segunda-feira, 19 de setembro de 2016

O besteirol ridículo de José Serra

Por Marcelo Zero

Muitos riram do ridículo vídeo, no qual o inacreditável chanceler Serra aparece como um estudante secundarista relapso que não sabe apontar as correspondências das letras do acrônimo BRICS com os países que compõem o famoso grupo.

Eu não. Fiquei chocado. Teria rido muito, caso fosse uma criança ou um adolescente preguiçoso, desses que gostam de cabular aulas. Mas Serra é o atual chanceler do Brasil. Goste-se ou não, ele representa o nosso país.

Cunha e o apartidarismo de fachada do MBL

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Jamais esquecerei quando câmaras da TV Amapá registraram, sem querer, o voto de Sarney nas últimas eleições. Com o adesivo de campanha de Dilma colado no peito, esse dinossauro brasileiro não teve dúvidas na hora de votar: apertou 4, 5 e confirma. O peemedebista fez campanha para Dilma, mas votou em Aécio no escurinho da urna. Uma cena que é praticamente um resumo da política partidária brasileira, em que se prega uma coisa em público, mas se faz diametralmente o oposto nas sombras.

O ex-deputado federal Eduardo Cunha é um grande expoente dessa tradição. Seu discurso de defesa na votação pela sua cassação foi um exemplo magnífico. Apreciemos este trecho:


O MPF e a destruição da República

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

A denúncia dos procuradores da Lava Jato contra o ex-presidente Lula foi classificada de “absurda”, “aberração”, “tresloucada” etc. Todas essas classificações seriam verdadeiras se ela não contivesse uma clara estratégia na sua formulação. Essa estratégia já teve sucesso no golpe contra Dilma e consiste no seguinte: cria-se uma tese, a acusação, e, subsequentemente, interpretam-se fatos e acontecimentos ao sabor dos interesses dos procuradores para construir a “verdade” da acusação. Com Dilma criou-se a tese do crime de responsabilidade e moveu-se a validade da jurisprudência para frente e para trás no tempo para que a “verdade” da acusação se confirmasse. Com Lula criou-se a acusação de que ele era o “maestro”, o “general”, o “comandante” do Petrolão e agora os fatos serão torcidos e retorcidos para provar as “convicções” dos acusadores que prescindem de materialidade e de comprovação empírica das imputações.

FHC, Lula e o país dos elegantes

Por Flávio de Castro, no blog Viomundo:

Eu confesso que não sei a verdade: não sei se Lula é ou não dono de um triplex no Guarujá como não sei se FHC é ou não dono de um apartamento na Avenue Foch, em Paris.

Sei apenas que a presunção de ser dono de um triplex no Guarujá é inequivocamente associada à corrupção e a presunção de ser dono de um apartamento em Paris não tem nada a ver, obviamente, com corrupção.

Cunha caiu! Cunha vive...

Por Pedro Tierra, no site da Fundação Perseu Abramo:

A queda do Primeiro-Ministro Eduardo Cunha, articulador do golpe parlamentar, midiático e judiciário que conduziu o Brasil a um regime parlamentarista bastardo revela aos cidadãos desatentos um singelo absurdo tropical: o governo (Fora) Temer tornou-se uma Concessão Pública da Rede Globo de Televisão.

Não há indícios, nem convicções de que a Câmara Federal tenha sofrido um surto virtuoso na noite de 12 de setembro. A composição política tecida pelo próprio Primeiro-Ministro delinquente – e que acabou sendo decisiva para sua cassação – sofreu um suave deslocamento rumo aos confortos do governo usurpador, que resolveu não quebrar lanças em sua defesa, ocupado em cuidar da própria sobrevivência.

Partido ultradireitista avança na Alemanha

Do site Opera Mundi:

As eleições regionais realizadas neste domingo (18/09) em Berlim tiveram como grande derrotada a coligação União Democrata-Cristã (CDU), da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, enquanto a direita radical conseguiu acesso à Câmara da cidade-Estado e capital do país.

O Partido Social-Democrata (SPD) se manteve como principal força política da região, com 23% dos votos, mas não poderá reeditar a coalizão majoritária que compunha com a CDU, que ficou em segundo lugar, com 18%, segundo as projeções das redes de televisão pública ARD e ZDF após o fechamento das urnas.

O golpe no cinema brasileiro

Por Anna Muylaerte, no site da Mídia Ninja:

É natural imaginar que Kleber Mendonça Filho esteja agora chateado com esse golpe relativo a escolha de um outro filme para comissão do Oscar. Imagino que esteja mesmo. Mas do meu ponto de vista o maior prejudicado não foi nem é Kleber e sua equipe e sim o cinema brasileiro.

Houve sim uma grande batalha nos últimos anos em várias esferas, Ancine - Manoel Rangel e Eduardo Valente sem falar do Cinema do Brasil - pessoas e entidades que vêm lutando tanto pela qualidade do cinema brasileiro quanto por sua visibilidade no exterior.

A EBC e a democratização da mídia

Por Akemi Nitahara, no jornal Brasil de Fato:

Com a mesma rapidez de quando assumiu provisoriamente o governo, o agora efetivado presidente Michel Temer investe novamente contra a Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Dessa vez, ferindo de morte o projeto de comunicação pública do país com a edição da Medida Provisória 744*, publicada no dia 2 de setembro e assinada pelo presidente em exercício na ocasião, Rodrigo Maia. A MP saiu apenas dois dias após a efetivação do impeachment que afastou em definitivo Dilma Roussef da presidência da república.

Centrais chamam Dia Nacional da Paralisação


Do site da CTB:

As principais centrais sindicais divulgaram nota unitária convocando para a mobilização nacional na próxima quinta-feira (22), e reafirmando sua crítica às propostas de reformas apresentadas pelo governo que impõem cortes nas áreas sociais e trabalhistas.

Para as centrais, a gestão ilegítima de Michel Temer tenta "jogar a conta da crise econômica nas costas da classe trabalhadora e dos mais pobres". Unidos contra qualquer possibilidade de perda de direitos duramente assegurados, os sindicalistas denunciam a lógica rentista que "aprofunda a pobreza e elimina direitos" e defendem um projeto nacional de desenvolvimento centrado na retomada do crescimento, na geração de empregos e distribuição de renda.


Argentina, o Brasil de amanhã?

Por Cauê Ameni e Hugo Albuquerque, no site Outras Palavras:

Era para ter sido só mais uma sexta-feira de inverno em Mar del Plata. Tudo se resolveria com um discurso simples, recheado de lugares comuns e uma partida tranquila. Contudo, Maurício Macri, presidente da Argentina, não conseguiu discursar mais do que dez minutos. Ele não resistiu às – nada metafóricas – pedradas desferidas pela multidão aos gritos de “Macri, basura [lixo], vos sos la ditadura”. O líder argentino encerrou seu breve discurso e entrou rapidamente no carro oficial, cercado pelos manifestantes.

Lava-Jato e a caça ao guerreiro

Por Emiliano José, na revista Caros Amigos:

Diante de um espetáculo burlesco como o oferecido pelos procuradores da Lava Jato nas últimas horas, onde as provas são deixadas de lado em favor do objetivo político de inviabilizar Lula para 2018, a gente, por mais calejado esteja com a partidarização do sistema de justiça, queda estupefato, tomado de vergonha alheia. Até onde vão? É muito evidente o lado especificamente político dessa incrível perseguição à maior liderança política brasileira. O sistema de justiça quer destruí-lo, aniquilá-lo, quebrá-lo, para além de condená-lo e prendê-lo, se puder.

Direito que se derrete em silêncio

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Deltan Dallagnol, mestrado em Harvard, pregador religioso batista, surfista que viaja para Indonésia para buscar ondas perfeitas, Procurador da República, 36 anos, tido como estudioso da “operação mãos limpas”, tem uma obsessão. É o que informam os seus colegas e celebram os jornalistas que lhe admiram: combater a corrupção no país. O que lhe diferencia, porém, não é esta obsessão. Ela é comum a milhões de brasileiros, servidores públicos, trabalhadores e empresários, membros do Judiciário, políticos de vários partidos e cidadãos comuns, que lutam todos os dias pela sobrevivência. O que lhe diferencia é a sua visão ideológica fundamentalista, o seu messianismo provinciano e a sua tendência ao autoritarismo de caráter fascista.

Lava Jato pode incendiar o país

Por Jeferson Miola

A força-tarefa da Lava Jato se embrenhou numa armadilha. Dependendo da opção dos seus agentes, poderá abrir um capítulo de grave conflitividade social no país, e não conseguirá ficar livre da responsabilidade pela espiral de conflito e violência.

Pela primeira vez desde que iniciou, a Operação é contestada pela quase unanimidade jurídica e política. É o saldo da tresloucada acusação dos procuradores ao ex-presidente Lula.

A blogosfera contra o golpismo midiático

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Um dos primeiros gestos do governo golpista de Michel Temer, iniciado em 12 de maio de 2016, foi suspender o patrocínio da Caixa Econômica Federal (CEF) ao 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais, que ocorreu na semana seguinte em Belo Horizonte (MG). A medida abrupta e autoritária, já que o contrato de apoio havia sido assinado quatro meses antes, revelou o temor da direita brasileira com a força crescente da blogosfera na disputa de narrativas na sociedade. Apesar do corte da verba contratada, de apenas R$ 100 mil, cerca de 400 ativistas digitais de 23 Estados participaram do evento e reafirmaram sua disposição de luta contra o “golpe dos corruptos” e em defesa da democracia e da liberdade de expressão no país.

domingo, 18 de setembro de 2016

'Veja' induz linchamento de Lula

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Do site Vermelho:

Em mais um ataque ao ex-presidente Lula, a capa da revista Veja dessa semana traz uma estranha referência visual. A edição apresenta um fundo com vermelho estourado e o rosto de lula em tinta preta escorrendo, muito similar uma capa da revista norte-americana Newsweek de outubro de 2011, sobre a morte por linchamento de Muammar Kadafi, presidente da Líbia deposto durante uma rebelião apoiada por forças do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan).

O power-point e o domínio do fato


Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O simplismo do diagrama em power-point foi um dos aspectos mais criticados da entrevista em que o procurador Deltan Dallagnol acusou Lula de ser o “comandante máximo” do petrolão, com uma estridência verbal sem correspondência com os fatos e provas constantes da denúncia formal (que ficou restrita à suposta ocultação de um apartamento). Mas a imagem, que correu o mundo através da Internet, teve função importante no espetáculo. A inconsistência intrínseca da peça não decorre de despreparo técnico do Ministério Público, muito pelo contrário. Se quisessem, teriam produzido um power point muito mais dinâmico para dar sustentação ao libelo verbal.

Golpe continuado: Agora é Lula!

Por Renato Rabelo, em seu blog:

O procurador da República, Deltan Dallagnol, coordenador da Força Tarefa da Operação Lava Jato, sediada em Curitiba, acaba de escancarar o seu objetivo maior, aliás, torna ostensiva a razão de ser dessa Operação: apontar que o “comandante máximo” do esquema de corrupção identificado na Lava Jato é o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Isso pronunciado fora da denúncia formal apresentada, sem imputar esse crime nos autos, em flagrante delito judicial-administrativo. Apresentaram Lula como o inimigo numero um do Estado. Uma “ação política de exceção” (nas palavras de Pedro Serrano). Tudo encenado num palco em exibição de extravagante espetáculo midiático.

O miserável legado de Roberto Civita

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Leio, na carta ao leitor da Veja, que está prestes a sair a biografia de Roberto Civita. Chama-se O Dono da Banca, e foi escrita pelo jornalista Carlos Maranhão, um dos melhores textos da imprensa brasileira e titular de uma carreira de 40 anos na Abril.

Está em fase de precompra na Amazon. Encomendei meu exemplar. Embora um oceano de divergências ideológicas nos separasse, tive com RC momentos de incrível e inesquecível camaradagem em meu tempo de Abril.

Com Temer, o Brasil volta à periferia

Por Antonio Luiz M. C. Costa, na revista CartaCapital:

O G-20, não custa lembrar, foi uma consequência indireta da decisão do governo Lula de articular 20 e poucos países periféricos na reunião de Cancún de agosto de 2003, para se contrapor ao G-7 e sua pretensão de abertura unilateral e incondicional dos mercados dos países periféricos. O projeto da Alca foi definitivamente bloqueado e iniciou-se uma ofensiva para aprofundar laços diplomáticos e comerciais com os vizinhos e o Sul do mundo.

O G-7 (então G-8 com a Rússia, sócia honorária de 1997 a 2014) havia sido até então o centro das decisões econômicas, capaz de se impor às demais 200 nações sem discussão. Quando surgiu, em 1975, reunia todas as maiores economias capitalistas e 70% do Produto Mundial Bruto, mas o quadro mudou. A economia da China tornou-se a segunda do mundo e Brasil e Índia superaram alguns fundadores do G-7, cuja participação caiu para a metade da produção mundial.

Falta algo no power point de Dallagnol

Por Joaquim Palhares, no site Carta Maior:

O conflito com as ruas e com as urnas está inscrito na natureza constitutiva do golpe em curso no Brasil, cuja fidelidade pertence aos detentores da riqueza, não ao país, tampouco a sua gente

A agenda de expropriação de direitos e alienação de patrimônio público que define essa endogamia não pode ser submetida às urnas --nas quais já foi derrotada em quatro eleições presidenciais sucessivas. Menos ainda à convivência política com aquele que personifica esse antagonismo na alma e no coração do povo brasileiro: Luiz Inácio Lula da Silva, uma liderança de carne e osso, com os limites da carne e do osso, mas ainda assim a maior liderança popular da nossa história, porque levou mais longe o compromisso com a igualdade social.