quinta-feira, 25 de agosto de 2016

O marketing fascista de Alexandre Moraes

Por Helton Lucinda Ribeiro, no site Outras Palavras:

O semblante duro lembra Lex Luthor, o vilão das histórias do Super-Homem. O estilo? Feito sob medida para agradar à classe média com fetiche por Estado policial. Assim é o ministro da Justiça Alexandre de Moraes (PSDB), a face mais truculenta do governo interino. Cacifou-se para o cargo ao comandar, do alto da secretaria de Segurança Pública de São Paulo, a repressão aos estudantes secundaristas, além de ter no currículo uma escalada de violência praticada pela Polícia Militar, incluindo as chacinas ocorridas em 2015. São credenciais atípicas para quem foi considerado, ainda jovem, referência em Direito Constitucional. Como pode, hoje, parecer tão pouco reverente aos direitos e garantias fundamentais consagrados na Constituição?

Não é fácil mas Dilma precisa retornar

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Reunidos a partir das 9 horas da manhã de hoje, os 81 senadores da República têm diante de si uma decisão crucial para o destino dos 200 milhões de brasileiras e brasileiros.

Podem abrir caminho para uma catástrofe histórica, tão ruinosa que pode inviabilizar por décadas a construção do país como nação soberana e menos desigual, capaz de oferecer oportunidades aos fracos e excluídos de cinco séculos. Ou podem dar inicio a uma correção de rumo, retomando um processo histórico que, mesmo envolvendo inúmeros problemas e limites, erros e omissões, deve ser reconhecido como o ponto de partida para um necessário esforço na construção de um país a altura das necessidades da maioria dos brasileiros. A própria população se encarregou de mostrar isso com clareza absoluta nas últimas quatro eleições presidenciais, quando se colocou sempre do mesmo lado, em apoio a um mesmo projeto que é, acima de tudo, uma crítica profunda aos governos voltados para um país dos ricos, dos bem nascidos e sua magra clientela social.

O projeto vira-lata desabilita o país

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Por trás do viralatismo há método –e há teoria.

Se vingar seu projeto de país, o Brasil acaba enquanto possibilidade de um futuro ordenado pela democracia social.

A meta é fazer do país um frango desossado da sadia no cepo dos mercados.

E é esse o motor de um empenho que assumiu singular intensidade nos dias que correm.

A engrenagem envolve uma lista robusta de alvos a desabilitar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Programa especial de seis anos da TVT

Por que apoiar a imprensa independente?

Do site Opera Mundi:

A consolidação da imprensa independente no Brasil durou mais de uma década. Hoje, temos projetos de jornalismo internacional, jornalismo investigativo, jornalismo ativista, jornalismo regional e uma vasta blogosfera que tem pautado temas como política nacional, movimentos culturais da periferia, cultura regional, luta de movimentos sociais, como os movimentos negros e feministas.

Todo esse florescimento, no entanto, corre o risco de retroceder. O setor de publicidade privada continua a ser bastante avesso a diversificar seus investimentos e a direcionar uma parte deles para a audiência desses projetos. Além disso, como é sabido, o governo federal bloqueou a publicidade nos sites independentes e suspendeu diversos editais para a mídia livre.

Por quê calar a OAS?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Entre tantas coisas insólitas que já aconteceram na Operação Lava Jato, nada mais esquisito e suspeito do que este cancelamento, pelo procurador-geral Rodrigo Janot, das negociações para a delação premiada da Construtora OAS. Ele já teria, inclusive, determinado a devolução de todos os “anexos” da negociação, ou seja, os esboços apresentados pela empresa sobre o que poderia dizer, bem como a trituração da papelada sobre o fracassado acordo. Como disse o ex-ministro Eugênio Aragão, “que cheira mal, cheira”. Nos últimos três meses, ficou clara a má vontade do Ministério Público Federal para com a delação da OAS, que aumentou depois de vazamentos sobre também supostas citações aos tucanos Aécio Neves e José Serra.

Gilmar Mendes acordou o senador indeciso

Viagem ao universo dos "coxinhas"

Por Ayrton Centeno, no site Sul-21:

Agora que o Coxismo pretende moldar o país a sua imagem e semelhança, é crucial entendê-lo. Adentrá-lo, penetrá-lo em profundidade. Visitar, percorrer e desbravar o território do fenômeno. Mas quem viajar ao Universo Coxa deve-se preparar para um impacto: é um mundo habitado exclusivamente por certezas absolutas. Seus nativos acreditam integralmente em tudo que lhes convém acreditar. Para eles, a ferramenta do conhecimento não é a experiência e a reflexão mas o desejo. É ele que constrói a convicção. Acreditam, então existe.

João Doria, o candidato indigesto

Por Adriana Dias, na revista Fórum:

O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, João Dória, foi duramente criticado por falar em extinguir a Secretaria da Pessoa com Deficiência. Criticado por gente do próprio partido. Mara Gabrilli afirmou em seu Facebook que a proposta “é de uma falta de conhecimento inacreditável”.

É verdade. Uma secretaria dá uma força que uma coordenação não tem. No quesito falta de conhecimento, aliás, o mocinho do botox maravilha dá show: Dória promete acabar com duas secretarias municipais que não existem. Tipo a piada eterna da volta dos que não foram, mas ao contrário. A ida dos que não vieram… LGBT e Juventude não são secretarias. São subordinadas à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Além disso, ele chamou, passeando pelo Centro, moradores em situação de rua de “indigentes”. Isso foi indigesto.

A radiografia do golpe no Brasil

Do blog Cafezinho:

A radiografia do golpe, do sociólogo Jessé Souza, é um dos primeiros e contundentes livros de análise do processo após o afastamento da presidente Dilma Rousseff. No calor do momento em que o Senado decide em definitivo sobre o impeachment, o livro descreve e analisa não só o dia a dia do processo que levou à derrubada da presidente Dilma Rousseff e seu governo democraticamente eleito, como esclarece as pré-condições do golpe deflagrado em 2016. Na síntese do autor: o objetivo é permitir ao leitor entender “como e por que foi enganado”.

O tempo de Dilma Rousseff

Por Katarina Peixoto, no blog Viomundo:

A história é a luta pelo passado. Essa boutade é mais fecunda que intuitiva, pois quer dizer, entre outras coisas, que história é uma experiência sobre o presente e sempre sobre o presente, e que é por meio dessa experiência e do embate normativo que a embala que poderemos dispor dos marcos para identificar o passado.

E nada dessas coisas é fácil de ver, num contexto de luta cotidiana e exaustiva, em que o Brasil foi jogado nos últimos dois anos, mesmo para democratas que não se apequenaram nem cederam à avalanche golpista que se espalha e dissemina destruição e medo pelo país.

Golpe institucional e a mídia monopolista

Por Fernando Marcelino, no site Vermelho:

Monopólio da mídia em poucas famílias teve papel crucial no golpe institucional e agora defende governo golpista de Temer contra a democratização dos meios de comunicação e a soberania popular.

O golpe institucional em curso no Brasil só foi produzido porque teve o apoio incondicional da grande mídia. Sem o bombardeamento negativo diário da mídia monopolista – sob o comando da Globo, Record, Band, Estadão, Folha de São Paulo e outros jornais, revistas e mídias digitais –, seria impossível a intensa partidarização das instituições de Estado para desfechar o golpe contra Dilma, num processo totalmente maculado pela fraude e pela manipulação. E desde que Temer assumiu como presidente interino, ocorre uma ampla campanha de informação visando assentar as bases da autoridade do governo golpista com aparência de continuísmo, legalidade e legitimidade.

A censura mal disfarçada a 'Aquarius'

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em maio deste ano, o elenco do filme Aquarius estava em Cannes para exibição da película no festival homônimo e internacionalmente consagrado. Pouco antes da estréia, ainda no tapete vermelho, o diretor Kleber Mendonça Filho e mais Sônia Braga, Maeve Jinkings, Carla Ribas e Humberto Carrão pararam na porta e ergueram cartazes em protesto contra o golpe aplicado por Michel Temer e seus asseclas.

“Brasil não é mais uma democracia”, “Um golpe ocorreu no Brasil”, “Resistiremos” era o que estava grafado em francês e inglês para que o mundo atentasse ao que ocorria aqui nos tristes trópicos. O protesto repercutiu e estampou capas de vários jornais estrangeiros.

Deputada corrupta do DF é "cristovista"

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:



Bateu polícia na casa da deputada Celina Leão, ex-presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

A operação visa buscar e apreender provas de crimes de corrupção ativa, passiva ou concussão, envolvendo o pagamento de propina a ela e a outros deputados da Mesa Diretora, em um esquema que desviou R$ 31 milhões de reais de sobras orçamentárias da Câmara, em 2015 para empresas que prestam serviços à Secretaria de Saúde do DF.

Crônica em meio à grande crise global

Por Ladislau Dowbor, no site Outras Palavras:

Difícil deixar de pensar que estamos vivendo num circo gigante. Quando sentamos no sofá depois de um dia bizarro de trabalho e horas de transporte, as novelas surreais na TV nos dão uma visão geral do jogo global: tantas bombas sobre a Síria, mais refugiados nas fronteiras, os problemas das grandes finanças, os últimos gols de Neimar. Ah sim, e quem, depois da Hungria, a Grécia, a Polônia e o Reino Unido está ameaçando deixar a União Europeia em nome de ideais nacionais superiores.

Dez pontos para entender o impeachment

Por Ingrid Matuoka, na revista CartaCapital:

Na próxima quinta-feira 25, começa a última etapa do julgamento de Dilma Rousseff, afastada da Presidência da República desde 12 de maio.

O processo teve início em dezembro de 2015, quando o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acolheu o pedido de impeachment protocolado pelos advogados Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr. A decisão foi tomada logo após a bancada do PT anunciar apoio à cassação do mandato do peemedebista no Conselho de Ética da Casa.

Temer desarticula políticas de inclusão

Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual:

Ao analisar os 100 dias do governo provisório de Michel Temer, o deputado Patrus Ananias (PT-MG), ministro dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff (Desenvolvimento Social e Desenvolvimento Agrário), ressalta especialmente sua preocupação com a desarticulação do programa Bolsa Família. Não apenas pela sinalização de que será reduzido o número de beneficiários, mas também por conta das iniciativas integradas que vinham sendo contempladas com o atendimento ao programa, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) – que propicia o pagamento mensal a pessoas idosas sem condições de trabalhar – e o trabalho atrelado aos programas de erradicação aos trabalhos escravo e infantil.

Quem investiga e julga os "justiceiros"?

Por Jeferson Miola

Na análise O xadrez de Toffoli e o fruto da árvore envenenada, Luis Nassif explora a hipótese de que o vazamento da delação do presidente da OAS pela revista Veja seja parte, na realidade, de uma armação maquiavélica para anular provas que incriminam os tucanos José Serra e Aécio Neves.

Com a jogada, a Lava Jato continua focada no objetivo fundamental, que não é apurar de verdade a corrupção na Petrobrás, mas somente incriminar políticos petistas para ferir de morte o PT.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

"Aquarius" e a república dos patetas

Por Leandro Fortes, em sua página no Facebook:

Além da repressão e do arbítrio, uma das principais características de toda ditadura é o ridículo.

A ocupação do espaço público de forma ilegítima, sem voto nem sustentação constitucional, torna o governo uma ferida aberta para todo tipo de parasita, sobretudo os mais patéticos, os mais mesquinhos.

Essa decisão de impor uma censura de 18 anos ao filme Aquarius - Filme é uma dessas retaliações que só um governo ridículo, comandado por imbecis, poder ter coragem de fazer assim, à luz do dia.

"Águas de Temer" afundando a nação