteve um documento produzido por uma tal “sala de crise” e enviado a Ronaldo Pena, diretor da Divisão Técnica de Operações e Vigilância da Coordenadoria do Campus (Cocesp), a quem cabe a segurança do local.

Obama decreta estado policial nos EUA

Por Michel Chossudovsky, no sítio português O Diário:

Com um debate mínimo nos media, num momento em que os norte-americanos comemoravam o Ano Novo com os seus mais próximos, o “Decreto de Autorização de Defesa Nacional” HR 1540 (DADN) foi assinado pelo presidente Barack Obama e passou a letra da lei. A assinatura real teve lugar no Havai, a 31 de Dezembro.

EUA: Urinando sobre as nossas cabeças

Por Saul Leblon, no sítio Carta Maior:

A sensibilidade contemporânea foi em grande parte anestesiada pela naturalização midiática da violência social e política. Imagens e relatos burocratizados descarnam corpos e estatísticas de sua história e humanidade. Intencional ou não, o mecanismo dissolve a fronteira que separa a vítima do algoz. Mesmo o sangue, assim derramado, não deixa espaço para suas causas seminais. Às vezes um ruído cênico sacode a monotonia.

A mídia e a síndrome do amor bandido

Por Luis Nassif, em seu blog:

Dias atrás li a Dora Kramer se queixando no Twitter de que as acusações contra Fernando Bezerra não tinham eco na oposição porque muitos tucanos sonham com a candidatura do governador pernambucano Eduardo Campos.

A consequência era previsível. Hoje o Estadão ataca Campos, chamando-o de coronel por ter sido presumivelmente responsável pela indicação de parentes para cargos no Estado. A matéria acusa Campos de atropelar a Constituição e tem como fonte exclusiva Jarbas Vasconcellos, o magoadíssimo Jarbas, que compara Campos a um ditador implacável. O repórter admite dificuldades em localizar outros oposicionistas dispostos a criticar um governador que tem recordes de aprovação e admiradores até na oposição, além do meio privado - Jorge Gerdau é fã incondicional da capacidade administrativa de Campos.

"Privataria tucana" em debate no Rio

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Assim como fez com o lançamento no Paraná, a gente divulga aqui o lançamento do “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Jr, aqui no Rio de Janeiro. Será na terça-feira (17), na Livraria da Travessa, no Leblon.

Agradeço o convite generoso do Luiz Fernando Emediato para o evento e acho que vai ser útil a gente não apenas debater os fatos como, sobretudo, os caminhos que temos a seguir para que, ainda que tardiamente, jogar mais luz sobre este período em que, como nos versos do Chico, “a pátria-mãe era subtraída em tenebrosas transações”

Davos com medo das revoltas sociais

Por José Dirceu, em seu blog:

A Europa e o mundo vivem como sempre viveram: em mutação. As revoltas sociais são uma resposta à iniquidade de regimes ditatoriais. Algumas são manipuladas pelos Estados Unidos e Europa; outras libertárias, apesar das tentativas de as domesticar.

Mas, no fundo, são todas revoltas necessárias e maduras - da mesma forma como são as ações dos Indignados, os protestos surgidos há semanas na Europa e em outros continentes (ainda que nestes esta resistência se faça com outros nomes) e as grandes manifestações sindicais e populares na Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

EUA urinam no mundo. Repugnante!

O declínio da Folha de S.Paulo

Por Gilvan Freitas, no blog O terror do Nordeste:

Li num desses blogs sujos que há por ai que a Folha de S. Paulo perdeu, em cinco meses, 6% dos seus leitores. O jornalão paulista não tem que reclamar nada, pois foi ele mesmo quem deu causa a esse declínio. Se a Folha seguisse à risca o seu Manual de Redação nada disso teria acontecido, ao contrário, a vendagem dos jornais aumentaria.

Por que a Globo é tão odiada



Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O que leva a Globo a ser tão detestada?

Vi o vídeo acima no Facebook, e ele é expressivo. Mesmo numa manifestação que não tem o dedo do PT e dos petistas, a Globo provoca repulsa. E isso quando o repórter que a representa tem a estatura e o relativo prestígio de Caco Barcellos.

O problema está no passado. Roberto Marinho, o homem que fez a Globo ser o que é, adquiriu uma imagem poderosa de aproveitador. Na percepção generalizada, o regime militar favoreceu Roberto Marinho – a começar pela concessão que permitiu a criação da TV Globo — e recebeu em troca um copioso apoio editorial.

A rejeição à Globo se origina nisso – e diversos esforços feitos sobretudo depois da morte de Roberto Marinho fracassaram no objetivo de melhorar a imagem da Globo.

É um paradoxo que, sendo tão odiada, a Globo seja tão vista – ainda que sua audiência, na Era Digital, venha minguando. (Uma reportagem da Folha mostrou que, desde o começo das medições, jamais foi tão baixo o público da Globo como em 2011.) O virtual monopólio da Globo como que forçou o espectador a sintonizar nela em muitas ocasiões, ainda que tapando o nariz. No futebol, por exemplo.

Que a audiência não se traduziu em prestígio fica claro quando se vê a influência da Globo sobre os eleitores. A má vontade da Globo em relação a Lula e a Dilma – o diretor do telejornalismo Ali Kamel, um dos “aloprados” da emissora, é fanaticamente antipetista, bem como comentaristas como Merval Pereira e Arnaldo Jabor, para não falar no âncora William Waack – não impediu que o PT vencesse as últimas eleições presidenciais.

A Globo, indiretamente, sempre se beneficiou da brutal inépcia dos concorrentes na televisão quer em conteúdo, quer em gestão. É uma aberração que a Record, movida pelo dinheiro fácil extraído dos crédulos, simplesmente copie a Globo em vez de fazer coisa nova e superior. Se inovasse, em vez de imitar, a Record atalharia a disputa pela liderança, ajudada pelo cansaço da programação da Globo, expressa em programas como o Fantástico. Mas os bispos parecem muito entretidos com seus sermões caçaníqueis para ver a programação de emissoras como a BBC, de onde poderia ver a inspiração para um salto de qualidade.

A falta de opções do telespectador ajudou a Globo a seguir adiante mesmo atraindo tanto ódio. Mas agora a festa tende a acabar por causa da internet. Se a concorrência não oferece alternativa, a internet dá às pessoas possibilidades infinitas de se livrar da Globo.

Para a Globo, ontem foi melhor que hoje e hoje vai ser melhor que amanhã. No futuro, as pessoas tentarão explicar como uma emissora tão antipatizada pôde ter a audiência que um dia teve.

Quando banqueiros viram gangsteres

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Primeiro ministro da França entre l988 e 1991, Michel Rocard é homem respeitável em seu país. Ele, e um economista mais moço, Pierre Larrouturou, publicaram, segunda-feira, em Le Monde, artigo baseado em fontes americanas sobre os empréstimos concedidos pelo Tesouro dos Estados Unidos aos bancos, em 2008. De acordo com as denúncias – feitas pela agência de informações econômicas Bloomberg – os juros cobrados pelo FED aos bancos e seguradoras foram de apenas 0,01% ao ano, enquanto os bancos estão emprestando aos Estados europeus em dificuldades a juros de 6% a 9% ao ano – de seiscentas a 900 vezes mais. De acordo com as denúncias da Bloomberg, retomadas por Rocard e Larrouturou, o montante do socorro por Bush e Henry Paulson, seu secretário do Tesouro, aos banqueiros, chegou a um trilhão e duzentos bilhões de dólares, em operações secretas.

O Papa e as ameaças à humanidade

Por Jean Wyllys, na CartaCapital:

O papa Bento XVI disse que o casamento homossexual “ameaça o futuro da humanidade”.

Eu pensava que o que o ameaçava eram as guerras (muitas delas étnicas ou religiosas), a fome, a miséria econômica, a desigualdade e as injustiças sociais, a violência, o tráfico de drogas e de armas, a corrupção, o crime organizado, as ditaduras de todo tipo, a supressão das liberdades em diferentes países, os genocídios, a poluição ambiental, a destruição das florestas, as epidemias… Porém o papa, mesmo ciente de todos esses males e consciente de que sua instituição – a Igreja Católica Apostólica Romana – contribuiu com muitos deles ao longo da história ocidental, disse que a humanidade é ameaçada pelo fato de dois homens ou duas mulheres se amarem e, por isso, decidirem construir um projeto de vida comum e obter o reconhecimento legal dessa união para gozar de direitos já garantidos aos heterossexuais.

Briga PT X PSB: factóide da Folha?

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

A Folha diz que “PSB ataca PT e flerta com tucanos“. A matéria não mostra, contudo, nenhum político do PSB atacando o PT. O artigo inicia com a afirmação de que o PSB está em crise com o governo. Ora, as relações entre partidos diferentes sempre será dialética e pontuada de divergências pontuais: não fosse assim, não seriam partidos diferentes. Falar em crise, porém, é equivocado. Parece mais expressar um desejo do jornal (ou dos tucanos, o que é a mesma coisa).

A batalha pelo Estreito de Ormuz

Por Mahdi Darius Nazemroaya, no sítio Outras Palavras:

Depois de ouvir ameaças dos EUA durante anos, o Irã está tomando medidas que sugerem que considera fechar o Estreito de Ormuz e que tem capacidade para fazê-lo. Dia 24/12/2011, o Irã iniciou exercícios navais (Operação Velayat-90) no e à volta do Estreito de Ormuz, do Golfo Persa e Golfo de Omã (Mar de Omã), ao Golfo de Aden e Mar da Arábia.

Cracolândia e o silêncio de FHC

Por Wálter Fanganiello Maierovitch, no sítio Terra Magazine:

No ano passado, o ex-presidente Fenando Henrique Cardoso, que nos dois mandatos presidenciais se submeteu à política norte-americana de guerra às drogas (war on drugs) de seu guru, o então presidente Bill Clinton, virou casaca, trocou bandeira.

FHC, em busca de um palanque internacional para concorrer com o então presidente Lula, reuniu antigos presidentes e dirigentes fracassados por adesão à guerra às drogas e submissão aos EUA para deitar sabedoria quanto às novas políticas sobre o fenômeno representado pelas drogas ilícitas no planeta.

Clarín e o "câncer" de Cristina

Por Francisco Luque, de Buenos Aires, no sítio Carta Maior:

Após a exitosa operação que descartou o diagnóstico de câncer de tireoide em Cristina Fernández de Kirchner, o jornal Clarín vem insistindo em colocar em dúvida a transparência e veracidade dos informes médicos da presidenta argentina. “Só falta o Clarín lamentar o fato de a presidenta não ter câncer”, disse o secretário-geral da Presidência, Oscar Parrillo, em entrevista de rádio.

A esquerda mundial após 2011

Por Immanuel Wallerstein, no sítio da Adital:

Por qualquer ângulo, 2011 foi um bom ano para a esquerda mundial – seja qual for a abrangência da definição de cada um sobre a esquerda mundial. A razão fundamental foi a condição econômica negativa, que atinge a maior parte do mundo. O desemprego, que era alto, cresceu ainda mais. A maioria dos governos enfrentou grandes dívidas e receita reduzida. A resposta deles foi tentar impor medidas de austeridade contra suas populações, ao mesmo tempo em que tentavam proteger os bancos.

Luciana Santos e a mídia alternativa

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática instalou subcomissão especial para analisar formas de financiamento de mídias alternativas - como blogs e rádios comunitárias. A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), que sugeriu a criação do grupo e será relatora da subcomissão, afirma que a ideia é analisar propostas para a viabilidade econômica de diversas formas alternativas de comunicação. Segundo ela, o próprio conceito de mídia alternativa será objeto de discussão na subcomissão.

Racismo é filho do fascismo

Por Vito Giannotti, no jornal Brasil de Fato:

Na Europa, todos os meses, há notícias de um ataque racista contra "extra-comunitários", isto é, não europeus. Sempre a mesma cena: mortes de imigrantes e a imediata apresentação dos atacantes como loucos, neuróticos, desequilibrados. Em seguida a absolvição dos criminosos e o rápido esquecimento do fato, com silêncio de toda a mídia que apoia o sistema.

David Harvey e a crise capitalista