sábado, 14 de abril de 2012

O jornalismo de resultados

Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na CartaCapital:

Leio na coluna do ombudsman da Folha de S.Paulo que o Painel FC atribuiu ao dirigente do São Paulo, Carlos Eduardo Barros e Silva, o Leco, uma frase que não disse, pronunciada num lugar em que nunca esteve.

Não é um episódio isolado, uma anomalia, mas exprime uma tendência do jornalismo contemporâneo, imagino, à revelia dos Manuais de Redação. O jornalismo de resultados entrega-se à sanha de conquistar leitores ou arrebatar audiência a qualquer custo. Se a notícia é “quente” pouco importa a apuração do fato e muito menos avaliar suas circunstâncias. Ouvir o “outro lado”, nem pensar. Se, por descuido, isso ocorre, não passa de um ritual farsesco. Esse jornalismo de resultados e seu séquito de pretensos opositores na internet são agentes do novo totalitarismo, especialistas nas proezas da manipulação, da intimidação e da censura da opinião alheia.

Velha mídia tenta navegar na internet

Do sítio Outras Palavras:

Quando estourou a primeira bolha da Internet no começo da década passada, os editores dos grandes meios de comunicação sorriram com schadenfreude, felizes que, no fim, a Internet não era nada além de uma moda. Pouco depois, com a recuperação, a maioria esmagadora deles admitia que o digital era inevitável e que estavam determinados a apostar forte na nova mídia. Uma década depois do fim da bolha, as empresas que tiveram coragem de adotar uma política para as mídias digitais estão muito à frente, enquanto os tradicionalistas estão agarrados a uma âncora após o naufrágio.

Veja tenta desviar o foco

Por José Dirceu, em seu blog:

É mais do que sintomático o comportamento da Veja, cuja matéria capa desta semana tenta tirar os holofotes das gravíssimas denúncias em torno do esquema criminoso comandado pelo contraventor e empresário Carlos Cachoeira, com tentáculos em esquemas de governo e no qual estão envolvidos políticos de diversos partidos, muito especialmente os da oposição.

A mídia, a direita mafiosa e os bancos

Por Altamiro Borges

Dois episódios explosivos e recentes confirmam a velha tese do intelectual italiano Antonio Gramsci de que a imprensa se tornou o principal partido do capital e da direita no capitalismo. No escândalo que desmascarou Demóstenes Torres, não há mais dúvida de que setores da mídia se articularam com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira para interferir nos rumos políticos do país. Já no episódio da redução dos juros do BB e CEF, ficou explícita a postura da mídia em defesa dos interesses dos banqueiros.

CE e GO: blogueiros incomodam a mídia

Por Altamiro Borges

Neste final de semana ocorrem dois encontros estaduais de blogueiros: no Ceará e em Goiás. Os eventos devem reunir centenas de ativistas digitais e lutadores sociais, que tem como ponto de unidade a luta pela democratização da comunicação no Brasil. Isto explica porque a velha mídia está tão incomodada. Nos últimos dias, Veja e Folha destilaram o seu veneno contra estas iniciativas.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Demóstenes vai para a cadeia?

Demóstenes e a tragédia da Veja

Por Rogério Tomaz Jr., no blog Conexão Brasília-Maranhão:

A última edição da Veja é uma metáfora ilustrada ao ato do sujeito que diz, no fundo do elevador:

- Não fui eu!

O sorriso amarelo e o odor vindo da sua direção o denunciam flagrantemente, mas ele se apressa em negar o fato evidente.

O odor sulfuroso de Veja foi causado pela dupla não sertaneja Demóstenes e Policarpo.

Merval tenta blindar Marconi “Perigo”

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Qualquer cidadão respeitável, honesto e interessado no bem comum da sociedade deve se indignar com o que certos veículos de comunicação estão fazendo em favor de legítimos criminosos. A parcela da mídia que age como partido político enquanto jura ao seu público que é “isenta” tenta acobertar políticos envolvidos em corrupção e também transferir a culpa deles para os seus adversários políticos.

A mídia está de gringo no samba

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

- Sabe por que americano samba com um dedinho levantado em cada mão?

- Não, por que?

- Pra que ninguém lhe olhe os pés, desajeitados…

A brincadeira carioca tem tudo a ver com o comportamento da mídia diante da CPI sobre Carlinhos Cachoeira.

Juros e a desfaçatez dos banqueiros

Por Saul Leblon, no sítio Carta Maior:

Murilo Portugal, o presidente do sindicato brasileiro dos bancos (a Febraban), resolveu peitar a prioridade da Presidenta Dilma Rousseff no decisivo braço-de-ferro para derrubar os juros. Em vez de apresentar um cronograma de corte das taxas, como esperava o governo, cobrou 'incentivos e desonerações' ao setor mais lucrativo da economia para baixar o spread. Com a soberba típica dos centuriões da plutocracia, divulgou a lista das 'condicionalidades' através do dispositivo midiático, ao mesmo tempo em que a apresentava em Brasília para sentenciar em seguida: 'A bola agora está com o governo'.

O desmanche da TV Cultura

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:

A televisão no Brasil é tratada como empreendimento comercial desde as suas origens, quando herdou do rádio artistas e patrocinadores. Durante muito tempo os anúncios estavam no próprio nome dos programas: Repórter Esso, Gincana Kibon, Circo Bombril. Até hoje muita gente acredita que as emissoras de TV são propriedades particulares das famílias Marinho e Saad ou de empresários como Silvio Santos ou Edir Macedo. Poucos sabem que eles são apenas concessionários de canais públicos, cujo controle deveria estar nas mãos da sociedade.

Trabalho escravo e Daniel Dantas

Por Daniel Santini, no sítio Repórter Brasil:

A irmã do banqueiro Daniel Dantas, Verônica Dantas, seu ex-cunhado, Carlos Bernardo Torres Rodenburg, e o ex-diretor do Grupo Opportunity, Rodrigo Otávio de Paula, são os responsáveis pela fazenda onde foram libertadas 5 pessoas em situação análoga à de escravos no Pará. Entre os resgatados estava um adolescente de 16 anos que construía cercas manuseando instrumentos cortantes, tarefa que consta na lista de piores formas de trabalho infantil da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A libertação foi realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Polícia Rodoviária Federal em fevereiro deste ano. A participação dos três na direção da Agropecuária Santa Bárbara, empresa que administra terras na região, foi confirmada em documento protocolado por advogados do grupo no Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, em 28 de março, após exigência da Justiça.

Demóstenes e a dupla moral da mídia

Por Maurício Caleiro, no blog Cinema & Outras Artes:

A pressa com que a mídia tenta tirar de cena o escândalo Demóstenes-Cachoeira, evidente nos últimos dias, deixa claro até para os que ainda insistem em nela crer que sua campanha implacável contra a corrupção e seu moralismo vigilante são de fancaria e atendem a interesses político-partidários específicos.

As manobras do esquema Cachoeira

Por Luis Nassif, em seu blog:

Na condição de réu, o senador Demóstenes Torres teve acesso às peças do inquérito Monte Carlo.

Agora, está selecionando informações para, em conluio com jornalistas do esquema Cachoeira, jogar o foco das investigações na Construtora Delta.

Nas ruas contra o parasitismo financeiro

Por Leonardo Severo, no sítio da CUT:

É chegada a hora do povo brasileiro ir às ruas e dar um basta nos juros altos e no parasitismo do sistema financeiro sobre a sociedade, estancando a sangria de recursos do Orçamento para favorecer banqueiros e especuladores. Esta foi a principal decisão da 10ª Plenária Nacional da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), realizada nesta quinta-feira, no Sindicato dos Bancários de São Paulo, com a participação de mais de 50 dirigentes de vários estados. Para dar maior projeção à reivindicação, a plenária aprovou a data de 5 de junho para a realização de um Dia Nacional de Luta contra os abusos do sistema financeiro.

Jornalismo ou cumplicidade?

Por Venício A. de Lima, na revista Teoria e Debate:

Algo de muito errado está acontecendo com a grande mídia no Brasil.

Enquanto empresários da mídia impressa ou concessionários do serviço público de radiodifusão – e seus porta-vozes – reafirmam, com certa arrogância, seu insubstituível papel de fiscalizadores da coisa (res) pública, o país toma conhecimento, através do trabalho da Polícia Federal, de evidências do envolvimento direto da própria mídia com os crimes que ela está a divulgar.

O contador e as fitas que estão por aí

Por Luiz Carlos Azenha, no blog Viomundo:

A Globo pediu acesso a todos os documentos da Operação Monte Carlo, que resultaram num processo que corre em segredo de Justiça, no STF. A Carta Maior também pediu. O acesso foi negado a ambos.

Demóstenes Torres, como parte envolvida, teve acesso.

Curiosamente, por pura coincidência, depois que isso aconteceu sobrou para Protógenes Queiroz, Agnelo Queiroz e a construtura Delta — a construtora do PAC, grita O Globo –, que também seria a favorita de Sergio Cabral.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Venezuela, dez anos após o golpe

Por Pedro Silva Barros e Luiz Fernando Sanná Pinto, no blog Escrevinhador:

Há exatos dez anos, entre os dias 11 e 13 de abril de 2002, um substantivo próprio quase desconhecido começou a figurar de modo recorrente nos noticiários políticos do mundo todo: Venezuela. Até então, tal nome era sinônimo de petróleo e de beldades bem sucedidas em concursos internacionais. Entretanto, depois dessas históricas e tensas 72 horas, tudo mudou. O país sul-americano passou a concentrar o interesse de analistas e a despertar as mais diferentes paixões.

Créditos de carbono e soberania

Editorial do sítio Vermelho:

A ameaça à soberania nacional representada pela mercantilização do ar assumiu formas concretas no Brasil quando empresas estrangeiras tentaram chegar a acordos com lideranças indígenas, na Amazônia, para controlar suas terras.

A "operação-abafa" da velha mídia

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Desde ontem, a grande imprensa começou a tornar evidente aquela “Operação Abafa” sobre o caso Demóstenes-Cachoeira.

Primeiro, o Estadão, com áudios absolutamente vazios de supostas conversas entre o deputado Protógenes Queiroz e o agente “Dadá”, que - ao que parece - arapongava para meio mundo. Protógenes, um delegado de polícia, não tem nenhum diálogo comprometedor com o agente e, se teve, nada melhor que esclarecer isso numa CPI. Aliás, é estranho que seis telefonemas vazios de Protógenes a alguém que, oficialmente, pertencia à um órgão de investigação sejam notícia e não o sejam os 200 telefonemas entre o próprio Cachoeira e o editor da revista veja, Policarpo Júnior, numa parceria “pelo bem do Brasil” que já durava oito anos.