Por Miguel Martins, na revista CartaCapital:
Há cerca de um mês, a dona de casa Gilcélia Matos toma seu banho diário antes das 6 da tarde. Seu marido não tem a mesma sorte: chega do serviço à meia-noite e é obrigado a esquentar a água deixada por sua esposa em um balde de plástico. Assim que o sol começa a se pôr no bairro de Parque Santa Rita, zona leste de São Paulo, a pressão da água das torneiras diminui consideravelmente. Ao contrário da maioria de seus vizinhos, Gilcélia não possui caixa d’água em casa, o que a impede de armazenar o recurso para os horários críticos.