sexta-feira, 22 de julho de 2016

Temer receia ter sido gravado por Cunha

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O presidente interino Michel Temer anda tenso às vésperas de uma decisão final do Senado sobre o impeachment. Desconfia que pode ter sido gravado pelo deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu por corrupção na Justiça e à beira da cassação na Câmara.

A suspeita de Temer surgiu em um encontro recente com Cunha no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência. O réu teria encaminhado a conversa de modo estranho, ao “lembrar” o interino de certas parcerias deles no passado. Histórias pouco republicanas, presumivelmente.

Sindicalismo e mídia em tempos de golpe

A Folha, o sapo e o escorpião

Por Bepe Damasco, em seu blog:                

A escancarada fraude estatística do Datafolha, que, para influenciar a decisão definitiva do Senado sobre o golpe contra a presidenta Dilma, minguou o contingente da população que vê a eleição antecipada como a saída para a crise de 62% para 3% remete à trajetória dos institutos de pesquisa no Brasil.

Examinar a atuação do Datafolha e do Ibope nas campanhas eleitorais nos últimos 30 anos é deparar com um sem número de erros e manipulações grosseiras. Não por acaso a maioria esmagadora das falhas graves acontece em desfavor dos candidatos do campo da esquerda.

Internet sob ataque do governo golpista

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

O anúncio de que o governo interino de Michel Temer vai trocar a diretoria da Telebras, substituindo na presidência da empresa o petista Jorge Bittar pelo executivo Antônio Loss, que já prestou serviços à Oi, entre outras alterações, não é uma medida isolada. “Faz parte de um contexto”, diz o sociólogo Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC). “Faz parte do desmonte das políticas públicas de inclusão digital e de telecomunicação. Faz parte da privatização extrema que os golpistas vêm para fazer.”

Olimpíada e a isenção fiscal da TV Globo

Por Altamiro Borges

Em seu blog hospedado no UOL, o jornalista Rodrigo Mattos revelou nesta semana que “a Olimpíada do Rio-2016 dará isenção fiscal para um total de 780 entidades e empresas. Entre elas, estão gigantes como a Globo, a Odebrecht, o Bradesco, a Coca-Cola e a Nike. Além disso, firmas de pessoas ligadas ao presidente do Comitê Organizador do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, também são favorecidas. A Receita Federal confirmou o benefício aos integrantes da lista, mas não informou a parte de cada um no bolo”. O total das isenções é de R$ 3,8 bilhões – e, logicamente, as “gigantes” são as maiores beneficiadas.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Ataque à governança democrática da Internet

Do site da Coalizão Direitos na Rede:

A Coalizão Direitos Na Rede vem a público manifestar sua reação ao texto “Governo quer mudar regras do Comitê Gestor da Internet”, publicado pelo jornal Folha de São Paulo no último sábado, dia 16 de julho.

A matéria informa que o governo interino está sendo pressionado pelas grandes operadoras de telecomunicações e representantes da indústria da propriedade intelectual a reduzir o número de participantes do Comitê e mudar a distribuição dos setores representados, favorecendo as grandes empresas.

Centrais irão reagir à reforma trabalhista

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Depois de agosto, mês de consolidação do golpe, segundo o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, o governo vai enviar ao Congresso a reforma trabalhista cujo objetivo principal é liquidar com as garantias da CLT, permitindo que os acordos trabalhistas prevaleçam sobre a lei. Em tempo de crise e desemprego isso significa autorizar os patrões a colocar a faca no pescoço dos empregados. Ou aceita ou tá na rua. Na quarta-feira próxima, dia 26, a CUT e outras centrais sindicais vão se reunir em São Paulo para articular a reação. Segundo a diretora de relações de trabalho da CUT, Maria das Graças Costa, a greve geral está entre as propostas que serão analisadas.

Trump e os EUA rumo ao inferno

Por David Brooks, no site Carta Maior:

A festa do demônio acontecerá nesta semana, e terá sede em Cleveland, onde se congregarão alguns dos representantes mais extremos da política do ódio, os mais anti mulher, anti gay, anti imigrantes, anti direitos civis. Ou seja, será um anti festejo do pior que o país tem para oferecer. A festa terá como anfitrião e homenageado aquele que é mais fascista entre as figuras conhecidas da historia moderna do país.

A Convenção Nacional Republicana, tanto dentro quanto fora da arena, será um carnaval grotesco recheado do sentimento que direita tem cultivado nos Estados Unidos – e que os liberais, de certa forma, têm permitido –, durante as últimas três décadas. Será um circo perverso, protagonizado pelos elefantes – o símbolo dos republicanos.

Surgem novas evidências da fraude da Folha

Por Glenn Greenwald e Erick Dau, no site The Intercept:

Na quarta-feira (20), a Intercept publicou um artigo documentando a incrível “fraude jornalística” cometida pelo maior jornal do país, Folha de São Paulo, contendo uma interpretação extremamente distorcida das respostas dos eleitores à pesquisa sobre a crise política atual. Mais especificamente, a Folha – em uma manchete que chocou grande parte do país – alegava que 50% dos brasileiros desejavam que o presidente interino, e extremamente impopular, Michel Temer, concluísse o mandato de Dilma e continuasse como presidente até 2018, enquanto apenas 3% do eleitorado era favorável a novas eleições, e apenas 4% desejava que Dilma e Temer renunciassem. Isso estava em flagrante desacordo com pesquisas anteriores que mostravam expressivas maiorias em oposição a Temer e favoráveis a novas eleições. Conforme escrevemos, os dados da pesquisa – somente publicados dois dias depois pelo instituto de pesquisa da Folha – estavam longe de confirmar tais alegações.

Desafio a dois economistas

Por Laura Carvalho, no site Outras Palavras:

No domingo passado (17), os economistas Marcos Lisboa e Samuel Pessôa malharam, com razão, o Judas da vez: a tal da Nova Matriz Econômica (NME).

Na entrevista em que criou o termo, em 2012, o então secretário de Política Econômica, Márcio Holland, enumerou os pontos de ruptura com as políticas vigentes entre 2006 e 2010: “Essa matriz combina juro baixo, taxa de câmbio competitiva e uma consolidação fiscal ‘amigável ao investimento'”, o que, junto à “intensa desoneração dos investimentos e da produção”, garantiria a retomada do crescimento.

E a economia? Agora vai?

Por Lecio Morais, no blog de Renato Rabelo:

Abriu-se um debate sobre como a troca de governo decorrente do golpe parlamentar influenciaria a crise econômica. De modo geral, analistas e articulistas da imprensa são otimistas quanto à resposta positiva do capital ao novo “ambiente macroeconômico” e o início da superação da crise já de imediato, embora haja discrepância quanto à velocidade com que a volta do crescimento acontecerá e a situação fiscal tem uma solução estruturante adequada e já assumida pelo novo governo, mesmo que a mais longo prazo.

Datafolha e o medo da votação no Senado

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Chega a ser um pouco engraçado o tom de surpresa que o laureado jornalista Glenn Greenwald e seu colega Erick Dau imprimiram a denúncia feita no excelente The Intercept – que, a partir de agora, passa a integrar os sites indicados pelo Blog da Cidadania. A matéria em questão, que você confere aqui, é idêntica a centenas de outras que esta página publicou sobre institutos de pesquisa nos últimos onze anos.

'Escola sem partido' é golpe na escola

Por Paulo Pimenta, no blog Viomundo:

Sem dúvida, uma escola sem pluralidade, sem liberdade, sem diversidade, sem inclusão, sem democracia é a escola do pensamento único, da segregação, da discriminação e da repressão.

Esse modelo de escola é marca característica de regimes autoritários, de uma sociedade que se assenta sob um sistema de desigualdade e de exclusão e que não permite a educação como prática transformadora que consolide ideais democráticos de igualdade e valorização das diferenças.

Datafolha repete o golpe de 1964

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A manipulação da pesquisa do Datafolha em torno da aprovação de Michel Temer e Dilma Rousseff não chama atenção pela originalidade - mas pela perversidade.

Em 1964, a Federação do Comércio de São Paulo, envolvida na conspiração que derrubou João Goulart, encomendou uma pesquisa sobre aprovação do governo. Descobriu que Jango era aprovado por mais de 60% da população. Até em lugares onde a oposição era fortíssima, como São Paulo, pontos essenciais de seu programa de Reformas de Base, a Reforma Agrária era apoiada por mais de 50%.

Escola Sem Partido e a geração de zumbis

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Educar por educar, passando apenas dados e técnicas, sem conscientizar o futuro trabalhador e o cidadão do papel que ele pode vir a desempenhar na sociedade, sem considerar a realidade à sua volta, sem ajudá-lo a construir um senso crítico e questionador sobre o poder, seja ele vindo de tradições, corporações, religiões ou governos, é o mesmo que mostrar a uma engrenagem o seu lugar na máquina. A um tijolo, em qual parte do muro deve permanecer.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Saiu da Fiesp, mas não pagou o pato

Da revista Fórum:

O empresário Laodse de Abreu renunciou ao cargo de diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta quarta-feira (20). Embora tenha deixado o cargo da organização responsável pela campanha “Não vou pagar o pato”, utilizada principalmente em manifestações “contra a corrupção” e pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o empresário não se retratou publicamente e nem sinalizou se vai pagar a dívida de R$ 6,9 bilhões que o transforma em “o maior caloteiro do Brasil”.

Doleira da Lava-Jato vira modelo na 'Veja'

Por Marcelo Auler, em seu blog:

Pelas informações do jornal O Estado de S.Paulo de domingo (17/07), graças às delações premiadas, quinze dos condenados pela Operação Lava Jato já reduziram suas penas em 326 anos. Isso corresponde a 28% dos 1.149 anos de prisão sentenciados pelo juiz Sérgio Moro.

Sorte maior, porém, teve a doleira Nelma Kodama. Com uma primeira condenação de 15 anos e investigada em mais 15 inquéritos ainda em andamento, mesmo sem ter delatado ninguém nas investigações da Lava Jato, teve a prisão domiciliar antecipada em três meses por Moro. Foi uma decisão atípica, em um despacho cujo teor está sendo mantido em segredo, como ele determinou:


Datafolha e o jornalismo de guerra da Folha

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Datafolha passou, oficialmente, a fazer parte do “jornalismo de guerra” da Folha e, por extensão, de toda a mídia.

Jornalismo de guerra foi a expressão utilizada pelo editor chefe colunista político do Clarín para designar o que seu jornal fez para destruir o governo de Cristina Kirchner. “Não é jornalismo”, admitiu, num traço notável de sinceridade.

A adesão oficial do Datafolha ao jornalismo de guerra se deu no levantamento do último final de semana. O objetivo não foi mostrar como estão as relações entre os brasileiros e o governo Temer. Foi, simplesmente, alavancar de forma artificial Temer e, com ele, o golpe.

O golpe e o baixo astral olímpico

Por Luis Edmundo Araujo, no blog Cafezinho:

No início tudo foi festa. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia vencido o mensalão (a vanguarda do golpe, pra sondar o terreno) e pairava sobre altos índices de popularidade enquanto vibrava na Dinamarca ao lado de Sérgio Cabral, Eduardo Paes, Carlos Arthur Nuzman e outros próceres da candidatura olímpica do Rio. Passou-se o tempo e vieram as manifestações de 2013, a campanha contra a Copa, a Copa, a disputa pela Presidência e o golpe iniciado logo em seguida pela trupe do entreguismo aloprado, tudo tão seguido, com tanto estardalhaço que relegou à Olimpíada do Rio deste ano, a primeira da América do Sul, um segundo plano longínquo, quase esquecido enquanto páginas e mais páginas, minutos infindáveis de vídeos, centenas de áudios eram gastos com o objetivo maior, prioritário.

A unidade dos trabalhadores contra os juros

Editorial do site Vermelho:

“Eu quero agora, eu quero já, eu quero ver o juro abaixar” – esta foi a palavra de ordem entoada na manifestação unitária promovida nesta terça-feira (19), em São Paulo, pelas seis principais centrais sindicais (CTB, Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central e CSB).

A unidade das centrais em torno de um programa comum de reivindicações tem importância estratégica. E eleva a novo patamar a luta contra as ameaças representadas pela dupla Michel Temer/Henrique Meirelles que comanda os golpistas que foram levados ao governo federal.